Esqueça os tons sóbrios e os looks sem graça, a tendência para 2025 é pura autenticidade
Clean girl aesthetic? Nada disso! Se o ano passado foi marcado pelas microtrends, 2025 já começou cheio de estilo e personalidade. É a vez da boêmia, criatividade e dos acessórios maxi. O boho chic e o maximalismo dão as caras no street style e na rotina de ícones fashion dentro e fora da internet. Você já conhece essa tendência?
O que começou com as criações de Chemena Kamali para a Chloé em setembro de 2024, caiu no gosto do público. O relatório do Pinterest Predicts 2025 mostrou que o termo looks boho teve um aumento de 755%. Já no Google Trends, as pesquisas por boho chic e termos correlatos, desde marcas até peças de vestuário específicas, crescem a cada dia.
Se engana quem pensa que é a primeira vez que presenciamos esse fenômeno! O boho chic ganhou força no início dos anos 2000, com nomes como Sienna Miller e as gêmeas Olsen, que abusavam de blusas volumosas, coletes, faixas de cabeça e joias sobrepostas em seus looks. A moda boêmia, entretanto, remonta há mais de 200 anos — com faíscas na década de 1850, quando o movimento decolou no Quartier Latin de Paris.
O termo boho é uma abreviação de bohemian, boêmio em português. É um estilo que se traduz na bagunça, na vida desapegada e no improviso. Teve seu auge nos anos 1970, em meio aos movimentos de contracultura e de autoexpressão de artistas, intelectuais e jovens alternativos. Nomes como Janis Joplin, Cher e Jimi Hendrix são grandes expoentes do estilo.
O excesso característico é uma união da estética hippie, folk, gipsy, grunge e do western em uma mistura de estampas, texturas e acessórios. A boêmia conversa com a fluidez e a liberdade na escolha da vestimenta. Para compor um modelito boho chic é preciso focar em peças sobrepostas, franjas, crochês, rendas, cintos, transparências, babados, botas, vestidos e saias leves.
O maximalismo, por sua vez, é um movimento artístico e cultural que se caracteriza pelo excesso, não apenas em acessórios ou itens de moda em tamanhos maxi. É um fenômeno que se arrisca em combinações inesperadas, acessórios excêntricos e um mix de sentimentos, estampas, humores, silhuetas e peças vintage e atuais. Tudo maximizado – tanto na quantidade, quanto nos tamanhos.
Longe de ser uma receita, o estilo maximalista é plural, livre e, acima de tudo, exagerado. Em 2025, sua essência é direcionada na quantidade e nos acessórios, principalmente. Das sobreposições até os anéis, a escolha de cores e as texturas ao montar um visual. Assim como o boho, nasceu da contracultura e, hoje, andam de mãos dadas quando o assunto é autenticidade na hora de se vestir.
Sabemos que a moda é cíclica, que tudo o que já foi tendência uma hora volta aos holofotes. Algo fundamental sobre a ascensão de estilos tão expressivos quanto esses é que existe um padrão. É preciso entender o contexto no qual essas trends estão inseridas para poder entender – e abraçar – o seu retorno. Geralmente, em eras de repressão e grandes acontecimentos globais que geram algum tipo de desconforto ou descontentamento, a arte e a forma como nos comunicamos ao mundo falam mais alto.
Atualmente, presenciamos um período de recessão global. Isso vai desde os preços altíssimos nos supermercados até a ascensão de governos totalitários. A moda, com o seu papel histórico, político e criativo, é uma resposta ao cenário em que nos inserimos. Por isso as cores, as estampas e a necessidade de externar aquilo que se sente.
Coco Chanel uma vez disse: “A moda não está apenas em vestidos. A moda está no céu, na rua, a moda tem a ver com ideias, com o jeito que vivemos, com o que está acontecendo”.
O boho chic e o maximalismo voltaram às passarelas no fim de 2024, com a apresentação das coleções de verão. Marcas como Chloé, Isabel Marant e Stella McCartney desfilaram o que há de mais atual no estilo boêmio repensado para os dias atuais. O “mais é mais” fica por conta das silhuetas, texturas e da ousadia nos acessórios — os destaques para a volta triunfal do maximalismo ficam com Alaïa, Tom Ford e Schiaparelli, que trouxeram a exuberância para o Paris Fashion Week.
E você, quer acrescentar as tendências das semanas de moda no dia a dia? Aqui vão algumas dicas:
- Sobreposições e proporções – Não tenha medo de apostar em peças com proporções amplas e exageradas ou mesmo misturar diferentes texturas. A dica aqui é trazer uma terceira peça para o seu look! E, claro, arriscar-se no mix de acessórios é indispensável.
- Fluidez nunca sai de moda – Os vestidos longos e esvoaçantes continuam sendo um símbolo do boho chic e as saias, que brincam com a silhueta e os comprimentos, são ótimas peças-chave para um look maximalista. O segredo é saber fazer uma base bem feita e acrescentar toques pessoais em cada aspecto da sua composição. As batas e os conjuntos são mais que bem-vindas para completar o visual!
- De olho no street style – Por que não misturar elementos diferentes num só outfit? As fashion weeks nos mostraram que o sportswear e o western andam lado a lado com o boho chic e maximalista. Elementos como shorts esportivos, cintos pesados, botas, slip dress e coletes estão presentes dentro e fora da passarela. Use a sua criatividade e explore seu guarda-roupa!
- Um toque de elegância e personalidade – Se o boho e o maxi pudessem se fundir, o resultado seria os detalhes luxuosos e ornamentados, como bordados, franjas, rendas e estampas divertidas. Não tenha medo de misturar os tecidos e as texturas, como couro, seda e lã, para criar um visual único.
- Acessórios? Sim, por favor – Anéis, pulseiras, lenços e, claro, cintos não podem faltar. As peças simples podem se sobrepor e os tamanhos maxi falam por si só. As botas e sapatilhas também têm chamado a atenção das fashionistas, fique de olho!
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Texto revisado por Alexia Friedmann
