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Foto: Entretizei

Do slasher ao cósmico: glossário dos subgêneros do terror

Uma lista com os diferentes estilos de filmes de horror e indicações para assistir

O terror é um dos principais gêneros do cinema e da literatura há mais de um século. Por isso, por mais que algumas pessoas prefiram passar longe de produções amedrontadoras, outras são verdadeiras amantes do horror, e dedicam parte da vida para apreciar produções dos mais variados estilos que o gênero pôde proporcionar ao longo de sua existência.

E em mais de 100 anos de história, o terror adquiriu muitos subgêneros que, com o tempo, também se subdividiram em outras temáticas ainda mais específicas. E cada subgênero é dotado de um universo de narrativas, características e propostas. Dessa forma, aqui está um glossário dos principais subgêneros do terror, todos eles com indicações para quem quiser enriquecer a lista de filmes da spooky season.

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Foto: reprodução/Flim/O Massacre da Serra Elétrica (1974)
Começando pelo básico

Antes de tudo, é importante entender mais a fundo a diferença entre terror, horror e suspense. Por mais que os termos pertençam à mesma esfera, eles se referem a diferentes momentos e sensações.

Terror: uma sensação que provoca medo e é capaz de aterrorizar, muitas vezes por conta de uma expectativa de algo assustador. O terror está na apreensão e no medo do desconhecido. É aquele desconforto que sentimos antes do jump scare.

Horror: é o efeito do medo causado após o terror. Ele surge depois que o terror passa, e no momento em que acabamos de observar ou vivenciar algo horrível. Muitas vezes, está atrelado aos sentimentos de abominação por algo repugnante. É o famoso “que horror!”.

Suspense: anda em conjunto com o thriller, e pode ser entendido como um elemento utilizado para dar tensão à história. O suspense está muito atrelado à atmosfera do filme, e não exatamente uma sensação que sentimos.

Todos os três são ferramentas de construção do medo.

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Foto: reprodução/Flim/Hereditário (2018)
Vamos ao que interessa: glossário dos subgêneros do terror
Terror sobrenatural

Um dos principais subgêneros do terror, e arrisco dizer que é um dos que mais amedronta o público. Isso acontece porque o sobrenatural envolve elementos que vão além da explicação, e que não costumam ter uma forma física, como o paranormal.

Nesse campo estão seres demoníacos, espíritos, fantasmas, maldições etc. Em outras palavras, tudo aquilo que nos faz dormir com a luz acesa durante a noite. Algumas indicações de terror sobrenatural são: Sobrenatural (2010), Invocação do Mal (2013) e O Exorcista (1973).

Indicação para fugir do óbvio: A Casa Sombria (2020). Um achado no catálogo da Disney+.

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Foto: reprodução/Flim/O Exorcista (1973)
Terror adolescente/Teen

Esse é aquele para você questionar a inteligência do adolescente que ouve um barulho e vai verificar o que é. O subgênero de terror teen engloba todos os filmes que estão ambientados no universo adolescente e universitário.

Grande parte das produções são sobre um assassino que ameaça a integridade dos jovens, mas também é possível encontrar outras temáticas que envolvem diretamente a essência da juventude. Por isso, está liberado desde serial killers até demônios, vampiros, ETs… Algumas indicações de terror adolescente são:  a trilogia Rua do Medo (2021), A Babá (2017) e A Hora do Pesadelo (1984).

Indicação para fugir do óbvio: Raw (2016). Nada melhor do que se descobrir na juventude experimentando coisas novas. Vegetarianos, passem reto.

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Foto: reprodução/Flim//A Hora do Pesadelo (1984)
Slasher

O reizinho dos subgêneros de terror! O slasher são todos os filmes com um enredo centrado em um assassino psicopata que persegue e mata um grupo de pessoas, geralmente jovens.

O slasher teve seu auge nas décadas de 70 e 80, mas permanece vivo mesmo após algumas crises do terror. O subgênero nunca perde a fama, e cada era tem um mascarado favorito. Alguns filmes slasher são: Pânico (1996), O Massacre da Serra Elétrica (1974), Halloween (1978) e Sexta-feira 13 (1980).

