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Resenha | Dali and Cocky Prince: um drama de arte, amor e cozinha

Dali and Cocky Prince delicia o público com uma trama cheia de romance e surpresas

Dali and Cocky Prince é um drama coreano que foi lançado em 2021, mas que não teve toda a divulgação que merecia.

Dali é a filha de uma família rica e reconhecida na Coreia, responsável por diversos trabalhos sociais e sua galeria de arte que reúne uma coleção invejável. Por outro lado, temos Jin Moo Hak que vem de origem pobre e construiu um império, ao lado da família, da comida feita com porco, e como novos ricos, exibem suas posições com roupas caras e tentativas cômicas de se unir à sociedade rica.

Quando a família de Dali começa a falir, é Moo Hak que empresta uma soma exorbitante para salvar a pele deles. Mas entre uma e outra consequência do destino, os dois se conhecem na Holanda por culpa de um mal entendido e depois se encontram de novo na Coreia, quando o pai de Dali falece e Moo Hak vai cobrar seu dinheiro de volta.

Um par inesperado

Foto: divulgação

Como o grande padrão dos doramas e dramas, o casal principal não tem nada a ver um com o outro e não esperamos que eles se apaixonem de forma tão ideal. Mas é exatamente isso que acontece.

Além de formarem um casal inesperado, Moo Hak e Dali criam uma meta de relacionamento impossível, no qual um apoia e defende o outro, os respectivos temperamentos são aceitos e o foco é erguer a família de Dali e manter as tramas cruéis longe das terras da galeria.

Arte e Cozinha

Foto: divulgação

Dali é a prova de que arte pode ser um prazer compartilhado por todos, além de educar o público sobre a necessidade de se adquirir arte e admirá-la como vier. Do outro lado, Moo Hak debate com o público sobre a importância de alimentações saudáveis e autocuidado, e nutre o espectador para entender que alguns limites precisam ser respeitados para que sejamos capazes de viver melhor: como o fato de sempre apreciar uma boa refeição.

Mesclados de uma forma curiosa, arte e cozinha se unem de forma inesperada e aprendemos sobre existir só de cultura e existir só de rotina, e como unir as duas coisas para achar o equilíbrio.

Personagens ao redor

Foto: divulgação

Apesar de parecer boba, a trama reúne políticos, forças empresariais e ambições cruéis em um cenário que rodeia o casal principal com maldade e certo grau de violência.

Planos sobre urbanismo, roubo, negligência perante a morte, inveja e ambição, criam um roteiro cheio de surpresas e atrativos. Mas nem só de coisas ruins o drama é feito!

Os personagens secundários representam sentimentos muito crus, sempre com um tipo só de emoção para doar, sendo assim: o policial é a justiça, a amiga rejeitada é a paixão, o sobrinho é a redenção e o irmão é a ambição. E assim por diante. Cada um como uma pintura própria.

Essas foram as nossas impressões sobre Dali and Cocky Prince, mas queremos saber as suas. Você já assistiu ao drama? Ficou com vontade de assistir? Vem responder a gente nas redes sociais: Twitter, Insta e Face.

*Crédito da foto de destaque: divulgação

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Resenha | Amor, Sublime Amor: Romeu & Julieta dos dias atuais

Livro Amor, Sublime Amor abraça sua proposta original de Romeu & Julieta e conquista com escrita leve

O livro Amor, Sublime Amor chegou ao Brasil no fim de 2021 pela editora Intrínseca, e conquistou o público com uma história já conhecida, graças ao filme musical de 1961.

Voltando aos holofotes graças a nova versão do musical, dessa vez dirigido por Steven Spielberg, a história de Maria e Tony ganha também o público leitor.

Apaixonados depois de se conhecerem numa dança em um centro comunitário, o antigo Jets, Tony, e a irmã do líder dos Sharks, Maria, protagonizam um amor curto e violento, vivido nas sombras noturnas de Nova York.

Como partes diferentes de um Estados Unidos abalado pela imigração em massa dos porto-riquenhos, os dois tentam entender e driblar a realidade cruel das gangues jovens, o racismo e o preconceito, e o ódio e o medo em comum que estadunidenses e latinos compartilham sem saber.

O romance

Foto: divulgação/Amazon

Como prometido em sua introdução, sua ideia original e seu roteiro de 1961, Amor, Sublime Amor recria o casal Romeu & Julieta – popularizado pela obra teatral de William Shakespeare séculos atrás -, ou seja: dá ao público um amor impossível.

O romance segue uma ideia de famílias se odiando por questões raciais, com o peso violento das gangues de rua da Nova York dos anos 1950.

A construção dos personagens foi feita com esmero, a transcrição de musical para livro físico foi bem elaborada e nada se perde no contexto geral, exceto, claro, as vozes musicais dos personagens tão ricos e apaixonantes.

Mesmo sendo um óbvio amor impossível, Amor, Sublime Amor dá ao público muito o que se admirar e apaixonar pelo romance central.

A edição

Foto: divulgação/Amazon

Com uma tradução impecável e uma apresentação bem feita, a edição traz uma pequena introdução antes da história, e já conquista o leitor aí, quando conta de onde nasceu o plano para uma trama tão bem elaborada.

Em formato de livro, sentimos que muito foi feito para tentar prender o leitor que dispensa adaptações e/ou musicais, mas brinca com a ideia de uma adaptação reversa, já que a obra surgiu exclusivamente para os palcos da Broadway e só recentemente se tornou livro.

Nós amamos a proposta toda e achamos que nada se compara entre o livro e o musical, porque cada um tem uma magia diferente e se completam com perfeição. 

