Bird Box: a epidemia da visão

Sob direção de Susanne Bier, “Bird Box” estreou essa semana na Netflix e já é um sucesso. O filme retrata acontecimentos misteriosos ao redor do mundo, chamado de “O Fim do Mundo”, em que a população, no simples ato de olhar, se suicida.

 

(Cartaz de divulgação do filme | Netflix)

 

Malorie (Sandra Bullock), é a personagem principal e, além de estar grávida, é a única sobrevivente do que parece ser uma epidemia da morte. A primeira pessoa a sofrer com a “epidemia”, é sua irmã, Jessica, interpretada pela atriz Sarah Paulson. Depois, Malorie encontra pessoas que sobreviveram e eis que todos se juntam em uma casa, completamente coberta para que não seja possível nenhum contato visual com a parte exterior. Acontece que, um indivíduo até então saudável e inocente, está infectado pelo mal e acaba matando parte dos sobreviventes.

Nesse meio tempo, Malorie, que não se sente confortável em ser mãe, fica responsável por cuidar da filha de uma das vítimas e a chama de “Girl” (menina). Além da pequena, ela também fica responsável por cuidar de seu filho, chamado por ela de “Boy” (menino). A parte que envolve as crianças é muito interessante, pois desde bem pequenos, a mãe os prepara para enfrentarem a tal “epidemia’’ e percebemos que são crianças muito obedientes e entendem a situação, apesar de todo o medo e angústia por usarem vendas praticamente o tempo todo.

Com o passar do tempo, apenas Malorie e Tom (Trevante Rhodes), sobrevivem e acabam vivendo uma história de amor, que não termina da forma que queríamos. É muito bonito ver que, em meio ao caos, os dois conseguem passar um bom tempo juntos e isso também foi um dos motivos para mantê-los vivos: toda essa situação é enlouquecedora e muitas pessoas acabam se rendendo e não aguentam sobreviver, porém, o amor ajuda a acalmar a situação.

 

(Malorie, Tom e as crianças são salvas, principalmente, pelo amor | Site Tube.hk)

 

A narrativa envolve drama e suspense, fazendo com que o público se sinta o tempo todo com muita tensão, pois realmente é muito complicado ver aquelas pessoas tendo que enfrentar um mal que é praticamente imbatível. Talvez o único ponto que tenha faltado, foi ter mostrado ao público quem eram essas criaturas, o que também colabora para despertar nossa criatividade na hora de imaginar quem está por trás de tudo isso.

Bom, falando agora um pouco mais para o lado pessoal, achei o filme realmente bom. Apesar de ser um daqueles títulos que todo mundo está comentando – e isso, muitas vezes, é ruim, pois nem sempre os filmes “modinhas’’ são de qualidade – me fez refletir muito sobre o propósito de mostrar uma situação como essa. Por exemplo: todos nós sabemos, independente de qual religião seguimos, que a Bíblia fala do Fim do Mundo. E dá sim para associar o filme com isso, como se fosse um mal em que poucos sobrevivem – e é bizarro pensar que, no fim, apenas a grávida, mãe, que se entrega totalmente aos filhos e pessoas que não podem enxergar porque já nasceram assim – deficientes – conseguem seguir com suas vidas.

Creio que toda essa catástrofe tenha sido uma forma de reconectar a personagem às partes que estavam perdidas em sua vida – e que se parecem com histórias da vida real – já que Malorie passou a aceitar e amar seu filhos, aprendeu a conviver melhor com outras pessoas e, após remar por mais de 40 horas (com vendas), finalmente encontrou a felicidade.

Seria a história do filme, uma possível situação que pode acontecer com nossa sociedade no futuro? Seria uma metáfora do que, na verdade, está acontecendo, em meio a tantos suicídios e epidemias – de todos os tipos – que já atinge muitas pessoas?

 

(As cenas no Rio são de tirar o fôlego e amocionam o público | Adoro Cinema)

 

A resposta, nós não sabemos (na verdade, sabemos, mas cabe a cada um saber interpretar da forma correta). Se você assistir com atenção e cuidado, com certeza vai conseguir tirar alguma mensagem da obra, que é um tapa na cara da sociedade atual – que uma hora ou outra não vai se suportar. É uma forma de pararmos para refletir sobre nosso mundo, nossas atitudes e nosso futuro (quando terminamos de assistir, ficamos um bom tempo repletindo e digerindo. Aconteceu com vocês também?).

A luta de uma mãe para se salvar e salvar seus filhos, o amor, que ameniza uma situação de caos e salva vidas, minorias que se tornam maiorias após uma tragédia e a falta de empatia e paciência de uns para com os outros: isso tudo são pontos que podemos pensar após assistirmos ao filme, que possui um roteiro muito bem escrito e atingiu um nível de qualidade admirável na produção final do produto. Recomendável demais! Assistam e tirem suas conclusões (espero que gostem do filme e saibam interpretá-lo, porque é um aprendizado). Acho que não devemos buscar erros e sim, interpretar bem a história, que foi muito bem desenvolvida. Sandra Bullock e Susanne Bier não brincam MESMO em serviço 😉

 

Um beijo,

Anna 🙂

 

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