Dia da Visibilidade Trans: conheça 10 autores trans

Prestigiar autores trans é uma forma de conhecer suas histórias e combater a discriminação

Nesta segunda-feira (29), é comemorado o Dia Nacional da Visibilidade Trans. A data, instituída em 2004, foi criada para conscientizar a população sobre os direitos das pessoas trans, que sofrem diariamente com a segregação, o preconceito e a violência

Segundo o dossiê Assassinatos e Violências Contra Travestis e Transexuais Brasileiras em 2022, realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), 151 pessoas trans morreram em 2022. Destas, 131 foram assassinadas e 20 cometeram suicídio. 

Com isso, pelo 14° ano seguido, o Brasil é o país que mais matou pessoas trans. Além disso, a pesquisa aponta que houve 142 violações aos direitos humanos. Desta forma, é urgente fomentar a discussão e dar visibilidade a vozes trans, para que possamos entender suas histórias, vivências e desafios.

Nesse cenário, a literatura tem um papel muito importante, já que auxilia o leitor a compreender experiências diversas. Para lutar contra a transfobia, que infelizmente ainda é muito presente no contexto brasileiro, é preciso entender que este grupo é marginalizado e tem os seus direitos negados todos os dias. Assim, ouvir e ler o que as pessoas trans têm a falar é imprescindível para acabar com a realidade de exclusão. 

Por isso, o Entretetizei reuniu uma lista de autores trans, de linguagens plurais e que são essenciais. Confira!

Jennifer Finney Boylan
Foto: reprodução/Jennifer Finney Boylan

Jennifer Finney Boylan, escritora e professora norte-americana, já conta com 18 livros publicados. A Loucura do Mel, sua obra mais recente, será lançada, no Brasil, pela Editora Verus, em março de 2024. Sucesso mundial, a publicação mistura suspense, romance e reflexões sobre o mundo contemporâneo. Boylan também é conhecida pelo seu ativismo em prol dos direitos humanos. Seu livro de memórias 

She’s Not There: a Life in Two Genders, de 2003, foi o primeiro livro escrito por uma autora trans a se tornar um best-seller nos Estados Unidos. 

Alana S. Portero
Foto: reprodução/Vanity Fair Espanha

Nascida em um bairro operário de Madri, Alana S. Portero formou-se em História, na Universidade Autônoma de Madri, e se especializou em História Medieval. Escritora, poetisa, dramaturga e encenadora, é aclamada principalmente pelos seus textos sobre ativismo LGBTQIAP+, feminismo e cultura. Seu primeiro romance, Mau Hábito (ed. Amarcord), foi publicado no Brasil no início de 2024. Nele, a autora narra a história de uma adolescente trans que vive em Madri nos anos 80. 

Laerte
Foto: reprodução/Guia da Semana

Laerte Coutinho é uma das mais premiadas quadrinistas do Brasil. Seus trabalhos foram publicados em jornais como Estado de São Paulo e Folha de São Paulo. Teve também ilustrações exibidas em programas de televisão como TV Pirata, TV Colosso e Sai de Baixo. Em 2021, lançou o livro Manual do Minotauro (ed. Quadrinhos na Cia), no qual foram reunidas, pela primeira vez, mais de 1500 tirinhas, publicadas entre 2004 e 2015. Em seu perfil no Instagram (@laerteminotaura) ela posta tiras diárias que versam sobre política, sociedade e humor.

Amara Moira

Amara Moira é ativista, escritora e professora. Doutora em Teoria Literária pela Unicamp, foi a primeira mulher trans a assinar uma tese, utilizando o nome social. No universo acadêmico, já publicou diversos artigos sobre gênero, literatura e a representatividade trans na literatura brasileira. É autora do livro autobiográfico E se eu fosse puta (ed. N-1 Edições), no qual relata as experiências do período em que trabalhou como prostituta. 

João Nery
Foto: reprodução/LGBTQ+ Spacey

Escritor e psicólogo, João Nery foi um importante ativista na luta a favor dos direitos da comunidade LGBTQIAP+. Foi o primeiro homem transgênero a realizar uma cirurgia de redesignação sexual no Brasil, em 1977, época em que o país passava por uma intensa repressão devido à Ditadura Militar. Na obra Viagem Solitária (ed. Leya), escreve as memórias do período, desde a sua experiência como homem trans, sua cirurgia e sua trajetória de sobrevivência. 

Aiden Thomas
Foto: reprodução/Aiden Thomas

Aiden Thomas é um escritor norte-americano de origem latina e best-seller do New York Times. Seus livros, direcionados ao público jovem, buscam trazer representatividade para o universo infanto-juvenil. Em Os Garotos do Cemitério (ed. Galera Record), o leitor acompanha a história de Yadriel, jovem trans e gay, que deseja declarar sua identidade de gênero para a família extremamente tradicional. No entanto, ele, sem querer, invoca um fantasma que não deseja deixá-lo tão cedo. 

Paul B. Preciado
Foto: reprodução/Revista Cult

O filósofo espanhol Paul B. Preciado é um dos pensadores mais relevantes da atualidade, discorrendo sobre gênero, corpo e sexualidade. Preciado é mestre em filosofia e teoria de gênero pela New School for Social Research, de Nova York, e doutor em filosofia e teoria da arquitetura pela Universidade de Princeton. No Brasil, tem alguns livros publicados, como Dysphoria Mundi, Eu sou o monstro que vos fala, Manifesto contrassexual, Um apartamento em Urano e Testo junkie

Charlie Jane Anders 
Foto: Sarah Deragon/Portraits to the People

Charlie Jane Anders é uma escritora norte-americana dedicada a livros do gênero jovem adulto (YA). Com suas obras, ela recebeu os maiores prêmios de ficção-científica mundial: Hugo, Nebula, Locus e Emperor Norton Award. Em 2005, Anders recebeu um Lambda Literary Award, na categoria melhor romance transgênero. No Brasil, tem publicados os livros Todos os Pássaros do Céu (ed. Morro Branco) e Maldição (ed. Trama), que escreveu em parceria com Neil Gaiman e outros autores.

Meredith Russo
Foto: reprodução/Editora Intrínseca

A autora Meredith Russo nasceu em Tennessee, sul dos Estados Unidos, e começou a sua transição de gênero em 2013. Seu primeiro romance, Apenas Uma Garota (ed. Intrínseca), foi lançado em 2017. O livro trata de temas como preconceito, bullying, identidade, amizade, descobertas e autoaceitação. Amanda, a protagonista, é uma adolescente que acaba de mudar de cidade e deseja afirmar sua verdadeira identidade. 

Akwaeke Emezi
Foto: reprodução/Entertainment Weekly

Akwaeke Emezi nasceu na Nigéria e hoje vive nos Estados Unidos. Se identifica como Ogbanje, palavra da cultura Igbo – etnia de seu pai – e que significa um espírito intruso que nasce com um terceiro gênero. Em seus livros, Emezi se divide entre ficção especulativa, romance, memórias e poesias que tematizam, principalmente, questões LGBTQIAP+. Além da literatura, seu trabalho também se expande pelo ramo da música, cinema e arte visual.

Já leu alguns destes autores? Conhece outro escritor trans que merece destaque? Compartilhe nas redes sociais do Entretetizei e acompanhe para mais notícias sobre entretenimento! Instagram, Twitter e Facebook.

 

*Crédito da foto de destaque: Lena Balk/Unsplash 

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