Mas agora queremos saber de você: você prefere o livro ou o filme? Te esperamos lá nas redes sociais para conversar sobre isso: Twitter, Insta e Face.

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Resenha | Os Dois Morrem no Final: processos, morte e vida

Os Dois Morrem no Final é um livro lindo sobre pesares, dores, vida e morte, e conquista qualquer leitor

Escrito pelo co-autor de E Se Fosse A Gente?, Os Dois Morrem no Final abraça uma escrita sobre processos de aceitação e perda, com o tema da morte sempre espreitando pelos vãos da janela.

Dia 5 de setembro, pouco tempo depois da meia-noite, a dupla Mateo e Rufus recebem a mesma ligação, do mesmo lugar e com o mesmo intuito: avisar que eles vão morrer em 24 horas.

Completamente desconhecidos, ambos se juntam depois de receberem a ligação da Central da Morte para curtirem cada minuto que resta.

Sem nenhum tipo de spoiler

Foto: divulgação

Sabemos que dói, mas não há spoiler maior sobre o livro do que seu próprio título. Não há salvação, porque Mateo e Rufus vão mesmo morrer e não tem como escapar desse final, mesmo que seja aparentemente inconcebível pensar que o título dita o final da obra.

Com personagens que chegam ao fim de suas vidas cedo demais, Os Dois Morrem no Final não se importa com a dor do leitor em pegar o fim do livro no título, porque sua discussão é sobre a vida, sobre filosofias existenciais, sobre saudade e momentos.

A trama tem uma leveza apaixonante e contagiante, trazendo beleza para a complexidade da vida que parece uma afronta dependendo do momento.

Desenvolvimentos existenciais

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Já tínhamos conhecimento, por publicações anteriores do autor aqui no Brasil, que Adam Silveira era capaz de prender público e abraçar as narrativas com força e carinho, criando sempre personagens necessários e debates fortes, além de momentos memoráveis e importantes.

A narrativa abraça assuntos que podem mudar uma vida no auge do início da fase adulta, e arremata tudo com a sensação desastrosa do finito na existência humana. E quem é capaz de não amar isso?

Os Dois Morrem no Final debate a superação de medos, a descoberta da vida, a apreciação do passado e a morte iminente que espera todos nós, afinal: quantas vezes você já lembrou que as pessoas mais velhas que você só diminuem e que a cada dia de sua vida te aproxima mais do fim? Longe de ser dramática e forma de gatilho, esses questionamentos surgem com a ideia reversa: como fazer o tempo aqui valer a pena?

Agora que você já sabe que amamos esse livro, conta pra gente a sua opinião sobre a história! Estamos nas redes sociais – Twitter, Insta e Face -, ansiosas para conversar mais.

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4 títulos literários que chegam ao Brasil em 2022

Muitos livros chegam ao Brasil em 2022 por diferentes editoras e selos editoriais, e nós reunimos quatro títulos incríveis para você

A equipe do Entretê é muito ligada em lançamentos literários, e volta e meia estamos resenhando livros por aqui, porque somos leitoras assumidas.

Então, apaixonadas como somos pela arte da escrita, reunimos 4 títulos literários que chegam ao Brasil agora em 2022.

Segue o fio e para não perder nenhum desses lançamentos!

Na Estrada com o Ex (Beth O’Leary)

Foto: divulgação/Amazon

Da mesma autora de A Troca e Teto para Dois, Na Estrada com o Ex é o novo lançamento de 2022. A obra conta sobre um casal de ex que se vê obrigado a fazer uma viagem de carro juntos e nessa descobrem muito sobre si mesmos e sobre a relação já finalizada.

Chegando pela Intrínseca, o livro promete um romance fofo e já pode ser comprado em pré-venda. Ele também foi o lançamento #039 do Intrínsecos, clube de assinaturas dos leitores de carteirinha da editora.

O Pequeno Café de Copenhague (Julie Caplin)

Foto: divulgação/Amazon

Lançamento previsto para este ano, o livro chega ao Brasil pela editora Arqueiro e já está em pré-venda também.

A trama leva a londrina Kate para a capital dinamarquesa ‒ que promete ser o lugar mais feliz do mundo ‒ por causa do trabalho, e nós esperamos nos apaixonar por cada página dessa aventura. 

Quem Traiu Anne Frank? (Rosemary Sullivan)

Foto: divulgação/Amazon

A investigação biográfica que revela, enfim, o que houve em Amsterdã, na Holanda, na época da Segunda Guerra Mundial quando agentes da Gestapo descobriram o anexo onde Anne Frank estava escondida com sua família e mais quatro pessoas.

O livro já está em pré-venda e é um lançamento da editora Harper Collins Brasil. Todos podemos, finalmente, saber o que aconteceu para um esconderijo tão bom ser descoberto e ter levado à morte de sete das oito pessoas escondidas naquele lugar, que gerou o diário mais famoso do mundo.

The Wives (Tarryn Fisher)

Foto: divulgação/Amazon

Provavelmente sendo fiel ao título original, o livro deve chegar ao Brasil com o nome As Esposas, e promete um thriller intenso sobre relações conjugais falidas e problemáticas, apesar das aparências.

Chegando por aqui pela editora Record, ao que tudo indica, esse será um thriller do ano e vai abraçar bem o gênero, já que se tornou um best-seller em terras estrangeiras.

Agora que você já sabe 4 títulos que estamos muito ansiosas para ver aqui no Brasil, conta pra gente qual deles você mais quer ler? E qual título que deveríamos ter colocado na lista? Estamos te esperando nas nossas redes sociais: Twitter, Insta e Face.

