Blaxploitation: conheça o gênero cinematográfico que evidencia a representatividade preta

Blaxploitation é um movimento que surgiu na década de 1970 como forma de denúncia ao racismo

De um ano para cá, muito tem se discutido sobre o racismo e a violência brutal contra negros. O movimento Black Lives Matter, por exemplo, foi um conjunto de manifestações nos Estados Unidos em que as pessoas clamavam por igualdade racial. Os protestos começaram após a polícia assassinar George Floyd, morte que completa um ano no dia 25 de maio. O triste acontecimento foi apenas um estopim para explodir o sentimento de revolta presente na comunidade negra há anos. 

O preconceito racial também reflete nas artes. No cinema, os negros sempre tiveram um espaço muito pequeno. Para você ter uma ideia, uma pesquisa de 2019 da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles) constatou que apenas 27,6% dos protagonistas eram pretos. Logo, levará alguns anos para Hollywood atingir um padrão aceitável de igualdade racial. No entanto, não é de hoje que artistas tentam denunciar o racismo e abrir caminho para uma indústria com mais diversidade.

Na década de 70, surgiu um gênero chamado Blaxploitation. Seu principal objetivo era construir um cinema feito por negros (na frente e por trás das telas) e para negros. Os filmes eram cheios de ação, personagens carismáticos e colocavam o negro em destaque.

Ao decorrer da década de 80, o Blaxploitation perdeu a força e deixou de existir. Mas deixou um legado extremamente importante. Quer saber mais sobre o gênero? Confira:

Ação e anti-heróis

Imagem: Reprodução

Os filmes do Blaxploitation eram recheados de muita ação e aventuras. Contavam a história de mafiosos, pessoas ligadas ao mundo do crime e anti-heróis. 

O título mais famoso do gênero, Shaft (1971), conta a história de um chefão do crime que, após sua filha ser sequestrada, contrata o detetive John Shaft (Richard Roudtree), para encontrá-la. No entanto, ele acaba se envolvendo em uma rixa de facções criminosas.

Outra produção de sucesso foi Coffy, Em Busca de Vingança (1973). Aqui, conhecemos Coffy (Pam Grier), enfermeira que, após ver a irmã se tornar uma viciada em drogas, inicia uma perseguição aos responsáveis.

Trilha sonora 

Imagem: Reprodução

As músicas presentes nos filmes também chamavam atenção. Feitas em sua maioria por cantores negros, elas simbolizavam o desejo que estes artistas tinham de mostrar que também tinham voz. 

Então, nomes como Marvin Gaye, Quincy Jones, James Brown e Barry White contribuíram para a trilha sonora dos filmes. Em 1972, Shaft recebeu o Oscar de Melhor Música Original, o que fez de Isaac Hayes o primeiro negro da história a receber uma estatueta fora das categorias de atuação.

Legado

Imagem: Reprodução

Portanto, o Blaxploitation mostrou para um grande público a realidade de pessoas negras, a violência policial e o racismo. Bem como, fez com que artistas pretos finalmente tivessem reconhecimento. Além disso, abriu caminho para uma geração de profissionais extremamente talentosos, como Samuel L. Jackson, Denzel Washington, Spike Lee e Eddie Murphy

Com seus protagonistas que lutavam por um mundo mais justo, o gênero explorou diversas camadas aos personagens negros, que por muito tempo foram esteriotipados. Por isso, o Blaxploitation foi crucial para a indústria cinematográfica e para a luta antirracista

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*Crédito na imagem de destaque: Reprodução

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