Com 82 anos e ainda dominando os palcos, o eterno Beatle entrega shows emocionantes e visualmente impressionantes, cativando públicos de todas as idades com clássicos atemporais e uma produção impecável
Paul McCartney passou por São Paulo e Florianópolis na última semana, provando, mais uma vez, que sua música é eterna. Aos 82 anos, o músico continua a se apresentar com uma energia que desafia o tempo, entregando um show impecável, repleto de emoção e com momentos que fizeram o público vibrar. Mesmo sem grandes inovações no repertório, o espetáculo é envolvente do início ao fim, e quem esperava algo mais do mesmo foi surpreendido pela entrega e paixão de McCartney.
Um dos aspectos mais notáveis dessa turnê é como Paul consegue manter uma performance vocal consistente. Sua voz, apesar de não ter a mesma potência de décadas atrás, continua emocionando, especialmente em canções mais lentas como Blackbird e My Valentine. McCartney ajusta as músicas para sua atual tessitura vocal de maneira inteligente, e isso permite que ele mantenha a qualidade musical sem perder a força emocional. É impressionante ver como ele navega entre músicas mais suaves e faixas mais explosivas, com a mesma energia e presença de palco.
O show também conta com momentos de pura interação com o público. Em várias ocasiões, McCartney faz pausas para conversar com a plateia, arrancando risos e aplausos ao se arriscar em algumas frases em português. Esse tipo de conexão cria uma atmosfera ainda mais calorosa, fazendo com que os espectadores sintam que estão participando de algo pessoal, mesmo em meio a um estádio lotado. O público responde com uma empolgação quase adolescente, seja nos gritos a cada clássico dos Beatles ou nos coros emocionados em músicas como Hey Jude.
E quando se trata de carisma, não é apenas Paul que brilha. Sua banda é uma extensão da energia vibrante que ele traz ao palco. Abe Laboriel Jr., na bateria, é um espetáculo à parte, entregando batidas poderosas que conduzem o ritmo com maestria, enquanto Brian Ray e Rusty Anderson, nas guitarras, criam uma sonoridade consistente que ecoa perfeitamente os grandes sucessos do passado. Juntos, eles têm uma química que faz com que o show flua de maneira suave e intensa ao mesmo tempo, elevando a experiência sonora para o público.
Um dos momentos marcantes dessa turnê foi a inclusão de Now and Then, a última música dos Beatles, no setlist, que tocou fundo nos corações dos fãs. A música, porém, é apenas um detalhe em um show recheado de hits como Hey Jude, Let It Be e, claro, Live and Let Die, que levou a plateia ao delírio com explosões de fogos de artifício e um show pirotécnico de tirar o fôlego. As luzes, sincronizadas com precisão a cada nota, fizeram dessa uma das apresentações mais visualmente impactantes da turnê, criando cenários que iam do intimista ao grandioso.
A produção de palco é um espetáculo à parte. Os jogos de luzes, que dançam junto com as melodias, são cuidadosamente planejados, elevando o impacto de cada música. E, quando Live and Let Die começa, o show atinge outro nível. As explosões, os fogos e o barulho ensurdecedor do palco transformam o estádio em um mar de vibrações e pura adrenalina. É um daqueles momentos em que o público se rende completamente à grandiosidade do espetáculo.
Aos 82 anos, Paul McCartney prova que idade é apenas um número. Ele impressiona com sua presença de palco, voz e paixão pela música. Mesmo sem grandes surpresas no setlist, McCartney oferece uma experiência emocional e visualmente rica que transcende o tempo. Seus shows celebram a música que uniu gerações, e sua performance deixa claro que, enquanto estiver no palco, sua arte jamais será uma fase.
Seja pelos clássicos que definiram o rock ou pela produção impecável que transforma cada música em um evento inesquecível, McCartney permanece atemporal, entregando uma experiência que toca a alma e fica no coração.
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Texto revisado por Alexia Friedmann