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Entretenimento Latinizei

Latinizei | Elza Soares: a dama imortal da música brasileira

Elza Soares foi um marco na música brasileira, na cultura do nosso país e no papel de ativista feminina e negra

ALERTA DE GATILHO: VIOLÊNCIA SEXUAL

Dia 20 de janeiro de 2022, logo no começo de um ano que promete muitas conquistas para a cultura e para a sociedade brasileira, Elza Soares deixou o mundo, e hoje nós a homenageamos.

O Latinizei tem sempre a honra de falar sobre mulheres fortes, com vidas extraordinárias, e hoje também faz o papel de homenagem a essa perda incalculável.

Elza Soares foi uma grande mulher, e já saudosas de sua voz, nós, as manas aqui do Entretê, deixamos nossa singela homenagem para essa mulher tão inspiradora.

Soares

Foto: divulgação

Nascida em 23 de junho de 1930, no estado do Rio de Janeiro, Elza Gomes da Conceição foi criada no bairro Água Santa, na capital.

Filha de família muito humilde, Elza era moradora de cortiço, usava sua voz como distração quando tinha que fazer alguma tarefa para ajudar a família, e tinha a música como um laço com o pai, que tocava violão e cantava com a filha nas horas vagas.

Aos 13 anos de idade, Elza Gomes da Conceição se tornou Elza Soares, já que o nome do primeiro marido foi dado a ela de herança ao se casar precocemente. O homem, Lourdes Antônio Soares, era muitos anos mais velho que ela, e o casamento aconteceu por ordem de seus pais.

Vítima de violências sexuais nessa fase de sua vida, Elza Soares teve seu primeiro bebê aos 14 anos, e aos 15 anos já era mãe de duas crianças. Aos 21 anos de idade, Elza se tornou viúva do primeiro marido, e se viu obrigada a cuidar de si mesma e de seus filhos.

Elza ainda teve que lidar com a perda de dois de seus filhos, falecidos por consequências da desnutrição. Fora isso, por volta de 1950, sua filha foi sequestrada, pouco antes da morte do pai, e a consequência disso foi Elza Soares rever a filha apenas 30 anos depois.

Nascimento de uma voz

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Incontestavelmente extraordinária, a voz de Elza Soares surgiu no cenário musical brasileiro pelo programa de Ary Barroso, quando ela, desesperada por conseguir uma forma de alimentar seus filhos e incapaz de ter ajuda dos pais, se inscreveu no programa de calouros.

Já na sua chegada ao programa, Elza Soares foi notada por todos ao seu redor, antes mesmo de abrir a boca para cantar sua música. Indo até lá pelo desespero, focada e esperançosa em ganhar o prêmio em dinheiro que os vencedores ganhavam, ela subiu no palco com roupas presas com alfinetes, pesando algo próximo de 30 quilos, e completamente escondida da família.

Ali, sem que se percebesse, nascia a dama da música brasileira.

Ao ser questionada sobre de que planeta vinha, ela foi certeira ao responder: “Do planeta fome”. Nascia então, não só a vencedora daquele dia do programa, como uma das vozes mais icônicas do Brasil.

Mané Garrincha, a Ditadura Militar e toda a dor

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Participando novamente de um concurso musical, lá pela década de 1960, Elza Soares conseguiu um contrato sólido para se apresentar semanalmente, o que trouxe a ela a possibilidade de se apresentar em casas de show, e foi então que viver de música passou a ser uma realidade para a artista.

Nessa mesma época, Elza conheceu o jogador de futebol Mané Garrincha, que era um grande nome no esporte e ainda estava casado, e então chegou a ela a fama de mulher da vida, uma destruidora de lares. Mas muito pouco intimidada com isso, ela seguiu em frente, se casou com um homem que amava e se manteve ao lado dele por quase 17 anos.

Alcoólatra e violento, Garrincha agredia a esposa, causava repercussão na mídia pelo seu temperamento tempestuoso e feria ainda mais uma mulher já marcada pela desolação. Isso fora o acidente de carro que Garrincha, bêbado, causou, que fez com que a mãe de Elza falecesse ao ser arremessada do carro. Tomando coragem para se divorciar, Elza Soares terminou sua relação com Garrincha em 1982, e em 1983 ele faleceu, somando mais uma dor à mulher que um dia o tinha amado.

O filho do casal, conhecido como Garrinchinha, sofreu um acidente de carro pouco depois da morte do pai, e também faleceu.

No entanto, antes do divórcio com o segundo marido, o casal foi obrigado a sair do Brasil durante os anos de Ditadura Militar, e fugiram para a Itália depois da casa do casal ter sido metralhada durante a perseguição do governo à classe artística.

Maria da Vila Matilde e suas lutas

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Na década de 1960, Elza Soares ficou conhecida por realizar, em sua casa, um chá com membros da comunidade LGBTQIA+. Durante toda a sua vida, foi uma voz que batalhou pelo respeito e igualdade de membros da comunidade, inclusive, mais recentemente, demonstrou seu apoio público via Twitter à nova participante do BBB, Linn da Quebrada.

Elza Soares também se consagrou como a voz da luta feminista e da luta preta, em especial com sua música Maria de Vila Matilde.

Incansável, Elza Soares questionava posições de governo, descaso com as favelas e áreas periféricas, o preconceito contra diferentes sexualidades e a violência contra as mulheres, além das suas críticas ao tratamento dado ao povo preto.

