O filme com história sensível sobre descobertas, amizade e a beleza dos momentos passageiros já está disponível nos cinemas brasileiros
Sol de Inverno (2024) foi inspirado na música Boku no Ohisama (My Sunshine), da dupla folk Humbert Humbert, e estará disponível a partir da próxima quinta (23), nos cinemas das cidades: Aracaju, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Maceió, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Além disso, o filme passou pelos principais grandes festivais internacionais, como Cannes, Toronto e a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
A produção é o segundo filme do diretor Hiroshi Okuyama (Jesus). Ele registra no Sol de Inverno a beleza de encontros que, mesmo passageiros, marcam as pessoas de maneira duradoura, com um olhar delicado e generoso. Aliás, o elenco conta com Keitatsu Koshiyama, Kiara Takanashi, Sôsuke Ikematsu, Ryuya Wakaba e Maho Yamada.
Veja a sinopse
Numa pacata ilha japonesa, a vida gira em torno da mudança das estações. O inverno é época de hóquei no gelo na escola, mas o jovem e introspectivo Takuya não está muito entusiasmado com isso. Seu verdadeiro interesse está em Sakura, estrela em ascensão da patinação artística.
O técnico da jovem, o ex-campeão no esporte, Arakawa, vê potencial no garoto e o convida para formar uma dupla com ela para uma próxima competição. À medida que o inverno persiste, os sentimentos aumentam e as duas crianças formam um vínculo profundo e harmonioso. Mas mesmo a primeira neve eventualmente derrete.
Agora, confira cinco motivos para assistir Sol de Inverno:
Sensibilidade comovente
Não se engane pela simplicidade da trama, afinal é estabelecida com seus espectadores uma conexão íntima ao expor em tela sentimentos profundamente humanos. Com cuidado, o diretor coloca o público para, primeiro, compartilhar a mesma solidão dos seus protagonistas. Afinal de contas, há uma beleza autêntica no modo espontâneo como três pessoas, que aparentemente não tem nada em comum, podem achar abrigo e carinho umas nas outras.
Um olhar diferente para o esporte no cinema
Tradicionalmente, os esportes vão para as telonas atrelados a uma ideia de superação calcada na competitividade, na dor e na batalha violenta do atleta contra si mesmo. No entanto, Sol de Inverno escolhe olhar para a prática esportiva de um modo mais gentil e, por isso mesmo, original. O diretor foca em retratar como seus três protagonistas formam um triângulo harmonioso e, juntos, encaram seus obstáculos pessoais.
Um diretor para ficar de olho
Hiroshi Okuyama pode até ser um diretor novato, com apenas dois longas-metragens no currículo. Contudo, a maneira como conduziu ambos os projetos, compondo os quadros de maneira delicada e intencional e trabalhando tão bem com atores mirins, rendeu ao jovem cineasta japonês comparações com Hirokazu Kore-eda, diretor dos aclamados Monster (2023) e Assunto de Família (2018). Em Sol de Inverno, também é possível ver todo o seu talento ainda no roteiro, na fotografia e na montagem.
Conexão pessoal
Além da música de Humbert Humbert, Sol de Inverno também teve influência das experiências pessoais do diretor. Por exemplo, como Takuya, ele também começou a praticar patinação artística quando criança, depois de se encantar com a habilidade da sua irmã. “Lembro de ver as meninas patinando de forma brilhante e pensar que gostaria de dançar como elas“, conta.
Crítica internacional
Em Cannes, a crítica internacional não economizou elogios para Sol de Inverno. Destacando a habilidade do cineasta de dirigir jovens atores, o Hollywood Reporter chamou o filme de “joia escondida” na programação do festival.
Na crítica da Variety, foi pontuado o senso estético apurado da produção, afirmando que nada na composição visual “parece aleatória ou menos que perfeita”. Por fim, a Screen Daily destacou os subtextos do filme e a maneira como Hiroshi Okuyama discute o machismo e a homofobia velada na sociedade japonesa. Além disso, descreveu Sol de Inverno como um filme de “aquecer o coração“.
Confira o trailer do Sol de Inverno:
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Texto revisado por Layanne Rezende