Jane Fonda: a mulher forte por trás da carreira de ouro de Hollywood

Jane Fonda é um dos maiores nomes do cinema e coleciona trabalhos exemplares em sua filmografia, mas é ainda mais interessante fora das telas

ALERTA DE GATILHO: ABUSO SEXUAL/DEPRESSÃO E SUICÍDIO/DISTÚRBIOS ALIMENTARES

Você obviamente já ouviu falar sobre Jane Fonda, a mulher que dá vida a papéis memoráveis e que brinca com o seu envelhecimento como ninguém, mas você conhece a pessoa por trás das personagens?

Muito além da sogra infernal de Jennifer Lopez (A Sogra), da esposa traída pelo marido gay (Grace & Frankie) e da idosa libertária dona de um hotel (Do Jeito Que Elas Querem), Jane Fonda é uma mulher empoderada e não deixa que a sua idade impeça seus grandes atos revolucionários de acontecer. E hoje, dia 21 de dezembro, no aniversário dessa grande dama do cinema, reunimos algumas curiosidades sobre ela, para muito além de seus papéis.

Hanoi Jane

Foto: divulgação

Entre as décadas de 1950 e 1970, os Estados Unidos declararam guerra contra o Vietnã e abriu fogo contra os civis, e até aí você não se surpreende porque esse é um assunto comum nas aulas de história. O que não é corriqueiro é aprendermos sobre uma atriz ter se enfiado entre o conflito sem medo algum de represálias.

Bom, essa atriz existe e se chama Jane Fonda!

O ano era 1972 e os Estados Unidos se diziam fazer parte da guerra apenas para ajudar seu aliado, o Vietnã do Sul, tudo porque eles queriam impedir que o comunismo se instalasse no país como um sistema de governo permanente. E indo contra todas as expectativas sobre uma atriz ganhadora do Oscar, Jane Fonda recebeu um convite para visitar o país e ver de perto os impactos da guerra por lá.

Fazendo o inimaginável, Jane não só foi ao Vietnã, como fez uma declaração na rádio local, implorando para que os soldados estadunidenses cessassem fogo e deixassem que áreas rurais e agrícolas fossem mantidas fora da guerra de poder.

A radialista local, Trinh Thi Ngo, fazia declarações em inglês pedindo pelo cessar fogo, assim como contava boletins sobre as atrocidades cometidas pelo Sul e pelo exército dos Estados Unidos, e como forma carinhosa, ela era reconhecida como Hanoi Hannah pelos soldados.

Quando Jane Fonda foi à rádio fazer seu apelo pelo fim daquele conflito bélico, os soldados a apelidaram de Hanoi Jane. E é óbvio que Jane Fonda nunca se arrependeu de ter protestado contra a guerra, e a prova disso é o próximo tópico…

Women’s March

Foto: divulgação

Apesar de ter sido chamada de traidora da nação quando foi ao Vietnã, Jane Fonda seguiu defendendo seu pensamento sobre a intrusão dos Estados Unidos na guerra, e levou em frente seu espírito revolucionário e contestador.

Em 2017, indignada com os rumos da política de seu próprio país, Jane foi para as ruas ao lado de milhares de mulheres – incluindo mulheres famosas, como Emma Watson, Scarlett Johansson e Janelle Monae -, para protestar contra o novo governo que estava começando.

O movimento Women’s March começou para deixar claro que todo um país era contra o sistema político de Donald Trump e contra o sexismo.

Mas claro que sendo Jane Fonda quem é, isso foi só parte do seu lado político. A atriz já foi detida mais de duas vezes em protestos variados, seja contra o governo, o machismo de um modo geral ou contra as mudanças climáticas, que ainda não têm uma política eficiente.

Fora isso, Jane Fonda fundou uma organização, em 1995, que tem o objetivo de proporcionar educação sexual aos jovens e prevenir a gravidez na adolescência.

