Colagem com os personagens do filme Morando com o Crush.
Imagem: divulgação/Paris Filmes/Entretetizei

Resenha | Morando com o Crush: romance, família e outras escolhas da adolescência

O filme, que chega hoje aos cinemas, é uma comédia romântica adolescente leve, um tanto clichê e cheia de momentos divertidos

 

Amores adolescentes vêm e vão, mas nada supera a euforia e o sofrimento do primeiro amor. Imagine, então, quando uma paixonite, que finalmente está próxima de se tornar algo além disso, passa por uma mudança drástica. O que para Luana e Hugo, nossos protagonistas, não foi qualquer coisa: eles vão morar juntos!

Numa nova cidade e em uma família nada tradicional, as vivências do primeiro amor para os adolescentes vão muito além das borboletas no estômago. E não para por aí! Amizades, paternidade e maternidade, mudanças e decisões essenciais para o futuro também entram na narrativa do jovem casal. Mas, afinal, um crush antigo pode superar a vontade de pais solteiros e apaixonados?

Sinopse: 

Luana (Giulia Benite) compartilha com seu pai uma curiosa semelhança familiar: eles não têm sorte no amor. Desde que sua esposa faleceu, Fábio (Marcos Pasquim) nunca mais conseguiu namorar sério, e Luana só tem coragem de observar o seu crush, Hugo (Vitor Figueiredo), de longe. 

No entanto, a sorte dos dois muda quando Fábio se apaixona perdidamente por uma colega de trabalho e planeja morar com ela. Ao mesmo tempo, Luana é convidada para um date com Hugo. Mas a nova namorada de Fábio na verdade é… a mãe de Hugo! Agora, Luana e Hugo terão que dividir o mesmo teto enquanto lidam com o crush que têm um no outro.

 

Com direção de Hsu Chien, Morando com o Crush é uma produção leve, com clichês fofos e cheia de momentos divertidos. Ao colocar os personagens de Giulia Benite e Vitor Figueiredo numa aventura romântica adolescente, a narrativa percorre temáticas intrínsecas ao cotidiano e que nem sempre presenciamos no cinema. Além de, claro, contar com um elenco cheio de carisma e muita personalidade.

Em Iguaçupevatibá do Sul tudo pode acontecer! A “cidade das grandes famílias” é o local onde as mudanças nas rotinas de Luana e Hugo, que acabam de se tornar uma só, acontecem. Logo após o crush antigo da garota finalmente convidá-la para sair. Com os planos por água abaixo, o que resta aos protagonistas é uma relação de irmãos (gêmeos, por acidente) e uma adaptação forçada a uma nova vida, ignorando o romance entre eles.

O que antes eram duas casas distintas e uma paixonite à distância se transforma numa casa e dois casais. A apresentação inicial da narrativa é rápida, e logo foca na trama principal. A mudança repentina também é bem trabalhada, incitando o espectador a entender e até se colocar no lugar dos jovens apaixonados. Aliás, o que você faria se fosse morar com o seu crush?

Marcos Pasquim, Carina Sacchelli, Vitor Figueiredo e Giulia Benite em Morando com o Crush.
Imagem: divulgação/Paris Filmes

Ainda que insistir ou não no romance que acaba de nascer seja o fio condutor da narrativa, a nova rotina dos filhos de Fábio e Antônia (Carina Sacchelli) traz consigo aventuras que vão muito além do amor adolescente. Os vizinhos Pri (Júlia Olliver), Edu (Ryancarlos de Oliveira) e Tetê (Sara Alves) são definitivamente parte disso! 

Os novos amigos, além de morarem ao lado, são essenciais para adicionar muito humor, companheirismo e sempre um pouco de drama. Bem como uma pitada generosa de desconfiança da relação dos irmãos recém-chegados à cidade. 

Sara Alves, Júlia Olliver, Vitor Figueiredo e GIulia Benite em Morando com o Crush.
Imagem: divulgação/Paris Filmes

Com os olhos da cidade toda nos novos moradores, o romance entre Luana e Hugo começa devagar. A química de Benite e Figueiredo em frente às câmeras e o slow burn da narrativa ocorrem deliciosamente. Entre momentos em família, confissões adolescentes, manobras de skate e uma mentirinha ou outra, o destino parece encontrar um jeito de dar um empurrãozinho no casal. E sorte a nossa!

A sensibilidade com os adolescentes apaixonados é muito palpável. Trata-se de uma combinação especial entre os clichês que podem te fazer corar e um humor leve que arranca boas risadas. Danças a sós, observar as estrelas e quase beijos são peças-chave para compor a química entre os dois. Algo que foi entremeado por participações muito bem encaixadas do restante do elenco.

E, embora contenha alguns momentos muito artificiais, a trama aborda temáticas essenciais para o público-alvo de uma comédia romântica que também é um coming of age. A delicadeza ao tratar a maternidade, os medos e a ausência da mãe de Luana é um dos pontos fortes do enredo. Além do romance adolescente, Morando com o Crush acerta em trazer a maternidade e paternidade solo, a importância dos ciclos sociais e, claro, a escolha da profissão e seus dilemas que começam antes mesmo da faculdade.

Vitor Figueiredo e Giulia Benite em Morando com o Crush.
Imagem: divulgação/Paris Filmes

O roteiro de Sylvio Gonçalves ganha vida com um elenco que traz muita personalidade ao longa. Com destaque especial para a geração Z: os adolescentes tomam conta dos holofotes e dão vida aos papéis que ganham profundidade e leveza. Ver a estreia nos cinemas de Vitor Figueiredo ao lado do amadurecimento de Giulia Benite é extraordinário – e repleto de química e de muito conforto no filme. A relação dos três irmãos também é um show de conexão, tanto em cena quanto nos bastidores.

Os adultos não ficam para trás! Marcos Pasquim e Carina Sacchelli são, como a atriz que dá vida a Antônia disse em coletiva,o match perfeito!. As participações especiais são relevantes, para a narrativa e para o público. O elenco mais velho adiciona a seriedade necessária com um toque de humor. E falando em humor… a participação de Ed Gama, como o multitarefas Cledir, é rápida e hilariante, um acréscimo repleto de energia ao enredo.

Elenco completo de Morando com o Crush nos bastidores da gravação.
Imagem: divulgação/Paris Filmes

Apesar de estar cheio de escolhas boas, a produção peca na fotografia e no excesso de verbalização. Os cortes, transições e o filtro escolhido enfraquecem a atenção, mas não diminui o fascínio com a narrativa. Assim como a ausência de momentos com poucas falas e olhares mais em destaque. O humor, apesar de um tanto pastelão, é bem trabalhado; lado a lado com o romance adolescente.

Morando com o Crush é bom no que se propõe a fazer: uma comédia romântica clichê adolescente. É divertido ver que a doçura e a ingenuidade dividem espaço com os segredos e a maturidade – algo essencial para a profundidade dos personagens e suas próprias narrativas. O romance e os clichês também são um atrativo, é claro. Com um elenco jovem cheio de personalidade e boas risadas garantidas, a estreia nacional vale a ida ao cinema (e garante um sorriso aos amantes do gênero).

 

Já tem planos para hoje? Assista Morando com o Crush nos cinemas e conte pra gente o que achou! E siga o Entretetizei nas redes sociais – Facebook, Instagram e Twitter – para não perder as novidades do cinema nacional e do mundo do entretenimento.

 

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Texto revisado por Kalylle Isse.

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