O livro de Rafia Zakaria abre caminho para uma revolução do feminismo baseada no respeito às diferenças raciais e culturais
O livro Contra o Feminismo Branco da pesquisadora Rafia Zakaria chega às livrarias neste mês pela Intrínseca. Com o mundo preocupado com a situação das mulheres afegãs após o retorno do Talibã ao poder, a necessidade pela diversidade no feminismo ganhou força por conta das novas pautas identitárias que estão surgindo. Por isso, a autora traz à tona, no livro, o debate sobre como as demandas das mulheres negras são mais complexas.
Sobre Contra o Feminismo Branco
Desde a sua origem, o feminismo foi pautado na experiência das mulheres brancas de classe média alta. E, na maior parte das vezes, são elas que escrevem, palestram e dão entrevistas. Por isso, a autora vai debater como as feministas brancas mantêm a imagem de salvadoras e como as mulheres não brancas são as que precisam ser salvas. “A experiência do trauma é o ‘padrão’ para mulheres negras, asiáticas e marrons, como se a vitimização delas estivesse enraizada em suas culturas, enquanto o sofrimento de mulheres brancas é retratado como uma aberração, uma falha técnica, e a cultura branca, incluindo o feminismo que brotou dali, se assegura como superior”, afirma.
Rafia Zakaria também denuncia que a rebeldia é supervalorizada no feminismo branco, como se a resiliência, causada pelo trauma, não pudesse ser fonte de força para a transformação. Portanto, Contra o Feminismo Branco é um contra manifesto para inserir as experiências de mulheres de diferentes raças e etnias no centro do debate. Além disso, a autora vai questionar desde pensadoras como Simone de Beauvoir a produtos culturais como Sex and the City.
Sobre a autora
Rafia Zakaria é escritora, advogada e ativista dos direitos humanos, trabalhando pelas vítimas de violência doméstica no mundo todo. Além disso, ela é colunista dos jornais Al Jazeera America e DAWN, maior jornal paquistanês em língua inglesa, e escreveu muitos ensaios para The Guardian e The New York Times Book Review.
A autora nasceu e cresceu em Carachi, no Paquistão, é muçulmana e vive entre o Paquistão e os Estados Unidos, trabalhando no conselho de administração da Anistia Internacional.
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*Crédito da foto de destaque: divulgação/ Intrínseca