Entrevista | Fernanda Castro conta como começou na carreira de escritora

Autora de livros de fantasia, Fernanda Castro revela como se tornou escritora e futuros projetos

Fernanda Castro mora em Recife, é escritora, tradutora e preparadora de textos. Por ser apaixonada pelos livros de fantasia, ela decidiu enveredar para o caminho da literatura fantástica. 

E deu muito certo! Embora a sua formação inicial seja como cientista da computação, a sua maior paixão está no mundo das letras – o que a fez escrever o romance O Fantasma de Cora, publicado pela Editora Gutenberg, e Mariposa Vermelha, da Editora Suma

Saiba mais sobre os livros de Fernanda Castro!

O Fantasma de Cora

O livro se passa na cidade de Portomar, local em que o principal anseio de uma moça bem-educada e de saúde frágil é arranjar um bom casamento. E é exatamente esse o caso de Coralina, jovem romântica que se casa com o perfeito Mister Ícaro. Porém, a garota morre logo após a sua noite de núpcias. Agora, Francine – prima de Cora que acaba de chegar da capital – decide descobrir o que realmente aconteceu.

Mariposa Vermelha

A magia não é permitida na cidade de Fragária, que está sob um regime ditatorial. É lá que vive Amarílis, que, com medo de possíveis repressões, decide não utilizar os seus poderes de forma alguma. No entanto, um dia ela encontra com o homem que destruiu a sua família e, então, começa a colocar em prática um plano de vingança. Para isso, ela irá convocar um demônio para ajudá-la nesse com isso.

O Entretê conversou com a autora na Bienal do Livro 2023 e ela nos contou um pouquinho sobre a profissão. Confira!

Por que você decidiu se tornar escritora?

“O livro sempre fez parte da minha vida, né? Eu fui uma pessoa que leu desde criança com a minha irmã, ela escrevia fanfics para mim, mas eu nunca achei que isso poderia ser um caminho profissional. Então, eu me formei, na verdade, como cientista da computação, eu sou programadora. E aí, um dia eu estava no trabalho, fazendo plantão e pensei, cara, eu vou fazer um blog literário.”

“E eu comecei a fazer resenha de livro, de coisas que eu gostava e fui conhecendo o mercado. Eu entrei em contato com editores, com tradutores, profissionais do livro, eu comecei a pensar, pode ser que esse caminho seja viável. Então, passei a escrever contos, participar de coletâneas, de revistas, até que fui me profissionalizando, fiz alguns cursos e fui uma das editoras da revista Mafagafo, onde eu acabei conhecendo muita gente. E aí, eu consegui ser agenciada e chegar nas editoras tradicionais.”

Nos conte sobre a Fernanda leitora. Quais são seus autores e gêneros favoritos?

“Eu amo fantasia. É difícil eu ler uma não-ficção e tal, o elemento fantástico me atrai muito. Eu eu gosto muito de romance, eu acho que toda história fica melhor se você enfiar um romancezinho ali no meio. A minha autora favorita é a Maggie Stiefvater, que escreveu Os Garotos Corvos. Eu gosto muito desse tipo de fantasia que usa o elemento fantástico para falar sobre o desenvolvimento emocional dos personagens, suas relações, seus traumas, esse tipo de livro me me diverte muito.”

Na sua opinião, qual é a importância de um evento literário como a Bienal do Livro?

“Olha, eu acho que ajuda a gente a se conectar, a encontrar outras pessoas que dividem a sua paixão com a gente. E como uma pessoa que saiu do seu estado pra vir, eu sei que eu tenho leitores em vários estados, mas encontrar eles pessoalmente e ter esse olho no olho, eu sinto que é diferente, sabe? E por mais que a internet seja uma excelente ferramenta e tenha possibilitado muito mais conexão principalmente nesses anos de pandemia que passaram, o olho a olho ainda é muito mais emocionante. Eu já me emocionei abraçando pessoas nessa Bienal. É uma grande celebração do livro.”

E falando nisso, você tem alguma história marcante com os seus leitores?

“Ela vai me matar porque eu vou contar isso! Mas a Jana Bianchi, a gente trabalhou junto em muitos projetos, e eu estou hospedada na casa de outra amiga com ela. Então, assim, a gente está se vendo todo dia. E quando eu autografei o livro dela, ela se debulhou em lágrimas e eu comecei a chorar também, eu falei, cara, você está me atrapalhando. E todo mundo pensou, como é que vocês estão emocionadas já que se veem todo dia, sabe?”

“Mas foi muito gostoso, porque foi isso, foi uma pessoa que acompanhou a minha trajetória toda e aí quando chegou naquele ponto de estar assinando um livro novo, sendo lançado, aí as duas choronas não aguentaram.”

Você lembra quando deu o seu primeiro autógrafo? O que você sentiu? 

“Foi lá em Recife na sessão de lançamento de O Fantasma de Cora. Os primeiros autógrafos que eu dei foram para a minha família Então foi muito emocionante, foi aquela sensação de o sonho se tornou realidade. Por mais que a gente rale, porque é um mercado difícil, escrever é uma coisa às vezes solitária, mas quando chega na hora do vamos ver, a gente tem uma comunidade enorme por trás, com muito amor. E é muito gostoso estar vivendo esse sonho da Fernanda criança.”

Mariposa Vermelha é o seu lançamento mais recente. Nos conte mais sobre ele?

“Mariposa Vermelha é um livro mais adulto. Então ele tem um público bem diferente de O Fantasma de Cora. Por isso que a gente está inclusive em outra editora, para não misturar esses públicos. Ele é um livro muito mais intimista, muito mais sombrio. Ele fala sobre uma garota, a Amarílis, que vive num lugar ruim, que reprime muito o cidadão, um clima meio ditadura do Brasil, até que ela encontra o cara responsável pela ruína da família dela e ela decide se vingar. Ela acha que o jeito mais lógico de fazer isso é evocando um demônio.”

“Então é um livro sobre essa história de vingança, sobre o planejamento dessa vingança e tá da jornada interna da Amarílis de aceitar ter um lado violento, aceitar ter um lado escuro que eu acho que é uma coisa que fala muito com as mulheres, principalmente. Com o público feminino, porque é tão ensinado em sociedade a sempre estar sorrindo, a sempre ser agradável, e a gente tem também os nossos monstrinhos lá dentro.”

Para finalizar, você pode compartilhar conosco quais são seus projetos futuros?

“Eu tenho várias ideias plantadas, mas eu tenho que realmente sentar para estruturar a história toda, o enredo e escrever. Eu pretendo saindo daqui da Bienal, eu pretendo entregar mais alguns freelas e então vou ter uns meses de férias. Então eu pretendo realmente sentar para escrever. Eu posso te garantir que eu vou continuar com fantasia, meio misturado com romance. Sabe aquele meme da casinha rosa e da casinha gótica? O Fantasma de Cora está na casinha rosa e Mariposa Vermelha na casinha gótica. Então eu acho que vou voltar para a rosa um pouquinho!”

Você já conhecia o trabalho da autora? Nos conte em nossas redes sociais! Insta, Face e Twitter.

*Crédito da foto de destaque: reprodução/Instagram/@fernandaversa

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