Saiba mais sobre o primeiro indígena a se tornar imortal na Academia Brasileira de Letras
Ativista ambiental, escritor, filósofo, professor e poeta, Ailton Krenak fez história ao se tornar o primeiro indígena imortal da Academia Brasileira de Letras. Ele vai ocupar a cadeira de número cinco, que pertenceu a José Murilo de Carvalho. Ademais, o ativista também participou da fundação da Aliança dos Povos da Floresta e da União das Nações Indígenas (UNI). Mas você conhece o autor?
Vem com a gente saber mais sobre essa figura importante para nossa cultura e história!
Uma vida de histórias
Ailton nasceu em 1953 no município de Itabirinha, no estado de Minas Gerais, onde fica localizada a Terra Indígena Krenak. Aos 17, mudou-se para o Paraná, onde foi alfabetizado e tornou-se produtor e jornalista.
Participou da criação da União das Nações Indígenas, movimento que enfrentou resistência da ditadura militar. Já em 80, passou a se dedicar exclusivamente à causa indígena, onde teve papel fundamental. Também teve papel decisivo na Assembleia Constituinte e protagonizou um dos momentos mais emocionantes, quando subiu à tribuna para defender o direito à terra e o respeito às populações indígenas.
Ele marcou a Assembleia, quando em forma de protesto ao retrocesso nas lutas pelos direitos indígenas, pintou sua cara com tinta preta de jenipapo enquanto discursava, pois para seu povo, isso era uma representação de luto.
Como uma voz relevante para a causa, também participou da Aliança dos Povos da Floresta, movimento que desejava demarcação de reservas naturais da Amazônia. Além disso, co-escreveu a proposta da Unesco que criou a Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, do qual, inclusive,até hoje é membro do comitê gestor.
Em 2016, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) concedeu a Krenak o título de Professor Doutor Honoris Causa, um reconhecimento pela sua importância na luta pelos direitos dos povos indígenas e pelas causas ambientais no país. Ele também leciona na universidade.
Obras
Krenak teve diversos livros publicados, sendo Ideias para Adiar o Fim do Mundo (2020), um de seus mais famosos títulos mais famosos. Nele o autor critica a ideia da humanidade como um conceito separado da natureza.
Outra de suas obras é O Amanhã não está à Venda (2020), escrito principalmente por causa da pandemia do COVID. Neste livro, o escritor aborda como a pandemia nos fez refletir sobre a normalidade e os significados de retomar uma vida após a crise.
O autor também escreveu A vida não é útil (2020) e Futuro Ancestral (2022). Por toda a sua influência, ele foi escolhido para ser um imortal na Academia Brasileira de Letras,ese eternizou com grandes nomes da nossa história.
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Texto revisado por Karollyne de Lima