Jane teve uma vida triste, com abusos sexuais durante a sua infância, além dos problemas familiares que enfrentava com o pai e o dilema emocional de ter uma mãe depressiva. Apoiar mulheres, lutar contra injustiças e sexismo, ir a favor dos direitos humanos e protestar contra absurdos governamentais fazem com que Jane Fonda prove ao mundo que Hollywood não é composta apenas de rostinhos bonitos.

A mulher perfeita

Foto: divulgação

Sabemos que Jane Fonda tem um rosto lindo, e desde nova esse foi seu grande marco nas telas. Sua postura elegante, seu corpo padrão em seu tempo e o rosto que se destacava com traços apreciados por Hollywood, ela se tornou um sex symbol logo no início de sua carreira. Mas os padrões de Hollywood são vingativos com mulheres que repudiam essas ideias e cruéis com as que aceitam as exigências.

Durante a sua juventude, Jane foi do segundo time de mulheres que compunham o time feminino de Hollywood. Isso se já não bastasse seu pai.

“As mães costumam ser culpadas por isso, mas para mim meu pai era o culpado. Eu o deixei envergonhado. Ele achava que eu era gorda. Eu sabia que ele não me queria por perto porque eu o envergonhava. Ele disse isso às pessoas. Eu ouvi meu pai dizer coisas sobre meu corpo que acabou com minha vida desde então. A maioria de suas esposas sofria de distúrbios alimentares, inclusive minha mãe”, disse Jane sobre seu pai.

Henry Fonda era um homem insensível, machista e cruel, e causou na filha problemas irrecuperáveis, isso além de já ter sido desumano em relação ao suicídio de sua esposa.

Para se manter dentro de uma pele que fosse capaz de amar, Jane Fonda recorreu a cirurgias plásticas e cobrou de si mesma uma figura perfeita e jovem, mesmo que tenha se arrependido no futuro. Ela disse que já entendeu que passou por momentos difíceis demais em sua vida, que foram responsáveis por a fazerem acreditar que cada uma daquelas mudanças eram necessárias, e listou sua relação problemática com o pai e os abusos sofridos na infância, que causam nas vítimas sintomas de dissociação, como causas principais para suas escolhas sobre sua aparência.

Projetos que mudam vidas

Foto: divulgação

Óbvio que não íamos terminar esse especial de aniversário de Jane Fonda sem mencionar sua carreira no cinema e na televisão que está repleta de trabalhos importantes e reflexivos.

A foto desse tema não poderia ser outra, se não o projeto de longa data mais recente em sua filmografia: o seriado original da Netflix, Grace & Frankie. Estrelado por Jane Fonda e – a igualmente maravilhosa – Lily Tomlin, Grace e Frankie são duas senhoras aposentadas, casadas em longa data com maridos exemplares e que esperam pela aposentadoria deles também, para que possam viver a melhor fase de suas vidas como qualquer casal normal. Fora do que esperavam, eles assumem que são gays e que mantém uma relação de 20 anos, e então os divórcios começam a correr, enquanto as duas passam a morar juntas na casa de praia que as duas famílias têm em conjunto.

Só nessa série já são debatidos temas como homossexualidade na terceira idade, relações quebradas, sexo e prazer feminino em idade madura e maternidade. Em outros trabalhos dela, como Do Jeito Que Elas Querem, Jane Fonda dá vida a uma mulher solteira e bem resolvida, que tem uma vida sexual completamente ativa apesar da sua idade e que usa seu empoderamento e conquistas profissionais como escudo contra relações intimista, o que é outro ponto na sua própria vida pessoal…

O medo do envelhecimento e da solidão ficam por conta do filme A Sogra, enquanto na comédia Sete Dias sem Fim fala sobre luto, bissexualidade e maternidade real.

Jane Fonda é um ícone incomparável, e agora que você já sabe disso, queremos conversar mais sobre ela lá nas nossas redes sociais – Twitter, Insta e Face -, para comemorarmos seu aniversário como fãs que somos. 

*Crédito da foto de destaque: divulgação

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