MaXXXine
Foto: reprodução/Billboard

Resenha | Mia Goth acerta na atuação em MaXXXine, mas encerra trilogia de forma tediosa

A neta da atriz brasileira Maria Gladys entregou tudo e muito mais na nova produção da A24, só faltou mesmo o X da questão

“Em Hollywood, até que você seja conhecido como um monstro, você não será uma estrela. Essa frase da Bette Davis abre MaXXXine com um tom sombrio, mas, sinceramente, sem muitas surpresas. A história segue Maxine, que conhecemos em X: A Marca da Morte (2022), decidida a virar uma estrela de cinema a qualquer custo.

Mia Goth volta ao universo macabro de Ti West com MaXXXine, o terceiro filme da saga. Depois de sobreviver aos horrores da sádica Pearl, Maxine agora é uma estrela de filmes adultos tentando entrar no concorrido mundo de Hollywood. MaXXXine oferece pouco além de referências rasas, uma protagonista meio desconectada do que acontece ao seu redor (e que fala pra dentro. Sério, mal dá pra entender o que ela fala) e uma estética visual que, embora funcione bem, apenas disfarça uma narrativa fraca, apesar de tentar abordar a falsa magia da indústria cinematográfica.

MaXXXine
Foto: reprodução/Amino

O filme mostra Maxine focada em se tornar uma grande estrela de Hollywood, com toda a vibe dos anos 1980 – neon, jaquetas bomber e sintetizadores. Mesmo com o massacre a que sobreviveu ainda pesando sobre ela, a protagonista sonha em sair da indústria pornográfica, onde ganhou fama.

Maxine navega por Los Angeles acreditando que sua grande chance está logo ali. A primeira cena de MaXXXine a coloca em um estúdio de cinema, onde enfrenta a adrenalina de uma audição para o filme de terror Puritana 2, mostrando que sua fome de sucesso é maior que qualquer crítica moralista sobre sua carreira em filmes adultos.

Mia Goth traz uma certa raiva na nova versão de Maxine. Agora ela está mais madura e confiante, mas ainda com os mesmos sonhos. Essa raiva e ambição são visíveis em vários momentos do filme, especialmente quando Maxine também precisa lidar com um assassino em série, o Perseguidor Noturno, que aterroriza mulheres na região.

MaXXXine
Foto: reprodução/Amino

Há momentos em que Maxine se transforma em uma figura vingativa, confrontando um perseguidor e puxando uma arma para se defender. Esses momentos trazem até uma satisfação ao espectador, mas são raros. Ti West parece mais focado em criar uma estética oitentista do que em desenvolver uma narrativa consistente.

Desde o início da trilogia com X: A Marca da Morte, é claro que West quer criticar as hipocrisias de uma sociedade puritana. No entanto, em MaXXXine, essa crítica perde-se em meio a muitas referências e pouco desenvolvimento. Mesmo Mia Goth, apesar de continuar bem no papel, sofre com um filme que se apoia mais em estilo do que em substância.

Embora flerte com o cinema de Brian De Palma e traga temas como sexo, drogas e rock ‘n’ roll, a luta pela censura acaba ficando na superfície. A narrativa não aprofunda os temas que aborda, resultando em uma crítica pouco desenvolvida da indústria pornográfica e da hipocrisia moralista da década de 1980.

MaXXXine
Foto: reprodução/Billboard

Os acenos ao universo cinematográfico e a estética oitentista são os elementos mais interessantes do filme, mas não são suficientes para salvá-lo. Elizabeth Debicki, como a diretora de Puritana 2, traz uma performance segura, mas até mesmo o ótimo Kevin Bacon não escapa da narrativa fraca e da estética que apenas camufla a falta de profundidade.

A trilogia até começou bem com X: A Marca da Morte, que conseguiu dar um frescor ao gênero slasher, mas MaXXXine parece ter perdido o fôlego. A estética oitentista não foi suficiente para sustentar o filme e faltou coragem para explorar mais a fundo os temas propostos.

Apesar dos pontos altos e das boas performances, especialmente de Mia Goth, MaXXXine deixa a sensação de que poderia ter sido muito mais. A trilogia merecia um fechamento mais forte e ousado, mas, infelizmente, o que temos é um filme que se perde em meio às suas próprias referências. No fim, MaXXXine fecha a trilogia com medo de se aprofundar, escondendo-se na nostalgia dos anos 1980 e fingindo ser irreverente e subversivo, mas não vai além das aparências.

MaXXXine estreia dia 11 de julho nos cinemas.

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Texto revisado por Bells Pontes

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