Em conversa com o Entretê, a atriz também conta sobre seus próximos projetos e filmes preferidos
A atriz Carina Sacchelli acumula diversas produções em seu currículo, com trabalhos na TV, no cinema e teatro. Participou de obras como Sítio do Picapau Amarelo, Chiquititas e a série O Negócio, além de filmes como Destinos Opostos de Walter Neto e Um Dia Cinco Estrelas dirigido por Hsu Chien.
E é no novo projeto do diretor Chien que Carina ganha as telas de cinema esse mês, o filme Morando com o Crush, que estreou na última semana (23). O enredo traz a artista dando vida a Antônia, mãe do protagonista Hugo (Vitor Figueiredo), que, para surpresa do filho, acaba namorando com o pai da sua namorada antes mesmo que eles pudessem contar que se gostavam.
O filme ainda conta com Marcos Pasquim e Giulia Benite no elenco e entrega uma comédia romântica leve e apaixonante.
Com mais de 15 anos de carreira, Carina Sacchelli se aventura em seus trabalhos e diz que “está apenas no começo da caminhada”. Formada pelo CAL (Centro de Artes das Laranjeiras), com especialização feita em Nova York, a atriz e produtora já participou de mais de 15 peças de teatro, além de filmes, séries, novelas e curtas. Um de seus próximos projetos será interpretar Helena Jobim em sua juventude no filme-documentário Helena, que irá contar a história da escritora e irmã de Tom Jobim. O longa ainda tem momentos com poesias da escritora declamadas por artistas nacionais.
Ao Entretê, a atriz falou sobre esses projetos e a importância de cada um na sua carreira, além dos seus objetivos e metas. Confira!
Entretetizei: Começando com sua mais nova estreia, o filme Morando com o Crush, pode nos contar um pouco sobre como foi viver a Antônia e trabalhar novamente com o diretor Hsu Chien?
Carina Sacchelli: Antônia tem muito de mim. É uma mulher positiva, independente e também é mãe. Foi a primeira vez que interpretei uma mãe de adolescente. Adorei a troca e a construção da intimidade com meu filho Hugo, feito pelo Vitor (Figueiredo), que é supertalentoso e querido. Hsu é uma enciclopédia do cinema, um consumidor voraz de filmes e cultura, no modo geral. Trabalhar novamente com ele é ter a oportunidade de aprender muito, de ouvir curiosidades sobre os filmes, os bastidores. Sou apaixonada por ele e amo a dinâmica dele dentro do set de filmagem.
E: A sua carreira na atuação começou desde muito nova. Em algum momento você pensou em seguir outra profissão ou se identificou com outra área?
CS: Me formei em Publicidade e Propaganda na faculdade e, se não fosse atriz, com certeza, trabalharia com criação em agência de publicidade.
E: Você possui trabalhos incríveis na TV, no teatro e cinema, e cada uma dessas mídias costuma chamar a atenção de diferentes tipos de público. Essa diferença e o retorno é muito perceptível para você ou o carinho dos fãs é o mesmo?
CS: No teatro, o público é geralmente mais velho. Eles vêm conversar conosco após a peça, debater sobre o espetáculo, dizer quais foram suas impressões com o texto, com os personagens. Eu acho importantíssimo ouvir a opinião do público sempre e debater com ele sobre a peça. O público da TV interage mais através das redes sociais, o que é gostoso também.
E: A novela Chiquititas completa dez anos de sua estreia e ainda é um sucesso no streaming, está em seus planos futuros voltar a fazer novelas?
CS: Chiquititas é um sucesso mesmo! Está há meses no top 10 da Netflix, as crianças adoram. Quero muito voltar a fazer novelas.
E: Existe algum sonho profissional que ainda deseja realizar?
CS: Muitos! Estou apenas no começo da caminhada, que é longa! Quero fazer personagens relevantes, cheios de camadas, independente da mídia. Também tenho muita vontade de fazer um monólogo no teatro. Quem sabe no ano que vem.
E: As produções nacionais costumam não receber o mesmo prestígio que as internacionais aqui no Brasil. Como atriz e produtora, qual sua opinião sobre isso?
CS: A oferta de filmes internacionais é muito maior que a de nacionais, não faltam blockbusters para impulsionar o mercado de fora. Além disso, o público brasileiro não tem o costume de prestigiar o cinema nacional, infelizmente. Eu fico aqui na torcida para que as pessoas descubram o quão rico e múltiplo é nosso cinema.
E: Um de seus próximos trabalhos será dar vida à escritora Helena Jobim. Como você se sente participando desse projeto?
CS: Esse projeto é muito especial para mim. Fui apresentada a ele há quase dez anos e me encantei na hora. Será uma honra e uma responsabilidade grande interpretar alguém como Helena Jobim, uma escritora talentosa e uma mulher vanguardista, cheia de vida. Helena merece essa homenagem.
E: Observando seu trabalho, percebemos que o cinema é uma das suas grandes paixões, certo? Levando em conta que existem obras e profissionais incríveis na indústria, pode nos contar quais filmes te inspiram ou inspiraram em algum momento da vida?
CS: A lista de filmes é grande. Adoro Bacurau, Que Horas Ela Volta?, Closer, O Tigre Branco. Recentemente assisti Pobres Criaturas e Anatomia de uma Queda e fiquei enlouquecida com o trabalho da Emma Stone (que levou o Oscar por esse personagem) e da Sandra Hüller. Grandes atrizes sempre me inspiram.
E: Para finalizarmos, o que podemos aguardar de seus projetos futuros?
CS: Eu e Eduardo Martini voltaremos em cartaz com a peça Pra Você Lembrar de Mim, de Regiana Antonini. A peça, dirigida por Elias Andreato, conta a história de um pai (Martini) e sua filha Bruna (eu), quando ele é diagnosticado com Alzheimer precoce. A partir dessa triste notícia, a vida de Bruna muda completamente, pois ela abre mão do seu trabalho para se dedicar totalmente aos cuidados com o pai. Já fizemos a peça em São Paulo e no Rio de Janeiro, e agora faremos teatro circulação em várias cidades no interior de São Paulo.
Gostou da entrevista com a Carina? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê (Instagram, Facebook, X) e nos siga para ficar por dentro das novidades do entretenimento e da cultura!
Leia também:
+ Resenha| Morando com o Crush: romance, família e outras escolhas da adolescência
+ Entrevista | Nina Frosi fala sobre carreira e falta de incentivo cultural no Brasil
Texto revisado por Michelle Morikawa