A publicitária mineira conta com três romances publicados e figura por quase três anos consecutivos na lista dos livros mais lidos no Brasil
Pare agora mesmo o que está fazendo, pois te darei algumas razões para ler as obras de Carla Madeira: a primeira consiste no fato de que ela é, atualmente, a autora nacional mais lida do Brasil , atrás apenas de Colleen Hoover, Torquemada, Ilko Minev e Matt Haig.
Nascida em Belo Horizonte, em 1964, largou o curso de Matemática para fazer Jornalismo e Publicidade, já atuou como professora na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de ser sócia e diretora criativa na agência de publicidade Lápis Raro. Seu primeiro livro, Tudo é Rio (2014), se tornou um grande sucesso, contando com mais de 147 mil exemplares vendidos até o início de 2023 e dispõe de um contrato para a produção de uma adaptação cinematográfica.
Foto: reprodução/Grupo Editorial Record
O romance narra a história do casal Dalva e Venâncio, que tem a vida transformada após uma perda trágica, resultado do ciúme doentio do marido. Também da prostituta mais depravada e cobiçada da cidade, Lucy, a qual entra no caminho do casal, formando um triângulo amoroso. A trama é tão visceral que a autora abandonou a escrita por 14 anos e retomou do ponto em que a tragédia aconteceu. O segundo motivo para ler reside na questão de o livro carregar este nome porque podemos pensar em todos os aspectos da vida como a fluidez tão potente de um rio que não podemos controlar.
Dona de uma escrita delicada e poética, mas ao mesmo tempo crua e brutal, Carla vem caindo no gosto do público e, principalmente, daqueles que anseiam por histórias de ficção que vão além do romance água com açúcar. Aí está uma excelente razão para se deliciar com as páginas das obras da mineira .
Foto: reprodução/ Grupo Editorial Record
Seu segundo livro publicado é A Natureza da Mordida (2018), em reedição atualmente, que conta a história de Biá, uma psicanalista aposentada, e Olívia, uma jovem jornalista. Com alternância entre as vozes, a força narrativa, objetiva, descritiva e linear de Olívia contrapõe-se às anotações esparsas de Biá, cujos fragmentos de uma memória já falha e pouco confiável conduzem a um ponto de virada na trama que revelará ao leitor eventos marcantes do passado de cada uma, evidenciando o paralelo entre as diferentes formas de abandono sofridas (e perpetradas) pelas duas amigas.
Por fim, e não menos importante, temos Véspera (2020). A obra retoma a escrita profunda da autora, mas aqui os personagens possuem maiores camadas entre as nuances de certo e errado, bem e mal.
Foto: reprodução/Grupo Editorial Record
Sinopse: A narrativa começa com a pergunta: como se chega ao extremo? Vedina, uma mulher destroçada por um casamento marcado pelo desamor, em um momento de descontrole abandona seu filho e, imediatamente arrependida, volta para o lugar onde o deixou e não encontra quaisquer vestígios de sua presença. Este é o acontecimento nuclear da trama que expõe as entranhas de uma família – pai alcoólatra, mãe controladora, irmãos gêmeos tensionados pelas diferenças – a qual, como tantas outras , torna-se um lugar em que as singularidades de cada um não são acolhidas, criando rachaduras por onde a violência se infiltra.
Contada em dois tempos, o dia do abandono e os dias que vieram antes dele, o romance avança como duas ondas até que elas se chocam e se iluminam. O leitor se vê diante de um espantoso presente que expõe o quanto as palavras são capazes de inventar a verdade.
E aí, se animou para ler algum dos livros da autora? Conta pra gente nos comentários e siga as redes do Entretê (Twitter, Instagram e Facebook) para ficar por dentro das novidades sobre entretenimento!
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*Crédito da foto em destaque: reprodução/ O Globo