No íntimo, a artista batalhava com a dor da perda dos quatro filhos, dois pela fome, um em um acidente de carro e o último, já com 59 anos de idade, por complicações de uma infecção. Elza afirmou que fora a perda dos filhos, que era sempre uma cicatriz aberta, o resto ela tirava de letra.

Prêmios e reconhecimento cultural

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Eleita pela BBC de Londres como a cantora brasileira do milênio, em 1999, Elza Soares não terminou seu reconhecimento artístico por aí.

Em 2003, foi indicada ao Grammy Latino, apresentou o hino nacional na abertura dos Jogos Panamericanos no Rio de Janeiro e recebeu diversos prêmios pelo álbum A Mulher do Fim do Mundo, que reuniu apenas inéditas da carreira dela, incluindo o Grammy Latino de Melhor Álbum de MPB.

Elza Soares chegou a ter sua história contada pela Mocidade Independente de Padre Miguel, no ano de 2020.

Ainda em vida, Elza Soares viu sua biografia ser contada por meio de um espetáculo teatral, sua biografia escrita ser lançada – pelo nome de Zeca Camargo – e diversas homenagens na música e na cultura, assim como projetos sociais.

Feita a nossa homenagem a essa mulher incomparável, te esperamos lá nas redes sociais – Twitter, Insta e Face -, para conversar um pouco mais sobre Elza Soares e seu legado.

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Latinizei | Cecília Meireles: uma mulher feita de perdas e de escritas

Cecília Meireles foi folclorista, poeta, professora e cheia de perdas, além de dona de nossos corações incansáveis

Cecília Meireles é um nome familiar que surge quando falamos de tempos de escola e recobramos as obras que tivemos que ler. Ela foi autora de poemas e viveu como folclorista e professora.

Hoje o Latinizei abre as portas para uma das mulheres mais incríveis da história brasileira, e abraça com toda força essa genialidade, para te ajudar a entender a importância dela para o Brasil.

Nascimento de uma dama da literatura

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Nascida Cecília Benevides de Carvalho Meirelles, ela veio ao mundo na Zona Norte do Rio de Janeiro, em 7 de novembro de 1901.

O pai de Cecília Meireles era funcionário do Banco do Brasil e sua mãe era professora da escola primária, ambos descendentes de portugueses, mas o contato familiar foi pouco. Antes de nascer, Cecília perdeu três irmãos mais velhos e o pai, que faleceu 3 meses antes de seu nascimento.

A mãe partiu quando a filha tinha apenas três anos, e toda essa coleção de perdas fizeram com que Cecília Meireles fosse criada pela avó materna que era católica e tinha vindo de Portugal, mais especificamente da Ilha dos Açores.

Na fase adulta, Cecília abriu mão de um L em seu sobrenome, seguindo a indicação de uma vidente, que alegou que isso a ajudaria a seguir uma vida mais tranquila.

Ainda pequena teve contato com o poeta Olavo Bilac, que trabalhava como inspetor escolar na escola onde Cecília Meireles estudava. Recebeu dele uma medalha de honra por ter terminado o ensino primário com distinção e louvor.

Cecília Meireles também aprendeu a tocar violino e a cantar, como as damas do século XIX eram ensinadas, mas sua predileção se voltou para a escrita, que era sua atividade preferida.

Fernando Correia Dias

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Cecília Meireles, como a dama que tinha sido criada para ser, se casou cedo, aos 20 anos de idade, com o pintor e desenhista Fernando Correia Dias.

Foi então que Cecília Meireles experimentou a maternidade que um dia tinha sido tirada dela, dando a luz a três filhas (o sangue feminino fervendo e levando a arte para frente).

As três filhas receberam o nome de Maria, mas com composições distintas. Maria Elvira nasceu em 1923, apenas um ano depois do casamento dos pais. Em seguida nasceram Maria Matilde, em 1924, e Maria Fernanda, em 1928.

As três herdeiras do sobrenome Meireles estão vivas, e desfrutam hoje do auge de seus noventa e poucos anos de idade. A caçula, Maria Fernanda, foi um destaque das novelas da Globo na década de 70.

Apesar do relacionamento sem grandes polêmicas, Fernando Correia Dias se matou durante uma crise profunda de depressão, deixando Cecília Meireles lidar com mais uma perda trágica.

Cinco anos depois, ela tenta de novo no amor, e se casa com Heitor Grilo, engenheiro agrônomo e professor. Foi Grilo o responsável por trazer paz ao coração de Cecília Meireles que já sofria com as inúmeras perdas familiares.

Profissional incansável

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Aos 18 anos de idade, Cecília Meireles publicou sua primeira obra, o livro Espectros.

Apesar de ter pegado a época do movimento modernista, não se rendeu ao estilo padrão de arte da sua época e seguiu escrevendo livros líricos, além dos didáticos.

Criança, Meu Amor, seu primeiro livro didático, foi aceito muito bem e logo foi inserido na aprendizagem da rede pública de ensino, tanto no Rio de Janeiro quanto no Nordeste do país.

Os critérios de exigência de defesa do ensino que Cecília Meireles tinha era que o ensino público deveria ser laico e com alta qualidade, para que preparasse os alunos para a vida que teriam pela frente.

Cecília Meireles foi autora de prosas, poemas, contos, crônicas e histórias infantis, e foi responsável por organizar a primeira Biblioteca Infantil do Rio de Janeiro, em 1934. Além disso, trabalhou como tradutora e redatora de alguns artigos, os quais publicou em alguns jornais menores.

Também foi a primeira mulher a ser premiada pela Academia Brasileira de Letras.

Fora isso, Cecília Meireles era uma apaixonada por história, e passava horas pesquisando e lendo, sempre enriquecendo seu currículo intelectual.

