Foto: divulgação/Everaldo Rodrigues

Entrevista | Hugo Bonemer fala sobre seu personagem em musical

O ator contou como conseguiu o papel e como foi a preparação

 

Uma carta, um suicídio e várias controvérsias, é assim que a história de Querido Evan Hansen começa – o musical da Broadway de grande sucesso da última década. Encenado em vários países da América do Norte e da Europa, a peça chegou este mês pela primeira vez ao Brasil.

Estrelado por Gab Lara (como Evan Hansen) e Hugo Bonemer (interpretando Connor Murphy), o espetáculo traz uma reflexão sobre a vida. Uma história tocante e sensível que já atraiu milhões de espectadores afora, e agora está pronta para mexer com o coração dos brasileiros também.

Entre uma apresentação e outra, o ator Hugo Bonemer conversou com o Entretetizei sobre o seu personagem, como conseguiu o papel e quais são os seus desejos para o futuro.

Entretetizei: Você já tem uma bagagem quando o assunto é musicais. O que faz Querido Evan Hansen ser diferente dos outros?

Hugo Bonemer: São poucos personagens e todos muito bem desenvolvidos. Isso faz da experiência algo mais estimulante para o público e os atores. Com todo mundo tendo espaço para poder colocar a criatividade em cena, o público tem a chance de acompanhar várias narrativas interessantes ao mesmo tempo.

E: Como foi o preparo para fazer o Connor? Como ele chegou até você?

HB: Escrevi na caruda para a Renata Borges Pimenta (produtora) pelo Instagram, mostrando interesse em fazer o musical e ela foi gentil, me sugerindo pedir diretamente ao Tadeu Aguiar (diretor do espetáculo). E enfatizou: “Insista se é seu sonho.” Mas o Tadeu logo tirou meu cavalo da chuva! Ele disse que iria escalar um elenco bem mais jovem. Fui então viver a vida e fechei um outro musical que estrearia em São Paulo.

Preparei minha mudança de cidade, anunciei ao proprietário a saída do apartamento. Eis que… para minha surpresa, as primeiras escolhas não ficaram no projeto e eu recebi então uma ligação inesperada do Tadeu me oferecendo o Connor.

Minha intuição me apontou que não desse uma negativa de cara. Pedi um tempo e corri para ligar pra outra produção, que foi super-honesta: “Aceite agora a oferta do Tadeu, tivemos uma negativa do patrocinador principal e vamos adiar o projeto!”. E foi desse jeitinho que agora estou vivendo um dos momentos mais felizes.

Estou adorando trabalhar com o Tadeu, direção mega objetiva e com muito respeito à criatividade do ator. E a equipe que ele escolheu é bem especial mesmo. Além disso, elenco pequeno é tudo de bom. Por isso que eu falo: às vezes, não somos a primeira escolha, mas todo mundo gosta de trabalhar com quem está muito afim. Não podemos ter medo de demonstrar interesse no que sonhamos.

Foto: divulgação/Everaldo Rodrigues

E: Essa é a primeira vez que a história é contada aqui no Brasil. O curioso é que, em todas as versões, os personagens adolescentes são retratados por adultos. Você tem alguma teoria sobre isso?

HB: Não tenho nenhuma. Acho só coincidência. Na Broadway, já teve elenco de 26 e de 18… Sei que talvez eu seja o Connor mais velho (risada). Fui chamado com quase 40 anos pela confiança de que eu passaria por 17 [anos] no palco se trouxesse a energia da juventude para minha atuação.

E: Acha que tem alguma similaridade entre você e o Connor?

HB: Várias. Não só comigo, mas com todo mundo. Aquele buraco na alma que todo mundo tem… Que não preenche nem com comida, nem sexo, nem dinheiro, nem espiritualidade e muito menos drogas. Aquele vazio que só se preenche com contato humano de qualidade, troca de afeto e convivência em família e em sociedade.

O Connor não aguentou conviver com o vazio dele. Meu desafio na peça é pular no meu próprio vazio, deixar a plateia se identificar e depois sair dele bem rapidinho.

E: Tem algum musical que você ainda sonha fazer?

HB: Querido Evan Hansen está sendo um sonho e, neste momento, venho captando para dois outros projetos autorais de teatro musical com composição minha. Estou em busca de empresas que invistam nesse próximo sonho.

E: Você é um multiartista: atua, produz, dirige, dubla, canta… Tem alguma coisa que ainda queira aprender?

HB: Quero aprender a fazer o que for com menos esforço, menos ansiedade, mais dinheiro e cada vez mais leveza. Será que consigo?

E: Qual mensagem você deseja deixar para o mundo através da sua arte?

HB: Se tudo der certo, temos aí uns 80 anos para fazer escolhas divertidas e que façam bem pra gente e para os outros. Bora escolher bem?

Querido Evan Hansen

Criada por Benj Pasek e Justin Paul, a trama conta a história de Evan Hansen, um estudante do ensino médio que não é popular na escola e sofre de transtorno de ansiedade. Até que, por conta de várias situações, ele se torna reconhecido entre seus colegas e se vê no meio de grandes mentiras.

Além de Gab Lara e Hugo Bonemer, o elenco também conta com Vanessa Gerbelli, como Heidi Hansen, Thati Lopes, sendo Zoe Murphy, Mouhamed Harfouch, como Larry Murphy,  Flavia Santana, interpretando Cynthia Murphy, Gui Figueiredo, sendo Jared Kleinman e Tati Christine, como Alana Beck.

O que você achou da entrevista? Conta pra gente nas redes sociais do Entretê (Instagram, Facebook, X) e nos siga para ficar por dentro das novidades do cinema e do entretenimento!

Leia também: Entrevista | Carolina Romano fala sobre sua nova peça Exausta, em Cena

Texto revisado por Bells Pontes

plugins premium WordPress

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Acesse nossa política de privacidade atualizada e nossos termos de uso e qualquer dúvida fique à vontade para nos perguntar!