O autor revela detalhes sobre sua obra Nunca Vi a Chuva, e fala sobre sua participação no livro Finalmente 15
O Clube do Entretê, durante a Bienal do Livro no RJ, entrevistou o talentoso Stefano Volp – um contador de histórias extraordinário.
Para começar, ele nasceu em Vitória, no Espírito Santo, e se tornou um autor e artista versátil, cuja paixão pela narrativa é incomparável.
E como Volp é formado em jornalismo, ele deixou sua marca com a publicação de obras notáveis, na qual destacamos O Segredo das Larvas – uma distopia que, de forma profunda, explora questões de racismo e opressão social – e Homens Pretos (Não) Choram – uma obra, com crônicas, que apresenta uma visão perspicaz e contemporânea sobre a masculinidade, dando um foco especial nas experiências dos homens negros.
Além disso, é idealizador do Clube da Caixa Preta – um clube de leitura online, que resgata contos clássicos escritos por autores negros nos últimos séculos.
Experiência e talento que ultrapassa a literatura
E quem disse que Volp se limita apenas à escrita? Com experiência na Academia Internacional de Cinema, ele é um roteirista de talento inegável, dispondo de colaborações em projetos renomados. Aliás, seu trabalho no Proteja os Seus Sonhos (série de três curtas-metragens) é um exemplo notável de seu compromisso com a arte da narrativa visual.
Portanto, se você é um apreciador de histórias envolventes, escritas por um autor de grande talento, e se deseja mergulhar em mundos fictícios que cativam e instigam a imaginação… conheça um pouco mais do autor na entrevista a seguir:
Um evento literário que ultrapassou as expectativas
Nesta entrevista exclusiva, realizada pela repórter Bia Neves, com o autor Stefano Volp, exploraremos suas principais fontes de inspiração que desempenharam um papel fundamental em sua carreira como escritor e roteirista.
Além disso, ele revela detalhes sobre sua obra Nunca Vi a Chuva, e um pouco do seu conto que faz parte do livro Finalmente 15, publicado pelo Grupo Editorial Record.
Clube do Entretê: Olá, Volp! É um prazer tê-lo aqui. Para começar, você pode nos contar um pouco sobre sua experiência, até agora, na Bienal? Está correspondendo às suas expectativas?
Stefano Volp: Olá! Está sendo uma experiência incrível na Bienal. É a primeira vez que vejo uma Bienal com um público tão diversificado e apaixonado. Estou realmente impressionado com o número de pessoas e o entusiasmo delas. Com certeza, está superando minhas expectativas.
A inspiração por trás da escrita
Clube: E falando em expectativas, quais são suas maiores inspirações para sua escrita? Há algum autor ou experiência pessoal que o influencie significativamente?
Volp: Minha maior inspiração é, e sempre será, a autora Conceição Evaristo. Ela teve um impacto profundo na minha escrita, especialmente para o livro Homens Pretos (Não) Choram. Conceição Evaristo é uma verdadeira influência para mim.
Clube: Falando sobre sua obra Nunca Vi a Chuva, pode nos contar como teve a ideia para escrevê-la e quais foram suas inspirações?
Volp: Nunca Vi a Chuva é um livro que lancei, originalmente, em 2017, como autor independente. Agora, está sendo relançado em uma edição totalmente nova. A ideia para o livro surgiu após assistir ao documentário Twinsters, que trata da adoção e da separação de irmãos. Isso me comoveu profundamente, especialmente porque ainda acontece muito no Brasil. O livro conta a história de gêmeos separados que se encontram, por acaso, na internet e mudam suas vidas.
Clube: E sobre o conto que você contribuiu para Finalmente 15, chamado Menina Moça. Como recebeu o convite e qual foi a inspiração por trás dele?
Volp: Recebi o convite para contribuir com Finalmente 15 de forma um tanto inesperada, quase nos momentos finais. Fiquei muito feliz com a oportunidade. O conto Menina Moça fala sobre gravidez na adolescência, uma temática que me afetou pessoalmente, com minha irmã enfrentando essa situação durante o ensino médio. O conto aborda a história de Júlia, que sofre um aborto espontâneo no banheiro da escola. É uma narrativa forte, mas também carrega uma mensagem de esperança.
Clube: Se você pudesse encontrar e conversar com um personagem de suas obras por uma hora, qual escolheria e por quê?
Volp: Ah, definitivamente, eu escolheria conversar com Sky, de O Beijo do Rio. Adoro a perspectiva dela sobre o mundo, sua fala sarcástica e a maneira como ela observa as coisas.
O impacto gratificante da interação com os leitores e futuros projetos literários
Clube: E quais são seus futuros projetos? Algum novo gênero literário, ou alguma história que está ansioso para explorar?
Volp: Minha escrita é sempre diversificada, e estou, constantemente, evoluindo. Atualmente, estou trabalhando em um livro que aborda a questão da violência doméstica, um tema que ainda não explorei em meus romances. Além disso, há o relançamento de O Segredo das Larvas, uma distopia que publiquei, em 2019, pela Galera Record. Há muitas histórias emocionantes vindo por aí.
Clube: Vimos que você está recebendo muita atenção e carinho dos leitores aqui fora. Como é a experiência de interagir com seu público e ver o impacto que seu trabalho tem nas pessoas?
Volp: É uma experiência incrivelmente gratificante. Sempre encaro esses momentos como uma troca, onde recebo tanto quanto dou. É maravilhoso ver pessoas de diferentes origens e idades se conectando com minhas histórias. É um sonho se tornando realidade.
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*Crédito da imagem em destaque: Entretetizei