Romanceira do Brasil

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Como educadora e pesquisadora de história, Cecília Meireles era apaixonada pela história do Brasil, e em 1953 publicou o seu livro mais popular, Romanceiro da Inconfidência.

A obra é sobre o movimento mineiro que aconteceu no século XVIII.

Com essa obra, Cecília Meireles ganhou ainda mais o coração do público, e teve o livro considerado uma das mais importantes obras da literatura brasileira.

Cecília Meireles era uma ativista pela educação brasileira, e corria o mundo com suas conferências sobre folclore, educação e literatura, além de participar e ser responsável de algumas reformas dos sistemas educacionais brasileiros.

Poetisa incansável, Cecília Meireles era fascinada por etimologia (o estudo da origem das palavras), e com isso resgatava as mais diversas palavras e nomes arcaicos de objetos comuns. Tal como conhecia alguns idiomas e os admirava e usava em suas traduções.

Foi Cecília Meireles a responsável por traduzir a obra do poeta Tagore. Além de Tagore, ela traduziu Charles Dickens, Aleksandr Pushkin, Rainer Maria Rilke e Virginia Woolf.

1964

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Foi em novembro de 1964 que Cecília Meireles faleceu.

Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade, assim como Manuel Bandeira, eram admiradores fervorosos de Cecília Meireles e sua obra, mas não eram os únicos.

Cecília Meireles foi um fenômeno inominável, ganhadora de diversos prêmios em vida, e homenagens em morte. Por ser múltipla, ganha os corações de milhares de pessoas ainda hoje, e valida a capacidade feminina em ser multifacetada e indispensável para a criação de uma sociedade melhor.

A gente sabe que você leu Cecília Meireles na época escolar (ou que talvez ainda vai ler), então quisemos te ajudar a compor o cenário visual da obra e da vida dessa mulher irresistível. Agora te esperamos lá nas redes sociais – Twitter, Insta e Face – para conversar mais um pouco sobre essa figura tão múltipla.

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Cinema Entretenimento Especiais

Jim Carrey: 6 papéis icônicos que exibem todos os lados do ator

Hoje é aniversário de Jim Carrey, e para celebrar esse grande nome das nossas infâncias, fizemos uma lista com 6 filmes muito bons

Apesar de nos últimos tempos o ator Jim Carrey ter dado declarações polêmicas, a verdade é que ele marcou gerações inteiras com seus filmes, fossem dramas, críticas ou comédias pastelões.

É impossível ter saído dos anos 90 imune ao sucesso que ele fez, porque pelo menos um filme dele você já deve ter assistido.

Nós, aqui do Entretê, sabemos que ele não tem sido o melhor exemplo do mundo no momento, mas também assumimos o quanto ele foi importante para nossas infâncias, e o quanto seus filmes exploraram e nos ensinaram sobre o ser humano.

Então, hoje, para comemorar os 60 anos de idade dele, nós selecionamos 6 filmes (um para cada década de vida!), para você maratonar.

Ace Ventura (1994)

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O ano de 1994 foi um sucesso na carreira de Jim Carrey, e reuniu, no curto período de 12 meses, clássicos da comédia, como O Máskara, Debi & Loide – Dois Idiotas em Apuros e Ace Ventura – Um Detetive Diferente.

Mas como fãs de bichinhos que somos, damos destaque ao último desse trio de clássicos, e te lembramos do detetive especialista em animais mais divertido e inteligente que existe.

Disponível no HBO Max, Ace Ventura – Um Detetive Diferente une mistério e comédia, e causa nostalgia para os fãs de Sessão da Tarde.

Quando o golfinho mascote de um time de futebol americano some, Ace Ventura é chamado para encontrar o animal. Ele é responsável por resgatar todos os tipos de animais em perigo, e no meio do caminho causa confusões impensáveis, mas infinitamente divertidas.

Todo Poderoso (2003)

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Disponível no Star+, a comédia Todo Poderoso coloca Jim Carrey como Bruce, um homem que tem a vida que sempre quis ter. Quando as coisas começam a desmoronar, Bruce questiona a forma com que Deus comanda o mundo.

Para ensinar uma lição ao ser humano arrogante, o Todo Poderoso tira férias e deixa Bruce no seu lugar, como um ser onipresente, onipotente e onisciente, mas ainda vivendo como um humano.

O filme questiona muitas coisas sobre as expectativas humanas em relação à forças divinas, e aborda temas importantes com o típico humor de Jim Carrey.

O Grinch (2000)

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Clássico do natal de toda criança dos anos 2000, O Grinch conta sobre um ser verde que foi deixado pela cegonha na porta de duas senhoras na vila dos Quem.

O protagonista é um vilão mal-humorado que odeia o natal, e para se vingar dos habitantes de Quemlândia que sempre fizeram da vida dele um terror, decide roubar o natal depois de ser importunado pela pequena Cindy Lou Who (Taylor Momsen), que só queria ser sua amiga.

Inspirado no livro How the Grinch Stole Christmas, do Dr. Seuss, o filme fala sobre relacionamentos homossexuais, amores não correspondidos, o verdadeiro significado do natal e sobre adaptações. A história é realmente poética, e Jim Carrey fez bem o papel de vilão natalino.

O Mentiroso (1997)

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Outra pérola possível de assistir pelo Star+ é o filme O Mentiroso, que coloca Jim Carrey como o advogado safado Fletcher Reede.

Enquanto tenta equilibrar sua carreira de sucesso com uma família que ele mesmo fez dar errado, Fletcher não comemorar o aniversário do filho com ele, e o menino, completamente cansado das mentiras compulsivas do pai, faz um pedido de aniversário especial antes de soprar as velinhas: ele quer que Fletcher não minta por 24 horas inteiras.

