Protagonizada por Mônica Carvalho, Danielle Winits e Michele Muniz, comédia nacional chega aos cinemas nesta quinta (4)
Das dublagens em desenhos animados à superação de problemas cotidianos, o humor brasileiro carrega a capacidade singular de contagiar qualquer ambiente. Sem dúvida, a lógica não seria diferente no cinema, como vemos na comédia Licença para Enlouquecer.
Estrelado por Mônica Carvalho, Danielle Winits e Michele Muniz, o filme retrata a dinâmica despudorada entre as amigas Sara, Lia e Leia, que são forçadas a dividir um pequeno apartamento no centro de São Paulo, logo no começo da pandemia de Covid-19.
O trio não economiza risos e lágrimas ao enfrentar as adversidades que marcaram o período de quarentena, como trabalho home-office, reuniões virtuais e isolamento social. Conforme o caos se instala cada vez mais na rotina, elas ainda precisam lidar com o mau humor constante do síndico Carlos, papel de Nelson Freitas. E, quando todas estão literalmente prestes a entrar em colapso, surge uma proposta inesperada.
Contratadas pela blogueira milionária Bia (Thaíssa Carvalho), Sara, Lia e Leia embarcam rumo às praias de Maragogi, em Alagoas, para animar um evento em troca de dinheiro – recurso que andava bem escasso na vida das amigas.
Durante a estadia no Caribe brasileiro, as questões emocionais, profissionais e amorosas das três mulheres ganham novas camadas, que surgem ligadas a novos personagens apresentados aos espectadores no local. Nesse sentido, Luiza Tomé, André Mattos e Henri Castelli. são algumas das adições no elenco.
O que o Entretê achou de Licença para Enlouquecer?
Desde o início, a produção firma que seu destaque é a química excelente de suas protagonistas. Sob a direção de Hsu Chien (Quem Vai Ficar com Mário?), Mônica Carvalho e Michele Muniz, que também assinam o roteiro do filme, unem forças a Danielle Winits de forma equilibrada e hilária.
Porém, apesar da virada no meio da história gerar um interesse a mais, Licença para Enlouquecer se perde ao expandir as ramificações da história, deixando mais pontas soltas que motivos para o trabalho de outros atores fluir. Assim, as reflexões levantadas na parte final da trama se relacionam fracamente com os dilemas iniciais de Sara, Lia e Leia.
Mesmo que haja um saldo positivo na abordagem das memórias que todos colecionamos nos momentos de lockdown – como a solidão, o medo e o uso de máscaras e álcool em gel – o longa parece apenas arranhar o potencial de desenvolvimento do trio. Sobretudo no caso das protagonistas, a conclusão dos arcos ocorre de maneira acelerada e simplista.
Por outro lado, o filme consegue manter o propósito da amizade vivo até os minutos finais. Tanto a inseparabilidade e sincronia de Carvalho, Winits e Muniz nas filmagens quanto a criação inusitada de laços com o personagem de Freitas funcionam bem, considerando as limitações do texto.
Por fim, vale destacar a identidade musical da trama, que valoriza ritmos populares do nordeste. Além de ceder as canções Oxente, Vai Vendo e Beijinho de Virote, a cantora Lili Moreno também participou de algumas cenas da produção.
Licença para Enlouquecer não faz jus ao seu elenco competente, mas cumpre a tarefa de entreter quem assiste aos seus 95 minutos de duração. De fato, pode ser uma boa opção para dividir uma pipoca em um dia entre amigas. O longa estreia nos cinemas de todo o país nesta quinta-feira (4).
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Texto revisado por Carolina Carvalho.