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Karla Sofía Gascón
Foto: reprodução/Netflix

Não dê uma de Karla Sofía Gascón: saiba o que não se pode fazer durante a corrida ao Oscar

Na corrida pelo Oscar, talento não basta — é preciso saber jogar conforme as regras, e Karla Sofía Gascón tem sido um exemplo do que não fazer

Ganhar um Oscar não é só uma questão de talento. A corrida até a estatueta é uma verdadeira maratona de campanhas, eventos e, claro, política. Para ser coroado pela Academia, não basta entregar uma performance impecável — é preciso também saber jogar conforme as regras.

Karla Sofía Gascón, indicada a Melhor Atriz por Emilia Pérez, tem sido um exemplo recente do que não fazer. Entre declarações polêmicas, tweets antigos controversos e um atrito desnecessário com Fernanda Torres, a espanhola viu sua campanha ser ofuscada por escândalos. Mas ela não é a primeira (e provavelmente não será a última) a cometer erros fatais durante a temporada de premiações.

Além disso, a campanha de Emilia Pérez tem um nome de peso nos bastidores: Lisa Taback, estrategista-chefe da Netflix. Taback já foi responsável por algumas das campanhas mais controversas do Oscar, incluindo a de Shakespeare Apaixonado (1998), que desbancou O Resgate do Soldado Ryan (1998) e, para os brasileiros, ficou marcada pela derrota de Fernanda Montenegro para Gwyneth Paltrow. Antes de se juntar à Netflix em 2018, ela trabalhou por 20 anos com os irmãos Weinstein, ajudando a garantir prêmios para nomes como Roberto Benigni, Kate Winslet e Quentin Tarantino. Ou seja, Gascón está sob a tutela de uma estrategista experiente, mas que também carrega um histórico de campanhas agressivas e polêmicas.

Se você quer entender como funciona o jogo e quais deslizes podem custar um Oscar (vai que isso te sirva de algo no futuro), aqui está o que não se pode fazer durante a corrida:

Ataques diretos (ou indiretos) a concorrentes são proibidos

A Academia é bem clara: qualquer campanha negativa contra outro indicado pode resultar em punições. Isso inclui entrevistas, postagens nas redes sociais e até declarações vagas que possam ser interpretadas como um ataque.

O caso de Karla Sofía Gascón ilustra bem esse ponto. Durante sua passagem pelo Brasil, a atriz disse não gostar das “equipes de redes sociais que trabalham ao redor dessas pessoas (Fernanda Torres) tentando diminuir o trabalho de outros como o meu ou o filme porque isso não leva a lugar algum.” O comentário gerou revolta, pois parecia insinuar que a equipe da brasileira estava jogando sujo. A repercussão foi tão negativa que Gascón precisou se retratar à Variety, dizendo que não falava de ninguém diretamente ligado a Fernanda.

O problema? O estrago já estava feito. E, no Oscar, quem fala o que quer pode acabar perdendo votos de membros da Academia que levam a ética da campanha muito a sério.

O passado nas redes sociais pode te assombrar

O Twitter (ou X, para quem se acostumou com o novo nome) é um arquivo vivo de arrependimentos. Se você já postou algo problemático, pode ter certeza: alguém vai desenterrar.

No caso de Gascón, tweets antigos ressurgiram, mostrando comentários xenofóbicos, islamofóbicos e até críticas ao próprio Oscar por ser “diverso demais”. Em um post de 2021, a atriz escreveu:

“Cada vez mais o Oscar parece uma cerimônia de filmes independentes e de protesto, eu não sabia se estava assistindo a um festival afro-coreano, a uma manifestação do Black Lives Matter ou ao 8M.”

Karla Sofía Gascón
Foto: reprodução/G1

Essa mentalidade não combina com os valores da Academia atual, que tem investido fortemente em diversidade e inclusão. Se há uma lição aqui, é: antes de entrar na disputa por um Oscar, faça uma limpa nas redes sociais e, principalmente, reflita sobre o que você já postou (isso vale pra vida, porque nunca é tarde pra começar a agir com consciência, né?!)

Não ignore um pedido de paz

Se o público já está dividido entre torcidas, a pior coisa que um indicado pode fazer é alimentar essa rivalidade. Gascón, ao invés de acalmar os ânimos, ajudou a criar uma tensão desnecessária entre os fãs brasileiros e sua própria campanha.

