A Última Floresta: Festival de Berlim seleciona filme brasileiro

A Última Floresta denuncia descaso com indígenas Yanomami ao longo dos séculos, que foi agravado no atual governo

O filme A Última Floresta, dirigido por Luiz Bolognesi, foi selecionado para a mostra Panorama do Festival de Berlim 2021. A produção é responsável pelo retorno do diretor à mostra Panorama depois de exibir o premiado Ex-Pajé, em 2018. Bolognesi assina o roteiro do filme com Davi Kopenawa Yanomami, líder político, escritor e xamã yanomami. 

A Última Floresta retrata o cotidiano da tribo Yanomami, que vive isolada na Amazônia. O xamã Davi busca proteger as tradições e contá-las para o homem branco que, segundo ele, nunca os viu, nem os ouviu. Diante disso, Kopenawa tenta manter vivos os espíritos da floresta e luta com os demais indígenas para que os invasores do garimpo sejam retirados do território legalmente demarcado. 

Bolognesi afirma que se apaixonou pela história de Kopenawa ao ler seu livro A queda do céu: Palavras de um xamã yanomami. A partir disso, Luiz o convidou para escrever o roteiro do longa-metragem. “Acredito que o mais interessante foi construir a história com o xamã Davi e fazer as escolhas narrativas com os Yanomami, incorporando o ponto de vista mágico deles sobre os acontecimentos.”

A situação dos povos indígenas no Brasil é muito grave e essa indicação para a mostra Panorama do Festival de Berlim traz visibilidade internacional ao problema. Além disso, divulga para o mundo todo esse projeto cinematográfico que mostra um pouco mais das raízes do Brasil. 

O evento acontece de 1º a 5 de março, e de 9 a 20 de junho de 2021, em formato híbrido (online e presencial), sendo em março fechado para o mercado. O filme, produzido pela Gullane e Buriti Filmes, tem distribuição da Gullane e estreia nos cinemas brasileiros no segundo semestre deste ano.

Reprodução: Divulgação Fábio Guinalz/Fotoarena/VEJA

Conheça Luiz Bolognesi: 

  • Roteirista premiado, escreveu e dirigiu o longa-metragem de animação Uma História de Amor e Fúria (2013), vencedor do prêmio Cristal de Melhor Longa Metragem em Annecy. O filme foi exibido nos cinemas de seis continentes e premiado nos festivais de Tóquio, Shanghai, Atenas, Bordeaux, Strasbourg, Buenos Aires e pela Academia Brasileira de Cinema.
  • O documentário Ex-pajé, onde assina o roteiro e a direção, recebeu o prêmio especial do júri nos festivais de Berlim e Chicago, prêmio da Crítica no Festival É Tudo Verdade, além de outros prêmios nacionais e internacionais. 
  • Também fazem parte de seu currículo como diretor e co-diretor, obras como o curta Pedro e o Senhor, Cine Mambembe, O Cinema Descobre o Brasil, A Guerra dos Paulistas, Lutas.doc, Educação.doc, Juventude Conectada e Guerras do Brasil.doc.
  • Assina os roteiros dos filmes Bicho de Sete Cabeças, O Mundo em Duas Voltas, Chega de Saudade, Terra Vermelha, As Melhores Coisas do Mundo, Amazônia, Planeta Verde, Elis e Bingo – O Rei das Manhãs.
Reprodução: Divulgação Daniel Klajmic / Prodigo

Conheça Davi Kopenawa Yanomami:

  • É xamã e porta-voz do povo Yanomami.  Por 25 anos, liderou incansavelmente a longa campanha nacional e internacional para garantir os direitos à terra dos Yanomami, pela qual ganhou reconhecimento em todo o mundo e em seu país natal, o Brasil.
  • Em 1983, Davi começou a lutar pelo reconhecimento da vasta área habitada pelos Yanomami.  A área Yanomami foi oficialmente reconhecida pelo governo brasileiro pouco antes de sediar a primeira Cúpula da Terra da ONU no Rio de Janeiro, em 1992.
  • Durante os anos 1990 e início dos anos 2000, Davi fez muitas viagens ao exterior para se reunir com órgãos governamentais e ONGs, a fins de arrecadar fundos para projetos vitais de saúde e educação com os Yanomami, bem como para expor as ameaças contínuas de garimpeiros, colonos e fazendeiros. 
  • Em 1989, Davi ganhou o prêmio UN Global 500. Davi foi agraciado, em 1999, com a Ordem do Rio Branco pelo presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso. O júri do prêmio espanhol Bartolomé de las Casas concedeu, em 2008, uma Menção Honrosa. Em 2012 a Câmara Municipal de Boa Vista (RR) premiou Davi com a Honra ao Mérito. Em 2019, recebeu o prêmio Right Livelihood por seu trabalho na proteção do meio ambiente.  Esse ano, ele se tornou membro da Academia Brasileira de Ciências. 

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*Crédito da foto de destaque: Divulgação

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