Vale a pena assistir: A Vida e a História de Madam C.J. Walker

Baseada em fatos reais, recente lançamento da Netflix conta história da primeira mulher negra a se tornar milionária nos EUA

A luta das mulheres por direitos na sociedade atual é um movimento em constante crescimento. Se hoje já sofremos com poucos direitos, imagine como não era no início dos anos 1900? A Netflix lançou em março A Vida e a História de Madam C. J. Walker, uma minissérie em quatro capítulos que conta a história de Sarah Breedlove, a primeira mulher negra a se tornar milionária na América.

Breedlove, protagonista e interpretada por Octávia Spencer, nasceu em 1867, em Louisiana e é a primeira de sua família a nascer em liberdade. Conhecemos seus pais através de flashbacks: eles eram escravos em plantações de algodão e conforme a história, a abolição aconteceu quatro anos antes do seu nascimento. Sarah teve cinco irmãos e antes de completar dez anos já era orfã. Seu primeiro casamento foi aos 14 anos, e dele nasceu sua filha Lelia (Tiffany Haddish).

 

A série se passa nos anos 1908 e já nos apresenta a Sarah adulta e casada com o publicitário Charles Joseph Walker (Blair Underwood). Na ocasião ela trabalhava como lavadeira e estava com problema de queda de cabelo. Ela conhece Addie Monroe (Carmen Ejogo), uma vendedora de cosméticos capilares, com quem faz um acordo: lavar as roupas em troca do uso de seu elixir capilar, assim, poderia recuperar sua autoestima.

Sarah tem então a ideia de vender o elixir com o intuito de promover a autoestima da mulher negra. Depois de demonstrar o interesse a Addie e ser rejeitada, ela decide criar seu próprio produto e comercializá-lo, usando seu sobrenome de casada como nome da marca: C.J. Walker.

(Amanda Matlovich | Netflix)

 

O seriado mostra a incansável busca de Madame C.J. Walker, como ficou conhecida, em contribuir para a independência financeira e autoestima da mulher negra, que era estereotipada e normalmente só via representação de mulheres brancas – seja nas mídias ou nos produtos. Em diferentes momentos, a protagonista se vê cercada de homens que reforçam o machismo da época e tentam colocá-la “em seu devido lugar”, não considerando seu potencial como empresária.

Sua ideia não só deu certo como também a consagrou como a primeira negra a se tornar milionária nos Estados Unidos por mérito próprio, contradizendo a premissa social de que pobres não poderiam ascender economicamente. Mesmo com pouco apoio financeiro, em 1910, é lançada a Madam C.J. Wakler Manufacturing Company.

(Amanda Matlovich | Netflix)

 

O que podemos perceber é que mesmo se tratando de uma história baseada em fatos reais do século XIX, ainda sofremos com muitos dos estigmas sociais daquela época. O cabelo segue sendo um aliado valioso da autoestima feminina e, infelizmente, o machismo ainda se faz muito presente em nossa sociedade. Acreditamos que a mensagem final da série é entendermos sobre a importância do empoderamento feminino, sobretudo o de mulheres negras, e tomar conhecimento da história.

Sarah Walker faleceu em 1919. Sua filha, Lelia, ficou a frente da empresa nos anos seguintes. De acordo com a BBC, os produtos da marca Madame CJ Walker existem até hoje no mercado. A minissérie foi baseada no livro “On Her Ground” (“Com as Próprias Pernas, em tradução livre) escrito pela jornalista e trineta da empresária, A’Lelia Bundles e publicado em 2001.

(David Lee | Netflix)
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