Após ataque nuclear, quatro irmãos compartilham do objetivo em comum de encontrar os pais vivos
Renan Carvalho lança Dez Mil Sóis, obra publicada pelo selo Outro Planeta e inspirada em histórias que usam a imaginação para superar traumas, como O Labirinto do Fauno e Ponte para Terabítia. Sendo as ilustrações do livro em estilo mangá, os leitores acompanham a jornada dos jovens na busca dos familiares após o conhecido ataque nuclear no Japão.
Em 6 de agosto de 1945, os moradores de Hiroshima foram atingidos por uma das maiores tragédias da humanidade. A bomba atômica que arrasou a cidade, deixou um rastro de destruição e dor que perdura até hoje. E é justamente nesse período trágico que se passa a trama na qual os personagens Kazuo, Kenji, Michiko e Shiro são enviados para um internato logo após a devastação.
O calor que varreu a existência das casas, prédios, carros e milhares de pessoas, foi tão brutal que partiu o céu ao meio, forçando os japoneses a se equilibrarem sobre a fina linha que separava o mundo dos vivos e dos mortos. Uma porta se abriu entre aqueles dois lugares, permitindo que criaturas demoníacas se espalhassem pela cidade, alimentando-se dos corpos dos que pereceram e da esperança dos que ainda lutavam para sobreviver.
Visivelmente traumatizados pela guerra, os irmãos Kurumoto descobrem ter habilidades especiais. Com uma katana mágica, um amuleto tokusatsu, um espelho repleto de energia espiritual e um robô mecha, os quatro terão que enfrentar Youkais, criaturas sobrenaturais do folclore japonês. Além disso, desafiam a própria morte encarnada em um Shinigami para escaparem do internato, voltar para Hiroshima e, finalmente, encontrar os pais perdidos.
“Eu sempre quis escrever sobre o Japão. Minhas outras obras já contém inúmeras referências da cultura pop japonesa, mas Dez Mil Sóis me deu a oportunidade de mergulhar mais fundo nos dilemas desse país, principalmente durante a Segunda Guerra Mundial. A ideia era fazer uma aventura com inspirações nos animes, mas que trouxesse uma discussão mais profunda a respeito do valor da vida durante a guerra em uma cultura cheia de tradições e tabus”, conta Renan.
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Texto revisado por Laura Maria Fernandes de Carvalho