Indicação para fugir do óbvio: Noite do Terror (1974).

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Foto: reprodução/Flim//Pânico (1996)
Gore/Splatter

Sangue, sangue e mais sangue. O gore é conhecido por retratar de forma gráfica o sofrimento através da violência física. Aqui, o conceito de horror trabalha muito para transmitir a reação visceral do público.

O splatter ganha ainda mais destaque quando capricha nos efeitos práticos, e o subgênero tem voltado com tudo para os cinemas nos últimos anos depois de ter uma ascensão no início dos anos 2000. Alguns exemplos de gore são: Jogos Mortais (2004), O Albergue (2005) e Terrifier (2016).

Indicação para fugir do óbvio: Fome Animal (1992). Esse pode ser além da conta no gore. Por isso, vá com o estômago vazio, e não diga depois que não avisei.

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Foto: reprodução/Flim/O Albergue (2005)
Body horror

Se assemelha muito ao gore (e pode ser entendido como uma ramificação do já ramificado subgênero), porém o body horror tem a proposta de explorar mais o corpo humano através da mutilação, deformação ou transformação.

O subgênero está em alta após o lançamento de A Substância (2024), então isso pode ser o momento perfeito para explorar a temática, que provoca o horror através da sensação de aversão. Algumas indicações são: Titane (2021), A Mosca (1986) e Martyrs (2008).

Indicação para fugir do óbvio: Crimes do Futuro (2022). Muitos não curtem a trama do filme, mas é impossível negar que o body horror está com tudo.

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Foto: reprodução/Flim//Crimes do Futuro (2022)
Found footage

O found footage é o preferido de muitos fãs do terror, e tem uma temática de filmagens encontradas que trazem realismo à história. São câmeras tremidas, ângulos amadores e uma narrativa dotada de espontaneidade para fazer o público duvidar sobre a veracidade.

Hoje em dia é um subgênero produtor de muitos filmes clássicos, mas muitos outros não tão bons assim. O found footage teve seu auge nos anos 2000, mas ainda é possível encontrar boas produções que ainda conseguem transmitir medo. Alguns exemplos do subgênero: A Bruxa de Blair (1999), REC (2007), Atividade Paranormal (2007) e Creep (2014).

Indicação para fugir do óbvio: Marcas da Maldição (2022). Um ótimo achado que estava às escondidas na Netflix.

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Foto: reprodução/CinePOP/Creep (2014)
Thriller

Muita gente acredita que o thriller pode não se enquadrar dentro do gênero terror, mas ele merece um espacinho especial por aqui, já que muitos filmes utilizam do suspense para criar ainda mais tensão na trama.

Apesar do próprio thriller ser um termo guarda-chuva para muitos outros temas ainda mais específicos, o foco principal é a criação de uma atmosfera desconfortável pelo perigo iminente. Alguns filmes nesse subgênero são: Fresh (2022), Suspiria (1977) e Corra (2017).

Para fugir do óbvio: O Convite (2015).

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Foto: reprodução/Flim//Suspiria (1977)
Terror trash

Começou se referindo a filmes toscos, marcados por temas vulgares. Porém, o trash se ressignificou com o tempo, e hoje caiu nas graças do público, principalmente da galera mais cult.

Com estética grotesca de forma proposital, o subgênero costuma conter filmes experimentais e de baixo orçamento, que desafiam o domínio do exagero, do gore e de efeitos práticos. A ideia é conseguir contar uma história e, de fato, fazer cinema com poucos recursos.

Por isso, o trash pode levantar críticas sociais e envolver temas considerados tabus na sociedade, tudo isso sem abrir mão daquilo que é propositalmente ruim. E precisa ser com a intenção, porque do contrário, um filme ruim é apenas um filme ruim. Alguns exemplos são: Uma Noite Alucinante (1981), Arraste-me Para o Inferno (2009) e Sharknado (2013).

Indicação para fugir (mais) do óbvio: House (1977).

