Multiartista fala sobre os bastidores de Volta Por Cima e a representatividade amarela no audiovisual brasileiro
Apesar de ocupar o posto de terceiro maior consumidor de K-dramas do mundo, o Brasil ainda tem poucos cenários audiovisuais ocupados por atores de ascendência asiática. Na contramão dessa realidade, Gabi Yoon é um dos expoentes que vêm conquistando espaço na TV nacional e fortalecendo a representatividade amarela.
Yoon nasceu na Coreia do Sul e faz questão de honrar suas raízes, mas inegavelmente carrega uma alma brasileira — não à toa ela se autoproclama korean girl from Brazil (garota coreana do Brasil). Outro aspecto crucial na trajetória da artista é a versatilidade: além de atriz, Gabi é dançarina, cantora e compositora.
Desde o final de setembro, o talento de Yoon alcançou novas projeções nas telas da Globo. Na atual novela das sete, Volta Por Cima, a atriz dá vida a sensível e carismática Yoo-Na, participando de um K-drama fictício inserido na trama principal.
“Estou muito feliz. Realizando meu sonho de atriz já seria um bom motivo [para comemorar]. E ainda estar na Globo. Esperei muito por esse momento e está sendo mágico”, revelou sobre o papel, que também marca sua estreia na TV aberta.
Em entrevista ao Entretetizei, Gabi Yoon analisa o sucesso da produção, compartilha seus processos criativos como atriz e conta o que ainda espera da vida de artista. Confira na íntegra abaixo!
Entretetizei: Sua personagem em Volta Por Cima é descrita como uma moça alegre e de bom astral, ou seja, aquela que vira queridinha do público por fazer toda a diferença na narrativa. O que podemos esperar ver na trajetória da Yoo-Na?
Gabi Yoon: Yoo-Na é um amor! É aquela pessoa que parece um algodão doce, sabe? Expressiva e alegre, desejando o bem de todos e paz mundial. Agora, teremos a Min-Ji – minha outra personagem – que é a atriz que vive a Yoo-Na. Encontros inusitados virão! Fiquem de olho, gente!
E: Uma novidade marcante de Volta Por Cima é a inserção de um K-drama – que, inclusive, conta com a sua participação – dentro da trama principal. Como tem sido a experiência de protagonizar um movimento tão importante para a representatividade amarela e a dramaturgia brasileira?
GY: Cada vez mais tem aumentado a onda do K-drama, e a importância da representatividade também tem sido cada vez mais falada e notada. A nossa autora Claudia Souto teve essa ideia tão criativa que, não só retratou o fenômeno de forma carinhosa, mas abriu espaço para artistas como eu. Além disso, temos outros atores amarelos compondo elenco, sem ser estereotipados, sendo brasileiros assim como é a nossa sociedade na vida real.
Acredito muito que essa representatividade pode salvar sonhos. Ouvi de muitos brasileiros com ascendência asiática que desistiram do sonho e seguiram outro rumo, porque achavam que era impossível ser ator/artista no Brasil. Não é triste isso? Eu mesma já tive fases que cheguei a fazer audições na Coreia achando que, para ser artista, teria que ser lá. Estou muito feliz que as coisas estão mudando e posso contribuir para isso.
E: Segundo o próprio elenco, o humor é um elemento fundamental na construção da novela. Curiosamente, também em 2024, você trabalhou com comédia pela primeira vez na segunda temporada da série Tem Que Suar. Dá para dizer que esse gênero de produção se tornou um dos seus favoritos?
GY: Humor não só é fundamental na construção da novela, mas para vida. Amo muito. Tive uma energia muito boa em Tem Que Suar também. E aprendi muito com meus colegas. Quando se trata de produção audiovisual, gosto muito de outros gêneros também e é difícil escolher um favorito. Mas, sim, humor com certeza não pode faltar.
E: Alguns atores fazem rituais de preparação antes de interpretarem seus papéis, como, por exemplo, criar playlists com músicas que se relacionam com cada história. Você também tem um jeito próprio de se conectar com suas personagens?
GY: Sim! Faço um moodboard da personagem, com inspirações em imagem. Recentemente, comecei a fazer [planilhas de] Excel com as cenas e falas. Às vezes, tento estudar as falas em inglês ou coreano para ver como seria se fosse em outro idioma e ver se poderia ter outros caminhos.
E: Nos últimos anos, você participou dos filmes Mar de Dentro e 7 Prisioneiros. Pretende integrar o elenco de novas produções para o cinema ou a televisão conquistou seu coração de vez?
GY: Estou amando fazer a novela [Volta Por Cima]. É uma outra pegada. Estou aprendendo bastante e agradecendo diariamente. Só que estou com muita sede ainda. Quero experimentar e viver mais vida como atriz. Seja na TV, no cinema ou afins. Quero continuar sendo atriz.
E: Além de atriz, você também é intérprete, dançarina, cantora e compositora. Como essa versatilidade influencia sua vida e carreira?
GY: Já tive fases que achei que era necessário segregar, vestindo chapéus diferentes, com personas diferentes. Logo, percebi que não era possível, pois sou uma pessoa só. No fim, vi que cada coisa agrega e ajuda em outra. São pontos que vivi e desenvolvi com paixão e, hoje, sinto que esses pontos se interligam entre si, compondo a Gabi Yoon de hoje.
E: Falando nisso, como anda sua relação com a música? Podemos esperar novos lançamentos ou projetos em breve?
GY: Sempre gostei muito! Apesar do meu foco hoje ser a carreira de atriz, já sonhei em ser uma diva pop quando era criança. Sobre novos projetos na música, escrevi algumas trilhas na novela [Volta Por Cima]! Entre elas, My Navigator e Aerimage já foram ao ar. E foi muito emocionante acompanhar. Deu até uma leve sensação de realização do meu sonho de criança, sabe?
E: Sendo um expoente de múltiplos talentos, o que você ainda quer realizar e conquistar? Onde se imagina daqui a dez anos?
GY: Estou muito feliz e focada na minha carreira de atriz. Quero viver mais isso. Daqui a dez anos, talvez continue sendo uma atriz feliz, só que com filhos?
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Texto revisado por Karollyne de Lima.