“Eu tentei. São as duas palavras que eu uso quando me perguntam sobre você. Não consigo dizer mais nada, desconverso a conversa e solto uma risadinha forçada. Eu tentei, tentei fazer você ficar, tentei não deixar que o tempo acabasse com a linda história que criamos, tentei não deixar tudo isso mudar, mas parece que você não foi muito bom em me ouvir. Nosso porta-retrato ainda permanece na minha velha estante, aquela que você bateu seu pobre dedinho diversas vezes. Nosso álbum com as fotos da nossa primeira viagem ainda está em meu armário. Nossa música toca toda vez que entro em meu carro. Não deixo de ter contato com você um sequer momento. Que tormento! E ainda assim não consigo dizer adeus a nenhuma dessas coisas, assim como não disse a você quando decidiu partir. Eu nunca fui boa com despedidas e você amava esse lado em mim, que ironia. O tempo levou você, mas você ainda permanece, para minha in-felicidade. Não posso dizer ao certo essa palavra junta, porque eu fico feliz que ainda tenho uma parte de você, mas ao mesmo tempo não tenho. É uma metáfora. Nossos amigos ainda me falam de você, sempre tão empolgados, eu fui mesmo a única prejudicada nessa história. Você só mudou comigo. Se mudou pra longe de mim. Não te vejo sentir, não te vejo falar, parece que só te encontro na saudade, e, ainda assim, logo você parte e me deixa só mais uma vez, no sentir. Me afoguei no mar da minha só lidão. Morri.”
– Gabi Capistrano
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