Enfiado na confusão que custa muito da sua dignidade, Fletcher se vê em situações inusitadas e entra em desespero. O filme satiriza as carreiras de sucesso dos grandes engravatados enquanto brinca com a desarmonia familiar causada por homens que são incapazes de amadurecer.

Os Fantasmas de Scrooge (2009)

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Mais um com tema natalino, Os Fantasmas de Scrooge é o responsável por apresentar Jim Carrey como mais um rabugento do natal, mas dessa vez como o clássico personagem Scrooge, criado por Charles Dickens.

Scrooge é um senhor ranzinza que odeia o natal e o calor humano, e só se preocupa com poupar dinheiro e despreza qualquer coisa que não tenha a ver com isso. Mas tudo muda em uma noite de natal, quando seu falecido amigo e sócio o avisa que três fantasmas do natal o visitarão, sendo eles: Passado, Presente e Futuro.

Depois de ver coisas horríveis e relembrar traumas, Scrooge aprende suas lições sobre simpatia, empatia e espírito natalino, e abraça a data como seu feriado preferido. O filme está no catálogo da Disney+ e vale a pena até fora da época natalina.

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004)

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Com um roteiro de arrepiar e atuações maravilhosas, com um elenco de peso que conta com Mark Ruffalo, Elijah Wood, Kirsten Dunst e Kate Winslet, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças conta a história de amor de Joel e Clementine, interpretadas por Jim Carrey e Kate Winslet.

Depois de uma relação intensa, Clementine apaga Joel da sua memória de forma permanente, e chocado ao descobrir, ele decide fazer o mesmo, mas muda de ideia no meio do caminho.

O roteiro debate sobre relações complicadas, traumas emocionais e questões de saúde mental. Disponível no HBO Max, o filme é um clássico dos romances de ficção científica, e provam que o gênero não se trata apenas de alienígenas presos em naves espaciais.

E aí, você também curte os filmes do Jim Carrey? Queremos saber sobre a sua relação de fã com o ator, e para essa conversa, te esperamos lá nas nossas redes sociais: Twitter, Insta e Face.

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Cinema Entretenimento Livros Resenhas

Resenha | O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas é delicado, triste e clichê

O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas faz jus ao título e prova que é uma coisa perfeita

O filme O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas não teve grande divulgação, mas é lindo e merece uma resenha.

Com uma trama delicada e um tanto quanto melancólica, a produção conta sobre Mark (Kyle Allen), um adolescente que tem vivido o mesmo dia por infinitamente e que pensa estar sozinho nesse looping interminável de acontecimentos. Em um desses dias, Mark conhece Margaret (Kathryn Newton), uma garota, que assim como ele, está completamente consciente do problema da prisão temporal.

Juntos, Mark e Margaret, desenvolvem uma amizade baseada em descobrir e catalogar situações simples da rotina, mas que são perfeitas. Assim, eles criam o mapa das pequenas coisas perfeitas, que só faz sentido para os dois, e que tem tudo a ver com encontrar beleza em pequenos momentos.

A delicadeza

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A narrativa inteira tem uma delicadeza sem igual, e reúne uma infinidade de sutilezas menores ou maiores em seu roteiro.

O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas nos faz amar a vida e nos lembra de olhar para todos os cantos com sutileza e leveza, nos diz sobre educação do olhar e de como somos capazes de treinar nosso senso crítico para encontrar magia em coisas consideradas banais.

As relações familiares são igualmente belas e tratadas com carinho, explorando a sutileza das coisas, debatendo sobre conexões, observação e diferentes realidades em um mesmo lar.

A tristeza

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O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas é um filme bonito, mas melancólico, e nos questiona sobre os limites emocionais de cada pessoa.

Enquanto Mark passa quase todo o filme se achando o centro do Universo, Margaret só quer evitar a vida e fugir das complexidades de viver em um mundo onde nada é mesmo perfeito.

A tristeza da narrativa surge na vida pessoal de Margaret, nas questões familiares de Mark e no senso chocante de que – provavelmente – nenhum de nós esteja vendo a vida passar de verdade, porque estamos em uma rotina inevitável. E se não é triste se ver dentro de uma rotina infalível, eu não sei o que pode ser tão trágico sem ser fatal.

O clichê

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O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas coleciona clichês fofos sobre romances que já amamos. Sem fazer nenhuma referência óbvia ou direta, o filme nos prende pelo clichê do casal que não parece dar certo, somado ao clichê do garoto egocêntrico e da garota inteligente e blasé demais.

E se você quer um grande ato de conquista, tal qual 10 Coisas que Eu Odeio em Você nos presenteou nos anos 1990, encontrou o filme certo. Mark se prova um tipo de romântico incurável que nós – as minas de verdade -, só amamos nas telas ou nos livros, porque sabemos que na vida real são irreais demais.

Também nos deparamos com o clichê de debates críticos sobre vida e amadurecimento, feitos em diálogos que já estamos cansades de ouvir, mas que continuamos amando em bons filmes.

O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas é uma graça, e a gente não quer parar de falar dele aqui, então te esperamos lá nas redes sociais – Twitter, Insta e Face – para mais conversas sobre esse filme. E claro, é sempre bom lembrar que o Entretê reúne cultura pop, latina e resenhas incríveis todos os dias. As manas do lado de cá querem te ver sempre, então cola na nossa!

