Entra na Roda e Gisa já atingiu 15 milhões de visualizações e cresce a cada dia; conheça os bastidores do programa
Gisele Souza ou apenas Gisa está fazendo sucesso no mundo do entretenimento. Ao lado da namorada, a atriz Débora Sartori, ela comanda o programa Entra na Roda e Gisa. Inspirado por nomes como Jô Soares, o casal traz inúmeros convidados para o talk show, que tem o objetivo de abordar diversos assuntos.
Natural de Santana da Vargem, Minas Gerais, Gisa é jornalista, formada em teatro e apresentadora da Rádio Mix. Ao Entretetizei, ela conta como chegou a esse universo e como foi construir o projeto totalmente do zero.
Confira!
Entretetizei: Você sempre quis trabalhar com entretenimento? O que te trouxe até aqui?
Gisa: Eu sempre fui uma pessoa muito comunicativa e sempre gostei muito de música, arte, desenhos e coisas do tipo. Cresci ouvindo rádio e assistindo programas de auditório com meu pai. Eu costumo dizer que a comunicação que me escolheu. Fui sendo guiada por uma força muito maior do que eu, sempre buscando o próximo passo.
E: Como surgiu a ideia do talk show? Qual foi a inspiração por trás do programa?
G: Sempre fui apaixonada por histórias, inclusive me destaquei na comunicação pela minha maneira de entrevistar. Sempre amei Jô Soares, por exemplo. Gostava da leveza, do papo descontraído e da forma com a qual ele deixava as pessoas à vontade, tendo como consequência a conversa com pessoas reais para além da profissão.
Partindo daí, sempre tive o sonho de ser apresentadora de TV e sempre me via nesse lugar de entrevistadora. Inclusive, há alguns anos coloquei no meu quadro dos sonhos um cenário e uma bancada de talk show como meta. Vendo que o caminho para a televisão é quase que impossível, fiquei pensando em como tornar isso real.
Obviamente, aproveitava desse meu lado de entrevistadora na rádio e nos festivais até conhecer a Débora que, sabendo do meu sonho, pegou na minha mão e falou: Vamos! Era tudo o que eu precisava ouvir para começar.
Com ela e com me senti segura pra fazer. Unimos todas as nossas habilidades e sonhos em comum e hoje estamos realizando da forma mais linda possível.
E: Como você e a Débora Sartori conseguiram equilibrar a vida pessoal com a parceria nos negócios?
G: Com muito amor e muito empreendedorismo no sangue. Logo quando nos conhecemos, já sentimos que tudo batia, nossos pensamentos, ideologias, objetivos de vida. Até as nossas artes e aptidões que, de certa forma, se completavam. Tudo isso ajudou demais quando decidimos trabalhar juntas por não ter conflito de ideias.
Ambas são muito determinadas, proativas e otimistas. Quando uma se sente insegura com algo, vem a outra trazendo toda a positividade e vice e versa, então acaba que aumenta mais ainda a nossa admiração e amor.
Até agora não tivemos conflitos entre a gente, mas isso se dá, com certeza, por conta de muito diálogo. E claro que sempre tiramos um tempo pra curtir uma a outra longe dos negócios, aproveitando os momentos de almoço, jantar, finais de semana. Então estamos conseguindo separar muito bem.
E: Vocês já sofreram algum tipo de preconceito por serem um casal LGBTQUIAP+? Se sim, como lidaram com isso?
G: Nós somos mulheres muito determinadas, fortes e seguras em relação à sexualidade. Não fazemos questão de esconder que estamos juntas, não de forma agressiva mas de um jeito natural como qualquer casal. Acho que essa atitude e, de certa forma coragem, passa uma impressão de “nem vem!” Então acredito que inibe um pouco as pessoas e, até agora, não sofremos situações de homofobia diretamente.
Mas, claro, nas redes sociais é outra história. Todo mundo tem coragem de dizer o que quiser escondido por trás de uma tela. Em nossas postagens no Instagram já recebemos diversos comentários homofóbicos.
Inclusive, sempre que posto algo nosso no meu perfil pessoal, perco vários seguidores. Mas, em contrapartida, recebemos também mensagens incríveis que enchem os nossos corações. Saber que, de alguma forma, nosso amor inspira outras pessoas, faz todo o restante ficar “pequeno”.
E: Como é a dinâmica de produção do talk show, considerando que é totalmente produzido e apresentado por vocês?
