Com muita ironia e bom humor, o filme flerta com questões polêmicas da fase estudantil
Sinopse
A adolescente Cady Heron foi educada na África pelos seus pais cientistas. Quando sua família se muda para o subúrbio, nos Estados Unidos, Cady começa a frequentar a escola pública e recebe uma rápida introdução às leis de popularidade que dividem seus colegas. Sem querer, ela acaba no meio de um grupo de elite de estudantes apelidadas “as poderosas”.
O filme de conforto pra ver sem culpa
Logo de início o telespectador já se depara com um clichê clássico, a história de Cady (Lindsay Lohan), a protagonista é uma adolescente deslocada. Filha de zoólogos que viveu durante anos na África e sempre estudou em casa, ela precisa aprender a rotina de um ambiente muito mais hostil do que as savanas: a escola.
Sarcástico, o filme ironiza as futilidades do ensino médio e os seus padrões. Todas as personagens são construídas com base em estereótipos e a trama aborda a dificuldade de se adaptar no ambiente escolar.
Cady acaba se tornando amiga de Janis (Lizzy Caplan) e Damian (Daniel Franzese), jovens que não fazem parte do padrão de magreza e dinheiro comum aos populares da escola. Por ter um estilo despojado pouco comum, a protagonista atrai a atenção das poderosas.
Por poderosas, diga-se: magras, endinheiradas, bem vestidas, populares e com uma fila de admiradores. Vale lembrar que há uma série de regras para fazer parte do grupo. Como por exemplo, não sair com o ex namorado da amiga, fazer elogios para todos no intuito de parecer simpática e claro, usar rosa nas quartas-feiras!
O grupo que inclui Regina George (Rachel McAdams), o mal em formato de gente e abelha rainha da escola, Gretchen (Lacey Chabertt), a fofoqueira que sabe os podres de todo mundo e Karen (Amanda Seyfried), a loira gostosa e burra.
A partir daí, Janis traça um plano de vingança: fazer Cady se unir ao grupo, tendo em mira recolher o máximo das fraquezas das poderosas e colocá-las umas contra as outras. Cady, que tem interesse no ex namorado de Regina, tenta matar dois coelhos com uma cajadada só: estabelecer o caos entre as poderosas e ficar com o Aaron (Jonathan Bennett).
Ao perceber que Cady acaba realmente se tornando uma poderosa e ultrapassando os limites para se vingar, Janis, Damian e Aaron se afastam da protagonista e uma série de confusões se estabelece após a descoberta de um caderno, conhecido como o livro do arraso, com comentários ácidos, críticos e comprometedores dos alunos e professores que acaba colocando a escola de cabeça para baixo.
A partir daí, o longa ganha outro rumo, ajustando os seus personagens, adequando-os para as suas devidas evoluções e quebrando os estereótipos que sempre foram presentes na escola que nos faz refletir sobre como são as nossas relações nos círculos sociais que convivemos.
Personagens muito bem construídos
Regina George se tornou tão emblemática que serve de exemplo de vilã até hoje. A personagem é detestável, divertida, com um humor ácido e pontual, carregando em seus olhares e manipulando (e menosprezando) todos ao seu redor apenas para mostrar quem manda.
Gretchen e Karen tem um humor cômico impecável, construindo algumas das melhores interações cômicas da trama. Cada uma tenta bajular Regina de uma maneira diferente, para que não sejam esquecidas ou descartadas.
O elenco ainda conta com Tina Fey, que também é roteirista do filme, e vive a desastrada Professora Norbury e serve como orientadora moral da protagonista, nos ensinando uma importante lição em uma das cenas mais poderosas do longa.
O marco de uma geração
Vale ressaltar que por ser um clichê adolescente, a trama não necessariamente é ruim ou rasa, pelo contrário! O longa foi sucesso de bilheteria e faturou mais de dez vezes o valor do seu orçamento. A trama é cheia de críticas ao comportamento alienado de uma juventude consumista e virou um clássico entre os filmes dos anos 2000 e clichês adolescentes.
O filme possui sacadas tão icônicas que é impossível não lembrar de situações ou bordões apresentados durante suas cenas memoráveis. É inesquecível a cena de apresentação de Jingle Bell Rocks.
Meninas Malvadas se transforma em um exemplo de sororidade, que pode mudar as relações e deixar a competitividade, imposta para as mulheres pela sociedade, de lado. O filme mostra com seus detalhes o que nós podemos ser, ao invés de seguir velhos livros de regras ditas por alguém.
Por aqui nós amamos esse filme que é um barro! Meninas Malvadas está disponível na Netflix e na Amazon Prime!
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*Créditos da foto de destaque: Divulgação | Paramount Pictures