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Minisséries: 6 títulos que você precisa maratonar em um fim de semana

Resolvermos o problema dos fins de semana de tédio, reunindo 6 minisséries que valem o seu tempo

ALERTA DE GATILHO: MORTE/ABUSO DOMÉSTICO

Nessas semanas de fim de ano, nós só queremos descansar e, para aproveitar o fim de semana sem ter que pensar em nada, reunimos 6 minisséries imperdíveis para você maratonar.

Tem título brasileiro e tem drama, mas também tem romance e histórias de esperança.

Bora conferir os títulos que escolhemos para você curtir o seu fim de semana comendo pipoca e fazendo muitos nadas intelectuais.

The Act (2019)

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Lançada originalmente pela Hulu, e agora disponível na Prime Video, a série The Act conta a história de Dee Dee e Gypsy Blanchard, que foram lindamente interpretadas por Patricia Arquette e Joey King (respectivamente).

A trama é baseada na história real das Blanchard. A mãe, Dee Dee, sofria de Síndrome de Munchausen, e por isso vivia encontrando sintomas inexistentes em sua filha Gypsy.

A Síndrome de Munchausen é uma condição psicológica em que a pessoa diagnosticada simula sintomas e doenças em seus filhos com o intuito de chamar atenção para si mesma. Essa é uma condição psicológica mais comum em mulheres, mas quem mais sofre com tudo são as crianças.

Quando Gypsy começou a desconfiar que tinha algo errado com a sua condição e passou a se envolver romanticamente com um rapaz que conheceu na internet, ela decidiu arquitetar um plano ao lado do namorado para matar sua mãe e se livrar do problema.

O caso foi muito famoso na época em que aconteceu, e em 2019 houve interesse em recontar os acontecimentos do crime. Quem é fã de true crime e ainda não teve a oportunidade de assistir a série, pode se animar. Os episódios podem ser assistidos em um único fim de semana, e só existe uma temporada com 8 episódios.

Love in the Time of Corona (2020)

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Lançada em 2020, logo que os acontecimentos do início da pandemia comoveram o mundo e trancaram todos em casa, a minissérie está disponível no Star+ e conta com 4 episódios de meia hora, mais ou menos.

Love in the Time of Corona reúne quatro estruturas familiares e os conflitos pandêmicos, atraindo o público com tramas bem elaboradas que falam sobre todos os tipos de amor.

O foco da narrativa fica por conta dos amores românticos, e aborda temas geracionais, expondo amores e suas diversas formas de acordo com as idades e estilos de vida.

Relações amorosas de casais divorciados são colocados à prova, assim como a aproximação do declínio normal na fase da velhice e o embate entre um casal que está pensando e repensando sobre uma segunda gravidez.

A minissérie é delicada e apresenta diversos tipos de representatividade, como os corpos pretos, os amores idosos, as histórias homossexuais e, claro, as formas cruas de se manter – ou encontrar – o amor no meio de uma crise mundial de saúde.

É apaixonante e deliciosa de assistir, e a gente recomenda de todo o coração.

Maid (2021)

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O drama lançado este ano conta sobre Alex (Margaret Qualley) e sua relação abusiva com seu namorado/marido Sean (Nick Robinson).

Em uma madrugada, depois de uma crise violenta do parceiro alcoólatra, Alex foge de casa levando a filha de três anos do casal, a adorável Maddy (Rylea Nevaeh Whittet). A principal razão para Maid acontecer é o medo de Alex de que Maddy veja toda aquela relação abusiva se firmar e que seja um trauma permanente em sua cabeça, jogando-a em um círculo vicioso familiar de mulheres que estão sempre dentro de relações abusivas.

Pelo bem de sua filha, Alex se coloca em projetos governamentais para mães solo e de baixa renda, arrisca trabalhar como faxineira na casa de pessoas ricas e se classifica para a faculdade em busca de um futuro melhor para si e para Maddy.

A narrativa é linda, mas cheia de gatilhos sobre abuso doméstico e relações familiares tóxicas. Antes de pensar em assistir Maid, é importante ter noção das coisas que podem te fazer mal para não sofrer nenhum gatilho no decorrer da série. Mas se você conseguir assistir, essa pode ser uma aposta perfeita para o seu fim de semana.

Alta Fidelidade (2020)

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Disponível no Star+, a série Alta Fidelidade foi cancelada na primeira temporada e por isso se tornou uma minissérie.

Os 10 episódios têm uma média de 30 minutos, e apesar de terem conteúdo suficiente para uma continuação que não veio, o que foi contado já rendeu o suficiente para deixar todos os nós amarrados, apesar do final em aberto.

Alta Fidelidade conta a história de Rob (Zoë Kravitz), e de como ela levou seu último grande fora de todos os tempos. Para contar a sua jornada de autoconhecimento, ela passa a contar diretamente ao público sobre seu top 5 de piores foras que levou, e com isso ela enriquece a narrativa e tira a sensação de que aquela é só mais uma história que estamos assistindo.

A brincadeira de contar ao público diretamente, quebrando a quarta parede, deu certo e faz com que a gente sinta que aquela trama também é um pouco nossa. E a gente ama!

Tudo bem que a gente ama porque tem a Zoë Kravitz, mas isso é outra história… 

Loucos Um Pelo Outro (2021)

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Loucos Um Pelo Outro é um original da Netflix e estreou esse ano. A trama se divide em 13 episódios com uma média de 30 a 40 minutos, e conquista o público de cara.

