Foto: Divulgação

João Lee lança projeto de remixes com músicas da carreira dos pais, Rita Lee e Roberto de Carvalho

Classix Remix – Volume III reúne DJs nacionais e internacionais na remixagem de clássicos dos mais de 50 anos de carreira da rainha do rock brasileiro

Após os volumes I e II, lançados em abril e maio, às 00h dessa última quinta-feira (24), o terceiro e último volume do projeto Classix Remix de João Lee foi lançado. João é produtor, DJ e filho da rainha do rock brasileiro, Rita Lee, com o instrumentista Roberto de Carvalho. Reunindo 17 canções remixadas por grandes nomes nacionais e internacionais da música eletrônica, o Volume III exibe novas versões para Pega Rapaz, Saúde, Tatibitati e Só de Você, dentre muitas outras.

O projeto capitaneado por João é lançado pela Universal Music e tem como principal intuito trazer alegria para a vida das pessoas em meio à pandemia de Covid-19. “Eu espero que as pessoas fiquem felizes e que elas realmente se divirtam ouvindo essas músicas”, comenta o produtor.

E diversão é o que não falta nesse álbum. Com uma pegada disco e com as músicas feitas para serem dançadas, os clássicos de Rita tomam nova roupagem – sem perder sua essência – e conectam os jovens aos clássicos do rock da música brasileira. Para Paulo Lima, presidente da Universal Music, o projeto é exatamente isso: uma ponte entre as músicas de Rita para com uma geração que não pôde vivenciar isso.

Foto: Instagram/joaoleemusic

DJ há 25 anos, João conta que sempre teve vontade de realizar esse projeto. A fusão entre o catálogo dos pais e a sua profissão é algo que sonha desde quando começou a tocar. Sobre o álbum Classic Remix – Volume III, o produtor afirma estar feliz com o resultado. “Mal posso esperar para ouvir tudo isso em uma pista de dança. Estou louco para encontrar meus amigos e comemorar da forma como a gente tem que comemorar”.

E os amigos foram essenciais para esse trabalho ir pra frente. Todos os envolvidos nas remixagens são colegas de profissão que João foi reunindo ao longo de toda a sua carreira. Lee compartilha que se sente abençoado nesse quesito. “Sem amigos não se faz nada.” comenta.

Fazendo história nesse projeto único e ímpar, cada um dos DJs teve liberdade de criação. A escolha da música que seria mixada também foi própria e de acordo o momento afetivo de cada um. Direta ou indiretamente, os convidados tiveram suas vidas marcadas por músicas da rainha do rock e agora possuem a oportunidade de marcar esses clássicos nas vidas de uma nova geração.

Foto: Instagram/joaoleemusic

Pega Rapaz é destaque do Volume III

Em um primeiro momento, a música, lançada originalmente em 1987 e parte do álbum Flerte Fatal, nem mesmo estaria no projeto. Atualmente, sendo o destaque do Volume III, a música, mixada por Gui Boratto e Junior C, entrou para a produção aos 45 minutos do segundo tempo.

Com referências aos anos 80, a música que todo mundo ama teve um processo de criação difícil. Devido à sua harmonia e sua complexidade, solucionar  – em três minutos – a história da canção com cortes na letra e mudanças no ritmo, não foi simples.

Sem querer perder a identificação com a canção original, Boratto conta que a versão que procurava criar, e que não deveria distorcer a original e nem ser concorrente dela. Com todos os elementos presentes e, principalmente, o vocal de Rita, o resultado da modificação – que lembra um flash dance – deixou Gui feliz.

“As pessoas têm muita bobagem de achar que música boa e para dançar não pode ter muito vocal. E não! Eu acho que música boa tem que ser abraçada e vestir a camisa. E foi o que fizemos, com o maior orgulho do mundo”.

Foto: Instagram/joaoleemusic

O parceiro do DJ nesse desafio, Junior C, também comenta que a pegada anos 80 dessa música fluiu de forma natural. “As referências que eu achava que encaixavam mais vinham de artistas que a maioria nem era de música eletrônica”, afirma.

Após diversas variantes apresentadas, a versão final de Pega Rapaz se tornou um encaixe perfeito. A música possui todos os requisitos para encantar a quem ouve

A juventude de Coppola no hit Só de Você

Aos 21 anos de idade, Coppola faz parte da geração que não vivenciou os clássicos de Rita em seu auge. Entretanto, ele é a personificação de tudo que o álbum de João Lee propõe. Sucesso no underground, o jovem conta que fugiu de tudo o que já estava acostumado para remixar a música favorita dos fãs.

Confessando ter sentido medo, Coppola também conta que a escolha da música foi feita por uma história de família. “Quando surgiu a oportunidade de remixar uma música da Rita, eu fui perguntar para a minha família qual eles escolheriam e minha mãe me contou uma história”.

Mostrando o disco onde a música foi originalmente lançada, o Rita Lee e Roberto de Carvalho de 1982, o jovem afirma que a música fez parte do casamento da mãe. Por se tratar de um romance, é comum que a canção tenha sido trilha sonora da história de muitos. Desconstrui-lo foi, para o DJ, uma experiência desafiadora. “Eu tive o desafio de mudar o ritmo dela para um ritmo que fosse um 4×4 padrão. Foi um processo muito demorado, mas me ajudou muito. Foi o primeiro remix que eu fiz de um som complexo”.

Foto: Instagram/coppoladj

João Lee afirma que a remixagem de Coppola para o álbum surpreendeu até mesmo seus pais. O produtor conta que Só de Você é uma música difícil de trabalhar. “Os meus pais, quando souberam que essa música teria um remix, eles não sabiam para onde ela ia. E eles ficaram muito felizes com o resultado”.