Quando começou a ser atacada por brasileiros, a atriz pediu publicamente que Fernanda Torres interviesse, dizendo: “Fernanda, me ajuda com a sua galera.” A brasileira, sempre elegante, respondeu com um vídeo pedindo para que ninguém atacasse suas concorrentes, destacando que todas as indicadas mereciam respeito.

Mas, surpresa: Gascón não compartilhou ou comentou o post. Esse silêncio só aumentou as especulações de que sua abordagem era, no mínimo, questionável. Na corrida pelo Oscar, humildade e respeito não são opcionais – e ignorar um gesto de fair play pode ser um tiro no pé.

Campanha é permitida, mas manipulação não

A Academia permite que estúdios e artistas promovam seus filmes com eventos, entrevistas e até anúncios pagos. Mas existem limites bem definidos.

Fazer campanha com estratégias duvidosas ou exageradas pode trazer problemas.

Em 2014, Bruce Broughton foi desclassificado da categoria de Melhor Canção Original por mandar e-mails diretamente a votantes pedindo que escolhessem sua música. Já em 2022, a campanha intensa para To Leslie, estrelado por Andrea Riseborough, quase gerou uma anulação de indicação por ter feito lobby excessivo.

Karla Sofía Gascón
Foto: reprodução/The NY Times

No caso de Gascón, ela pode não ter infringido regras explícitas da campanha, mas seu comportamento nas redes sociais e na mídia pode afetar seu desempenho entre os votantes. Afinal, a reputação de um indicado conta tanto quanto sua performance na tela.

Tentar comprar votos (direta ou indiretamente) é um erro fatal

O Oscar permite campanhas, mas não permite subornos. Isso significa que qualquer tentativa de oferecer brindes, jantares luxuosos ou até mesmo favores pode resultar em desclassificação.

O produtor de O Leitor, Nicolas Chartier, foi barrado da cerimônia do Oscar em 2010 porque enviou e-mails pedindo votos contra Avatar. Em 2017, a campanha de O Caso Spotlight foi investigada por oferecer eventos luxuosos demais para membros da Academia.

Karla Sofía Gascón
Foto: reprodução/The Herold

Se um filme ou artista for pego tentando influenciar votantes de maneira imprópria, pode ser eliminado na hora.

Criticar a Academia ou o Oscar pode ser um tiro no pé

O Oscar tem suas falhas, mas morder a mão que pode te premiar nunca é uma boa ideia. Karla Sofía Gascón já reclamou publicamente da diversidade na premiação no passado, e isso definitivamente não ajuda sua imagem dentro da Academia.

Em 2011, Bret Easton Ellis, roteirista de Meninos Não Choram, praticamente enterrou sua carreira em Hollywood ao criticar abertamente o Oscar. Se você quer ganhar uma estatueta, no mínimo, precisa demonstrar respeito pelo prêmio.

Karla Sofía Gascón
Foto: reprodução/O Globo
Escândalos pessoais podem acabar com sua campanha

A Academia tem ficado cada vez mais rígida em relação a polêmicas envolvendo preconceito, assédio ou comportamento antiético.

Em 2017, Casey Affleck quase perdeu sua indicação a Melhor Ator por Manchester à Beira-Mar por acusações de assédio sexual. Em 2022, Will Smith foi banido do Oscar por 10 anos após dar um tapa em Chris Rock ao vivo.

No caso de Gascón, suas postagens antigas carregadas de preconceito foram um grande problema. Embora ela tenha sido indicada, a imagem pública conta muito, e isso pode afetar suas chances de vitória – e até mesmo seus trabalhos futuros.

O que aprendemos com tudo isso? Que um Oscar pode ser perdido antes mesmo da cerimônia

O caminho até a estatueta dourada é cheio de armadilhas. Um candidato pode ser brilhante na atuação, mas se errar no comportamento, pode perder votos preciosos e até ser eliminado da disputa.

Se tem uma lição na trajetória de Karla Sofía Gascón durante essa temporada de premiações, é que a postura fora das telas importa tanto quanto a performance dentro delas. No Oscar, ética, respeito e estratégia são essenciais, e isso vale para TODOS (pode ter certeza que ficaremos de olho – ainda mais – daqui pra frente!)

Se um dia você estiver concorrendo, lembre-se: jogue limpo, respeite seus concorrentes e, principalmente, pense duas vezes antes de postar qualquer coisa na internet. Afinal, um tweet errado pode custar um Oscar.

 

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Leia também: Crítica: Emilia Pérez – Uma história de redenção

Texto revisado por Karollyne de Lima

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