Bom dia, Verônica retrata machismo, violência doméstica e um sistema conivente
Semana passada, nós fomos apresentados à nova série original da Netflix: Bom Dia, Verônica. Primeiramente, a produção brasileira é baseada no livro de mesmo nome de Andrea Killmore. Na verdade, essa autoria é apenas um nome fictício. Desse modo, os autores são Ilana Casoy e Raphael Montes.
Raphael Montes é um dos escritores brasileiros mais conhecidos da atualidade e um nome importante de literatura policial. Já Ilana Casoy é criminóloga e publicou uma série de livros sobre serial killers, baseados nos seus estudos de perfis psicológicos. Os dois estão presentes na produção da série.
Confira a sinopse:
“A rotina da escrivã de polícia Verônica Torres era pacata, chata e repleta de sonhos interrompidos até aquela manhã. Um abismo se abre diante de seus pés de uma hora para outra. Na mesma semana, ela presencia um suicídio inesperado e recebe a ligação anônima de uma mulher clamando por sua vida. Verônica sente um verdadeiro calafrio. Mas, abraça a oportunidade de mostrar suas habilidades investigativas. Então, decide mergulhar sozinha nos dois casos. Assim, muitos acontecimentos inesperados são desencadeados. E a levam a um encontro com lado mais sombrio do coração humano.” (Darkside Books)
Um suspense bem construído
Ao longo de oito episódios, nós acompanhamos a escrivã de polícia Verônica (Tainá Muller). À princípio, ela começa a investigar os motivos que teriam levado uma mulher ao suicídio. Apesar de seus colegas estarem certos de que a vítima era apenas uma desequilibrada que estava sofrendo por uma rejeição. Porém, Verônica tinha plena convicção de que o caso possuía raízes mais profundas. Por isso, ela começa a investigar e acaba encontrando com Janete (Camila Morgado), uma mulher que sofre constantes abusos praticados pelo marido Brandão (Eduardo Moscóvis).
A história expõe um universo que infelizmente é atual. E está presente na vida de diversas mulheres. Ou seja, o machismo e suas consequências. Assim, a história nos mostra como a sociedade ainda é extremamente horrível com as mulheres, que são caladas constantemente, mesmo quando sofrem violência. Igualmente, a série constrói muito bem a narrativa de todos os personagens. Inclusive os agressores. Aqui, os algozes não são só os abusadores, mas, também, o próprio sistema policial que acusa as vítimas em vez de ajudá-las.
Bom Dia, Verônica mostra de uma forma impecável todas as formas de abuso que uma mulher pode sofrer, bem como, o modo que a sociedade oprime e humilha essas mulheres, que com frequência não têm a quem recorrer.
ATENÇÃO: A série possui cenas fortes e explícitas de violência e abusos, podendo servir de gatilho para algumas pessoas.
Trilha nacional e precisa
A trilha sonora também é incrível. Afinal, quem interpreta a música tema é Elza Soares. A cantora foi uma vítima real de violência doméstica. Além disso, todas as canções que estão na série casam demais com o enredo. Enfim, vale a pena conferir.
Assista ao trailer:
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