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Foto: reprodução/Flim/Uma Noite Alucinante (1981)
Terror psicológico

Sem dúvidas, o terror psicológico é um dos subgêneros mais explorados na última década. O foco aqui está nas emoções, na mente e no estado psicológico das personagens. Para alguns espectadores, o terror psicológico pode ser tedioso; para outros, são obras primas.

O desconforto do subgênero está na exploração de medos internos, e geralmente coloca as personagens para duvidar da própria realidade e acreditar que estão beirando a insanidade. Alguns filmes de terror psicológico: Mãe! (2017), Boa Noite, Mamãe (2014) e Hereditário (2018).

Indicação para fugir do óbvio: Ao Cair da Noite (2017).

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Foto: reprodução/Flim/Boa Noite, Mamãe (2014)
Terrir/Comédia de terror

O terrir pode ser entendido como uma paródia do gênero terror. Marcado pelo humor intencional e jump scares caricatos, o subgênero tem o objetivo de satirizar elementos tradicionais dos filmes de terror.

O nome, que faz junção do “terror” com “rir”, engloba não apenas as paródias de filmes de terror, como também aqueles filmes de terror com características cômicas e personagens caricaturados. O subgênero é a pedida perfeita para reunir os amigos na noite de Halloween. Alguns exemplos: A Babá (2017), Freaky (2020) e Todo Mundo em Pânico (2000).

Indicação para fugir do óbvio: O Que Fazemos nas Sombras (2014).

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Foto: reprodução/Flim/O Que Fazemos nas Sombras (2014)
Monstros

O subgênero tem um quê de ficção científica, e se concentra em criaturas fantásticas, deformações extraterrestres e seres de mitos e folclores. Ele pode gerar medo a partir da materialização dos nossos pavores de infância.

E os filmes de monstros podem englobar palhaços, ETs, zumbis, criaturas gigantes e mais. O subgênero existe desde os primórdios do cinema, com Frankenstein e Drácula. Outros exemplos de filmes que abordam monstros: Cloverfield (2008), It-A Coisa (1990) e Um Lugar Silencioso (2018).

Indicação para fugir do óbvio: Abismo do Medo (2005). Se você não tem claustrofobia, passará a ter.

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Foto: reprodução/CinePOP/Abismo do Medo (2005)
Terror cósmico

De longe, um dos subgêneros mais complexos do terror. O terror cósmico explora o medo do desconhecido e a ideia de insignificância do ser humano diante da imensidão do universo e do cosmos. É um dos subgêneros de maior profundidade, que debate temas existencialistas e as apreensões contemporâneas.

O subgênero surgiu na literatura com livros de H.P. Lovecraft, um dos maiores escritores do século XX e conhecido como o pai do horror cósmico. Por isso, o terror cósmico também é chamado de terror lovecraftiano ou cosmicismo. Alguns filmes do subgênero são: O Enigma de Outro Mundo (1982), Aniquilação (2018) e A Cor que Caiu do Espaço (2019).

Indicação para sair (mais) do óbvio: À Beira da Loucura (1994).

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Foto: reprodução/Flim/A Cor Que Caiu do Espaço (2019)
Terror folclórico/Folk horror

Um dos gêneros mais queridinhos dos últimos anos, mas que existe desde o início da década de 70. O folk horror explora o medo a partir de crenças, tradições e rituais antigos, muitas vezes relacionados à culturas isoladas e pagãs.

No subgênero, o confronto está no choque cultural e na diferença entre o moderno e o antigo. Ele aborda temas de sacrifícios, e a ambientação precisa estar em destaque para criar uma atmosfera de estranheza e bizarrice. Alguns filmes de terror folclórico são: Midsommar (2019), A Bruxa (2016) e A Vila (2004).

Indicação para fugir do óbvio: O Homem de Palha (1973). O longa praticamente trouxe o folk horror à tona. Por isso, já vá sabendo o ambiente em que está pisando.

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Foto: reprodução/Flim/Midsommar (2019)

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Texto revisado por Karollyne de Lima

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