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Se a Vida Te Der Tangerinas
Foto: divulgação/Netflix

Crítica | Se a Vida Te Der Tangerinas é um K-drama delicado, nostálgico e cheio de afeto sobre sonhos, mulheres fortes e amores que duram a vida inteira

Ambientado na Jeju dos anos 1960, o drama estrelado por IU e Park Bo-gum é um abraço quentinho que mistura amor, resistência e a beleza das coisas simples da vida

Tem dramas que a gente assiste e esquece rápido. Mas tem outros que ficam. Que viram memória afetiva, cheiro de infância, lembrança boa guardada no coração. Se a Vida Te Der Tangerinas, novo K-drama da Netflix com IU e Park Bo-gum, é exatamente assim. Um desses presentes raros que chegam de mansinho, mas grudam na alma.

A história se passa na Ilha de Jeju, um dos lugares mais lindos (e mais duros) da Coreia do Sul, lá pelos anos 1960. É uma Jeju bem diferente da turística que conhecemos hoje: aqui, a vida é simples, o trabalho é pesado e as mulheres carregam o mundo nas costas — literalmente.

Se a Vida Te Der Tangerinas
Foto: divulgação/Netflix

A protagonista, Ae-sun (vivida de forma brilhante por IU), é filha de haenyeo, aquelas mergulhadoras incríveis que enfrentavam o mar gelado pra sustentar suas famílias. Mulheres que mergulhavam fundo — no mar e na vida. Mas Ae-sun não quer esse destino pra ela. Ela sonha com liberdade, com poesia, com um futuro que parece distante demais pra quem nasceu mulher e pobre numa sociedade cheia de limitações.

Do outro lado, temos Gwan-sik (Park Bo-gum num dos papéis mais lindos da sua carreira), um homem de poucas palavras, mas de gestos imensos. Ele é o tipo de personagem que ama em silêncio, que cuida de longe, que observa, espera, apoia. É o amor na forma mais pura: aquele que não sufoca, que não cobra, que só existe — firme e constante como o mar que cerca Jeju.

Se a Vida Te Der Tangerinas
Foto: divulgação/Netflix

Mais do que uma história de amor, Se a Vida Te Der Tangerinas é uma carta de amor à força feminina. É sobre mulheres que resistem. Sobre mães que ensinam as filhas a lutar. Sobre a dureza de ser mulher num tempo (e num mundo) que parecia não querer que elas sonhassem. Mas elas sonhavam mesmo assim.

O drama tem um ritmo calmo, contemplativo. Ele não tem pressa — assim como a vida em Jeju. A fotografia é linda, com aquele marzão azul, os campos de tangerinas, o vento batendo no rosto. Mas também tem a beleza da simplicidade: as roupas penduradas no varal, o barulho das ondas, o som das haenyeo mergulhando.

Se a Vida Te Der Tangerinas
Foto: divulgação/Netflix

É um K-drama sobre amor, mas também sobre saudade. Sobre crescer, perder, tentar de novo. Sobre os silêncios que dizem tudo. Sobre o peso e o orgulho de carregar a história das mulheres que vieram antes da gente.

IU entrega aqui uma das melhores atuações da sua carreira — forte, sonhadora, teimosa, humana. Park Bo-gum está absolutamente adorável, construindo um Gwan-sik que representa um tipo de masculinidade que o K-drama sabe fazer como ninguém: gentil, respeitosa, acolhedora.

Se a Vida Te Der Tangerinas
Foto: divulgação/Netflix

Se a Vida Te Der Tangerinas é o tipo de história que faz a gente lembrar da nossa mãe, da nossa avó, das mulheres da nossa família. Daquelas que trabalharam demais, sonharam escondido, amaram do jeito que podiam.

No fim das contas, o drama deixa uma mensagem bonita: quando a vida te der tangerinas — mesmo que azedas, mesmo que difíceis de descascar — colha com carinho, compartilhe com quem você ama e nunca pare de sonhar.

Porque sempre há beleza. Sempre há amor. Sempre há esperança.

Mesmo nas coisas mais simples.

Mesmo nas tangerinas que a vida insiste em dar.

 

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Texto revisado por Alexia Friedmann

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