Glauber Rocha foi o cineasta que trouxe uma nova perspectiva ao cinema brasileiro
O cinema brasileiro já passou por altos e baixos, momentos de glória e ostracismo. No entanto, a produção de filmes no Brasil foi extremamente importante. Não só para difundir a nossa cultura pelo mundo, mas também para expor e fazer o público refletir sobre diversas mazelas sociais.
Desse modo, um nome que revolucionou o cinema brasileiro e que influencia cineastas até hoje é o de Glauber Rocha. O artista nasceu na Bahia, mais especificamente em Vitória da Conquista, no ano de 1949.
Glauber Rocha era um visionário e: logo nos seus primeiros filmes foié possível notar a sua preocupação em denunciar a miséria do povo brasileiro. Além disso, o cineastaGlauber Rocha buscava romper com os padrões mercadológicos da indústria cinematográfica.
Se estivesse vivo, hoje estaria completando 82 anos. Então, para homenagear o artista, nós elaboramos essa matéria para vocês o conhecerem melhor.
Vamos lá?
Cinema Novo
Na década de 50, os cineastas desejavam construir um cinema genuinamente brasileiro. Ou seja, queriam produzir um cinema fora dos padrões de Hollywood. Então, influenciados por artistas europeus, jovens diretores foram a campo para representar a realidade do povo.
Foi o caso de Nelson Pereira dos Santos, diretor do filme Rio 40 Graus, que conta a história de cinco meninos que moram em uma favela no Rio de Janeiro e ganham a vida vendendo amendoim. E de Glauber Rocha, que representou o Brasil no Festival de Cannes com o filme Deus e o Diabo na Terra do Sol.
Estética da fome
Estética da fome é um termo que surgiu no mundo cinematográfico pela primeira vez em 1965. Desse modo, se trata de um manifesto escrito por Glauber Rocha, que diz que o que une o povo brasileiro é a fome. Assim, ele tenta desvendar os motivos de tantas desigualdades sociais, não só no Brasil, mas em toda América Latina.
Ou seja, os filmes eram densos e não tinham pudores ao retratar a realidade difícil do povo. Nos últimos anos, outros filmes foram influenciados por essa ideia. Como por exemplo, Cidade de Deus, Central do Brasil e Bacurau.
Cinema experimental
Como desejava romper com os padrões mercadológicos do cinema, Glauber Rocha construiu um jeito diferente de realizar seus filmes. Então como uma câmera na mão, ele fazia inúmeras experimentações, denunciando os problemas de uma forma mais crua.
Deus e o Diabo na Terra do Sol
Esse talvez seja o seu filme mais importante. O longa-metragem é de 1964 e faz uma extensa crítica à exploração do trabalhador, do descaso com a população nordestina e à manipulação feita por líderes religiosos. Conta a história de um casal de sertanejos,: Rosa (Yoná Magalhães) e Manuel (Geraldo del Rey), que precisam fugir após Manuel assassinar o patrão.
Reconhecimento
Em 1969, o Festival de Cannes exibiu o filme O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro e Glauber recebeu o prêmio de melhor diretor. Ele também recebeu outros reconhecimentos por seu trabalho em premiações internacionais. Inclusive, esteve presente no filme do cineasta francês Jean Luc-Godard, Vent d’Est.
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*Crédito da foto de destaque: Reprodução