Com o selo de aprovação, o jovem DJ afirma que ficou muito feliz com o resultado. Para finalizar sua participação na coletiva em que a Entretetizei estava presente, Coppola afirma ter gostado da harmonia do refrão. “Não foge muito e é como uma alternativa para a música original”.

O clássico Tatibitati

Brincar de médico é melhor que boneca” é a frase que marca o hit Tatibitati de Rita Lee, lançado em 1981. Com a missão de remixar esse clássico que marcou geração ficaram os DJs Renato Ratier e André Torquato, conhecido como Tqt.

Sua versão original possui muito prestígio no mercado internacional, a música é, por exemplo, o segundo single de Rita mais vendido na França. Mexer com um patrimônio é de muita responsabilidade, por essa razão, João precisava confiar muito no trabalho do colega.

O Renato é um dos mais importantes DJs da cena eletrônica do Brasil. É um cara que tem valor inestimável. É muito bom ter o Renato dentro desse projeto e com o André. O resultado ficou muito bom. E eu acho que vai ser o favorito dos DJs”, pontua o produtor de Classix Remix – Volume III.

Renato também comenta sobre o assunto. “Na hora que eu recebi a notícia que participaria do álbum foi um êxtase. Foi uma felicidade muito grande e uma responsabilidade muito grande”.

Foto: Instagram/coppoladj

Com um pouco de disco e eletrônica, a música ainda mistura elementos orgânicos e instrumentos – como a guitarra de André. Sendo um grande fã e admirador de Tatibitati, Ratier afirma que a dupla procurou ter responsabilidade de respeitar a obra original sem fazer grandes interferências. 

Mais uma versão nova para Saúde

A música do álbum homônimo de 1981 já havia ganhado uma nova roupagem no Classix Remix – Volume I, lançado em abril desse ano, pelo grupo de música eletrônica Tropkillaz. Portanto, o clássico ganhou mais uma versão nova no terceiro volume do projeto pelas mãos de Diego Moura, ou como é conhecido artisticamente DEE:VISION.

A música, de escolha pessoal de Moura, é uma mensagem pertinente a tudo o que estamos passando atualmente, com a pandemia do coronavírus. “Uma das coisas que me fez escolher Saúde é esse tempo louco que estamos vivendo”, pontua o DJ.

Foto: Reprodução/Instagram

Sem quase nunca sair do repertório de Rita e a acompanhando em praticamente todos os shows de sua carreira, Saúde ganha com essa remixagem uma pegada bem energética. “Fiz duas ou três versões até chegar na final. Foi um processo bem demorado. Foi muito bom e um grande aprendizado. Fiquei muito feliz com o resultado, porque saiu uma coisa que vai funcionar muito com o meu set. Quem me acompanha nas pistas vai se identificar”, afirma Moura.

Diogo Accioly e Nuven em Chega Mais

A ideia para o projeto começou anos antes dele realmente entrar em prática, e Diogo era um dos poucos que sabia de tudo desde o início. Segundo João Lee, o DJ esteve junto dele durante o processo inteiro. “Ele foi meu braço direito, esquerdo e cabeça. A gente é amigo há mais de 20 anos. Ele foi uma das primeiros pessoas com quem eu conversei desde antes esse projeto acontecer”, pontua. 

Tamanha importância leva a grandes responsabilidades. E Accioly ficou com um baita desafio: transformar a música Chega Mais não é fácil. Por se tratar de uma canção rápida, foi preciso muita magia para a adaptação. 

Chega Mais é uma das músicas que eu sempre gostei, porque ela é a preferida dos meus pais. Ela tem uma coisa meio marchinha de carnaval e é rápida. O desafio principal para mim foi diminuir o tempo dela e não distorcer o vocal da Rita”.

O desafio foi superado. Escutando a remixagem, é impossível perceber que o vocal tenha sido alterado. “Acho que foi o remix mais difícil da minha vida, porém o mais legal. Não é todo dia que você tem essa oportunidade”, afirma Diogo.

Já a parceria com Nuven surgiu devido as influências de beat que o DJ possui. Convidar o amigo para participar foi uma forma de dar, à música, toques que ele acharia que combinariam com a canção. Em relação ao feat, Accioly comenta ter sido uma grande experiência. “Eu acho que foi legal para o processo criativo todo do remix ter essas duas cabeças pensando”.

Foto: Instagram/joaoleemusic

Para finalizar, Accioly ainda comenta, junto a João, o quanto as parcerias internacionais são importantes para esse projeto. “Eu tenho vários amigos alemães que fazem música com vocal brasileiro sem nem saber o que estão sendo falado. O pessoal no Brasil não tem muito costume de fazer música eletrônica com esse vocal brasileiro. Com todos esses artistas internacionais participando do projeto vai dar uma globalizada”, afirma Diogo.

Lee afirma: “Os gringos têm um respeito muito grande pela música brasileira. E eu acho legal essa fusão de mandar para fora e trazer para cá esse público internacional. Isso deu muito certo”. 

O álbum completo pode ser escutado logo abaixo, ou no Spotify.

E você já escutou a esse álbum homenagem a dois grandes artistas da nossa música? Conta para gente, você é de qual das gerações: a que acompanhou Rita e Roberto no auge ou a que se conecta aos clássicos a partir de projetos como esse?

Para ficar por dentro de outras notícias do entretenimento, nos siga em nossas redes sociais: Insta, Face e Twitter.

 

*Crédito da foto de destaque: Divulgação

plugins premium WordPress

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento. Acesse nossa política de privacidade atualizada e nossos termos de uso e qualquer dúvida fique à vontade para nos perguntar!