G: A gente pensa e cria coisas que complementam o trabalho da outra. Quando perguntam: quem edita, quem faz o roteiro, quem dirige, quem cuida da agenda dos convidados, do comercial? A gente responde: nós duas, porque essa é a verdade.
Tudo tem as duas. Discutimos sobre ideias de edição das chamadas e enquanto uma edita, a outra busca o material para incluir. Ambas entram em contato com convidados e só quando é assessoria ou tem que acertar alguns pontos, aí a Débora que segue com a parte de produção.
Nos cortes do programa também. Ambas analisam os assuntos para escolher quais cortes são interessantes e assim vai se estendendo para todas as funções. Como estamos na maioria do tempo juntas, acaba sendo natural as duas estarem sempre a par de tudo e fazendo algo mais em conjunto.
E: De que maneira você acredita que o seu talk show se difere em relação a outros programas?
G: Quando decidi começar, a única coisa que eu tinha em mente era realizar o sonho de ter um programa de TV. Uni toda a minha experiência com os veículos de comunicação e estou experimentando em um só lugar.
Criamos um programa televisivo com a linguagem da internet e o timing do rádio. Três veículos de massa que se complementam: o visual da televisão gera identificação, a linguagem da internet gera aproximação e o timing do rádio traz a dinâmica necessária para entregar o conteúdo de forma mais objetiva.
E: Você tem alguma referência ou inspiração no mundo dos talk shows?
G: Gosto de todos, no geral. Em especial o Jô Soares por tornar todo assunto interessante, independente do convidado!
E: Na sua visão, como o talk show contribui para a promoção do empoderamento feminino?
G: Acredito que só pelo fato de ser apresentado, dirigido e produzido por duas mulheres, já é uma grande característica de coragem e empoderamento. Não é fácil começar algo do nada e sem espaço de mídia ou algum investidor grande por trás.
Iniciamos do zero apenas com um sonho e muita determinação. Hoje, começamos a colher os resultados de muito trabalho, estudo, foco e, claro, um amor imenso pelo que a gente faz e acredita. Já que a oportunidade que a gente queria ainda não chegou, fomos lá e criamos a nossa oportunidade. Hoje já temos um retorno significativo que nos trás mais segurança ainda de que estamos no caminho certo.
E: Existe alguma entrevista marcante na trajetória do programa? Qual?
G: Com certeza o episódio da Val Pinheiro, com a participação da Raissa, minha irmãzinha com Síndrome de Down. Ela é muito fã da Val Pinheiro e, nesse dia, chamei a Raissa para apresentar o programa comigo. Porém, falamos que a convidada principal seria outra pessoa e, sem saber que a Val entraria no estúdio, ela que fez a chamada.
Recebeu a notícia no ao vivo e ela se emocionou quando soltamos o VT da Val Pinheiro. O encontro foi emocionante.
Mas outro episódio que marcou bastante também foi o do nosso primeiro especialista, o Dr. Renan Botelho. Foi quando tivemos a maior audiência no ao vivo e ainda tiramos nosso corte com maior visualização, chegando a mais de 16 milhões no Instagram.
E: Como você escolhe os convidados e os assuntos que serão tratados?
G: Nós duas gostamos muito de todo tipo de conteúdo. Toda história bem contada vira uma história interessante. Nosso ponto de partida é sempre o que a gente gostaria de saber e aprender.
Eu e a Débora, apesar de termos gostos bem parecidos, alguns são bem diferentes. Então, se ambas acham o assunto interessante, é bem provável que o público também vai curtir. Então mesclamos convidados da mídia, da música, de assuntos gerais e claro, focando sempre nas curiosidades, história e bastidores.
E: Quais são seus planos futuros para o programa e para sua carreira como apresentadora e atriz?
G: Espero receber convites, ser cada vez mais vista e reconhecida pelo meu trabalho no mercado audiovisual. Quanto ao programa, o meu maior desejo é que ele cresça e chegue ao máximo de pessoas possíveis, até porque acreditamos muito no nosso conteúdo.
Como atriz, venho me preparando e estou aberta a oportunidades. Eu vou vivendo um dia de cada vez e tentando ser a minha melhor versão hoje. Tenho tantos sonhos e é uma delícia pensar em cada um deles, mas sei que tudo na vida tem um processo. Primeiro temos que plantar, fazer o nosso melhor e aguardar a colheita.
Então com o que eu tenho hoje, o que posso fazer? Me preparar como se fosse um jogo. A bola tá rolando e não é todo dia que ela cai no nosso pé. Quando ela cair, o chute tem que ser direto pro gol!
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Texto revisado por Luiza Carvalho