Novo filme com Morgan Freeman que estreia dia 24 de agosto, vincula os costumes dos povos africanos a um ritual macabro.
Sob a direção de George Gallo Jr., o filme Muti Crime e Poder conta com a notável presença de Morgan Freeman em seu elenco, um fator que, por si só, poderia transformá-lo no filme policial mais destacado do ano.
Com Cole Hauser no papel do detetive Boyd, Murielle Hilaire como a Detetive Kersch e uma surpreendente atuação de Vernon Davis como Randoku, o filme infelizmente falha ao criar um clima de suspense e explora erroneamente o tema central.
Sinopse:
Muti Crime e Poder conta a história do detetive Boyd (Cole Hauser), cuja vida foi devastada pela trágica perda de sua filha.
Movido pela dor dessa tragédia, Bold se lança em uma implacável busca pelo rastro de um assassino em série, cujos atos sangrentos seguem um brutal ritual tribal conhecido como Muti.
Em meio a essa jornada sombria, a única esperança de Boyd é contar com a ajuda do enigmático Professor Mackles (Morgan Freeman), um antropólogo especialista na cultura africana.
À medida que a linha entre sanidade e loucura se desfaz, Boyd se aprofunda nos recantos perturbadores da mente do assassino.
O detetive tenta desvendar os vínculos ocultos com a cultura por trás desse ritual macabro.
Elenco e Personagens:
Toda a trama se desenrola a partir da vida do protagonista, o detetive Boyd, e das angústias do seu passado.
No entanto, esses elementos não contribuem de maneira significativa para o desenvolvimento da história.
O personagem Randoku, interpretado por Vernon Davis, é o serial killer, sendo apresentado logo nas primeiras cenas do filme, causando aos amantes do suspense, a falsa ilusão de que algum mistério será desvendado durante o desenrolar da trama.
Morgan Freeman é um coadjuvante com ares de protagonista que dispensa apresentações
Embora tenha uma participação limitada no filme, são as cenas com Freeman que se destacam como os momentos mais impactantes da trama.
Além disso, as cenas com Freeman adicionam camadas de profundidade aos personagens de Cole Hause e Vernon Davis.
E o que dizer de Vernon Davis?
Apesar de sua limitada experiência como ator, Vernon, um ex-jogador de futebol americano, impressionou na interpretação de algumas cenas.
Principalmente as que exigiam um toque extra de crueldade, cumprindo o seu papel ao manter o clímax nas cenas mais sangrentas.
No entanto, o uso de cenários e ambientes clichês enfatiza a evidente falta de investimento na produção do filme.
Crítica:
Apesar do que poderia ser uma produção promissora, Muti Crime e Poder peca em sua narrativa, com ausência clara de plot twist e falta de criatividade ao longo da trama.
A suposta busca implacável pelo assassino em série, liderada por uma atuação amadora de Cole Hauser como detetive Boyd, falha em construir o suspense necessário para manter o público verdadeiramente envolvido.
Além disso, o filme incorre em uma abordagem pejorativa ao explorar a cultura africana por meio do ritual Muti.
A falta de aprofundamento nesse aspecto decepciona, pois a cultura africana é rica em histórias e tradições complexas que poderiam ter sido exploradas de maneira mais sensível e enriquecedora para a narrativa.
Em vez disso, a superficialidade com que o filme aborda esse aspecto corrobora para uma abordagem estereotipada e limitada. Até porque, desperdiça a oportunidade de apresentar ao público a riqueza da cultura africana.
Aliás, a ausência de criatividade nos enquadramentos de câmera em cenas cruciais desvalorizou a experiência visual e, em última análise, prejudicou a imersão do público na trama.
Em resumo, Muti Crime e Poder carece de uma narrativa envolvente e de elementos-chave que teriam dado vida à trama, como suspense e aprofundamento cultural.
Infelizmente, foi uma oportunidade perdida para explorar questões mais profundas e contar uma história policial mais envolvente.
Diante disso, fica um sentimento de insatisfação do que poderia ser uma produção mais impactante e significativa.
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*Crédito da foto de destaque: Divulgação/A2 Filmes