Foto: divulgação / Paris Filmes

Entrevista | Alexandre Machafer diretor de Jorge da Capadócia fala sobre a emoção de lançar o primeiro filme brasileiro sobre São Jorge

Além do filme, que chega aos cinemas dia 18 de abril, foi lançado um livro contando os bastidores das gravações

São Jorge é um dos mais populares santos do cristianismo, reverenciado em culturas muito  diferentes ao redor do mundo, como: Brasil, Turquia, Egito, Espanha, Portugal e Inglaterra. Ele já virou música, dança, novela, livro e documentário. O diretor de Jorge da Capadócia, Alexandre Machafer, foi quem abraçou a ideia de lançar o primeiro filme brasileiro sobre o santo guerreiro.

O longa chega aos cinemas brasileiros em 18 de abril. A produção também foi transformada em livro: Jorge da Capadócia: os Bastidores do Primeiro Filme Sobre o Santo Guerreiro (2023), escrito por Alexandre Machafer e Crib Tanaka. A edição em português já está disponível nas livrarias e será lançada uma versão da obra em turco.

Alexandre Machafer, protagonista, diretor e produtor de Jorge da Capadócia, conversou com o Entretetizei sobre a emoção de produzir o longa – uma vez que ele é devoto fervoroso de São Jorge, as filmagens na Turquia e  o lançamento do livro.

Foto: divulgação / Paris Filmes

Entretetizei: Como surgiu a ideia para filmar a história de São Jorge?

Alexandre: Eu já estou há 16 anos para realizar esse projeto. Eu tinha um desejo de fazer coisas novas, mas não tinha expertise. Em 2010, conversei com o presidente da Fundação Cesgranrio, professor Carlos Alberto Serpa, que adorou a ideia, achou inovadora. Mas, o filme não se concretizou. Outros projetos foram surgindo, eu fui amadurecendo como diretor e produtor. Apenas em 2019 consegui realizar o filme com a proposta de ser algo do Jorge – O Guerreiro – para o povo brasileiro. Que se somou à minha fé e ao desejo de libertação, força e luta, de não desistir e de não olhar para trás.

E: Não há consenso sobre a vida de São Jorge, muitas histórias foram transmitidas pela tradição oral. Como foi fazer o recorte para o filme?

A: Realmente foi muito difícil ter um consenso, pois a Igreja Católica canonizou, “descanonizou”, voltou a canonizar São Jorge. Mas, fizemos uma pesquisa aprofundada e encontramos documentos muito antigos da própria Igreja que relatam a existência de Jorge; além de livros que contam sua história. Com todo esse material, nós pegamos a essência que se identifica com o povo brasileiro.

E: Como foi dar vida à São Jorge, uma vez que você é devoto?

A: Dar vida à São Jorge foi algo tão natural, enriquecedor, inovador – foi algo que eu simplesmente vivi. Não pensei em personagem, não fiquei decorando texto ou fiquei passando cena. Eu quis viver! Eu me entreguei àquela situação, tudo o que vivi na Capadócia, eu realmente fiquei muito arrepiado. Foi tudo muito grandioso e desafiador.

E: Como foram as gravações na Turquia? Você teve apoio do governo ou de alguma instituição local para filmagem?

A: Assim que chegamos em Ancara, capital da Turquia, os equipamentos, figurino, arte, iluminação, câmeras, som – enfim – tudo ficou preso. Nós perdemos três dias de filmagem e tivemos que nos adaptar. Eu consegui falar com o embaixador na época, que foi muito gentil, acreditou em nosso trabalho e resolveu tudo. Nós também tivemos apoio do governo turco para hospedagem e alimentação, o transporte aéreo foi pela Turkish Airlines e o transporte local foi pela Segredos da Turquia, uma empresa brasileira que atua na região.

E: A ideia para o livro surgiu com o filme ou no decorrer das filmagens? Como foi esse processo de escrita? 

A: A ideia do livro surgiu quando voltamos da Capadócia, em novembro de 2019. Nós vivemos tanta coisa durante o processo do filme, coisas inacreditáveis. Existe o que tem que ser na hora e no momento certo. Toda essa energia me provou que São Jorge estava com a gente, protegendo e dando todo o caminho que tínhamos que seguir. O livro foi necessário para trazer relatos da equipe, fazer um apanhado geral de São Jorge no mundo e no Brasil, falar sobre o sincretismo, é um livro sobre fé. Além de homenagear as pessoas que nós perdemos no processo de produção. 

E: É o primeiro filme brasileiro sobre São Jorge. Como você acha que o público irá recebê-lo?

A: Posso dizer que é o primeiro filme no mundo sobre São Jorge. Somos nós, brasileiros, que estamos contando essa história e nos tornaremos referência para quem quiser contar a história de Jorge. Eu tenho muito orgulho disso! O filme foi realizado por profissionais brasileiros, é falado em português, e será uma referência, eu estou muito feliz! Acredito que o público vai receber muito bem.

E: O livro e o filme serão lançados na Turquia? Como você acha que será a recepção do público estrangeiro?

A: Sim, o livro será lançado na Turquia. Inclusive nós fizemos cem exemplares da edição em turco para as autoridades que virão ao Brasil para o lançamento do filme. É o mínimo que podemos fazer. Em 2022, nós fizemos uma avant-première na Capadócia, que foi incrível! Nos receberam com tapete vermelho, com todo carinho. Eles acreditam muito no projeto. Estou bem ansioso para o lançamento na Turquia.

Confira o trailer de Jorge da Capadócia

Além de Alexandre Machafer, o elenco de Jorge da Capadócia conta com Cyria Coentro, Roberto Bomtempo, Ricardo Soares, Miriam Freeland, Augusto Garcia, Antônio Gonzalez, Roney Villela, Adriano Garib, Charles Paraventi, Milton Lacerda, Silvio Matos, Robson Maia, Miguel Mareli Lesqueves e Louise Clós. 

O longa chega aos cinemas em 18 de abril e será distribuído pela Paris Filmes, com produção da Fundação Cesgranrio e produção associada de Machafer Films, NFilmes e Ziya Dasdeler. Quem assina o roteiro é Matheus Souza.

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Texto revisado por Thais Moreira 

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