Noh Hwi Oh (Jung Woo) tem problemas de controle de raiva e foi afastado do seu trabalho como detetive porque perdeu a linha em seu último caso e agrediu um suspeito e, para voltar ao trabalho, ele precisa de um atestado psicológico falando que está apto para trabalhar na polícia. Enquanto isso, Lee Min Kyung (Oh Yeon-seo) acabou de se mudar e está tentando recuperar seu psicológico depois de um trauma grave dentro de uma relação abusiva.

Os dois começam a narrativa se odiando, especialmente quando descobrem que são vizinhos de porta e que se tratam com a mesma psicóloga, mas acabam desenvolvendo uma linda amizade e, junto com isso, uma história de amor delicada e apaixonante.

Apesar de parecer pesada, a história é aconchegante e nos faz ter esperança. E, claro, é uma opção para quem ama um bom drama (nome dado aos seriados coreanos). E como a gente ama, aí está a dica!

Shippados (2019)

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Contando com 12 episódios de uma média de 30 minutos, a minissérie Shippados é a nossa dica nacional para assistir e se apaixonar.

É possível assistir ao seriado pelo GloboPlay, e nele acompanhamos a história de Rita (Tatá Werneck) e Enzo (Eduardo Sterblitch).

Os dois estão tentando se entender no começo da vida adulta, e ainda querem encontrar um amor. Como todo millennial, ambos arriscam o aplicativo de namoro, mas conseguem encontros furados e acabam se conhecendo nesse exato momento: quando tudo dá errado com outras pessoas.

Com uma dupla inusitada de amigos, Brita (Clarice Falcão) e Valdir (Luís Lobianco), Rita e Enzo descobrem a simplicidade do amor, se encontram dentro de suas personalidades doidas e complexas, lidam com suas famílias malucas e com suas próprias doideiras.

O romance é bem fofinho, e a produção toda prova que o Brasil tem muito o que se destacar no mercado de séries e filmes.

Agora que você já entendeu que a gente entende de minisséries e que te damos dicas muito boas, queremos saber quais as minisséries que você acha que deveriam estar nessa listinha. Vem conversar e indicar séries pra gente lá nas nossas redes sociais: Twitter, Insta e Face. E não esquece que aqui no Entretê você encontra conteúdo sobre a cultura pop, eventos do momento e ótimas resenhas.

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Resenha | O Castelo Animado e a importância de viver todas as oportunidades

O Castelo Animado fala de experiências e esperança em tempos sombrios 

Quem é fã de Hayao Miyazaki, sabe que O Castelo Animado é uma obra de arte, e nem questiona o fato de o filme estar tão presente na cultura pop.

O filme conta a história de Sophie, uma dona de chapelaria que passa os seus dias trancada na loja e nunca se diverte. Em um dia, enquanto a cidade recebe uma festa, Sophie decide ir visitar a irmã no trabalho, mas, no meio do caminho, é abordada por dois guardas assustadores.

Howl, um bruxo popular, dono de um grande castelo vivo, a ajuda a escapar dos guardas, mas acaba colocando-a em perigo.

Depois de ser amaldiçoada por uma feiticeira maldosa, Sophie abandona a vida pacata que leva e se muda para o castelo animado de Howl, na esperança de se livrar da maldição.

O filme é um primor de beleza e nos conquista desde os primeiros minutos. Mas sendo de Hayao Miyazaki, não poderia ser diferente, né?

Origem

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Apesar de ser uma animação japonesa, feita pelo incomparável Studio Ghibli e ter a direção de Hayao Miyazaki, a história nasceu nos livros de Howl’s Moving Castle, da inglesa Diana Wynne Jones.

O principal foco da autora era ensinar as crianças sobre humanidade, respeito e valorização da vida ao máximo. Ou seja, que se privar de viver por sonhos que não são os seus pode ser um caminho sem volta, e que a idade chega para todos, sem que nem notemos.

Hayao Miyazaki traduziu todos esses sentimentos com muita justiça e fidelidade, e transformou O Castelo Animado em um clássico sobre viver a vida ao melhor estilo possível. O filme fala sobre viver experiências, aprender coisas novas e se permitir.

Sophie e Howl

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Apesar de o filme demonstrar uma relação de amor entre o casal principal, O Castelo Animado não é uma história sobre relacionamentos românticos.

Em meio a uma guerra interminável, a trama coloca Sophie e Howl em pontos diferentes de uma mesma seta, e nos alimenta com debates críticos sobre consciência, ideais e posições políticas e familiares.

Explorando o tema de relações humanas, o roteiro fala sobre aprendizado e amadurecimento, nos questiona sobre a posição das mulheres em um cenário de guerra, a dificuldade das crianças órfãs que tentam sobreviver, e das que têm família e se esforçam para ajudar.

Magia

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O Castelo Animado é, antes de qualquer outra coisa, uma obra mágica! A história se preocupa em preservar o lado lúdico das coisas, mesmo com temas pesados sendo expostos para as crianças.

As cenas usam cores vivas para manter o público sempre ciente de que aquilo ainda é uma animação, e o tom que poderia ser sombrio é redirecionado, e vemos experiências positivas sendo tiradas de situações de crise.

Com uma delicadeza fora do comum, Hayao Miyazaki traduziu o sentimento de magia dentro da história original, coloriu os cenários e aprofundou personagens, dando simbologia aos momentos mais diversos da história. Nos momentos de Ma, quando ninguém faz nada e a história passa devagar, seja por uma pausa para uma refeição ou para observar o campo verdejante ao redor de uma casa de infância.

Hayao Miyazaki é um gênio, e como tal, não pode ter seu filme terminando por aqui. 

Estamos atentas nas redes sociais – Twitter, Insta e Face -, ansiosas para compartilhar com você mais observações sobre esse filme imperdível.

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