Marianne Faithfull prova que, como atriz, é uma ótima cantora e A Garota da Motocicleta não conquista em nada em suas duas horas de filme
A Garota da Motocicleta é um filme de 1968, dirigido por Jack Cardiff, e conta a história de Rebecca, uma garota apaixonada e motociclista, que larga tudo – casa, marido e estabilidade – para ir atrás de seu amante em outro país, tudo isso sobre as rodas de sua motocicleta preta.
Rebecca interpreta a filha de um dono de livraria e vivia uma vida bem pacata até conhecer Daniel (Alain Delon), um professor teoricamente erudito e cliente de seu pai. É Daniel que apresenta a ela uma vida de rebeldia: com passeios em motos velozes, sexo casual e liberdade de expressão. Enquanto vive um caso de amor com Daniel, Rebecca se relaciona e fica noiva de Raymond (Roger Mutton), que é o completo oposto de sua paixão alucinante.
Com dois meses de casamento, Rebecca foge de casa, abandonando um Raymond adormecido, e parte para longe, em busca de seu amante e permanente tormento emocional.
Prometendo ser um drama erótico romântico, A Garota da Motocicleta não tem nada além do que nomes famosos no elenco.
A inspiração
A ideia para esse roteiro veio do livro La Motocyclette, de André Pieyre de Mandiargues, publicado em 1963.
O livro – pelo que se é possível saber sem ter um exemplar -, usa a sexualidade e deixa o leitor saber que, por baixo do macacão de couro, Rebecca não veste nada. E, como um ponto positivo, o filme mantém isso e não faz adaptação desse detalhe.
Roteiro sem surpresas
Motociclistas tendem a agradecer a existência desse filme, porque dizem que é o mais próximo que chega de se descrever a sensação de pilotar uma moto, mas o roteiro em si não é bom e deixa a desejar.
Para além do apelo sensual, nada mais acontece além de uma viagem de algumas horas, que levam Rebecca até a Alemanha para se encontrar com Daniel. E, para além disso, não há diálogos reais no longa ou boas interpretações que compensam o permanente monólogo, em forma de pensamento, que leva a protagonista de um ponto a outro.
Em resumo:
Na minha opinião, tudo que o filme tinha mesmo a oferecer ao público em 1968 era a presença do elenco, em especial de Marianne Faithfull, por conta de seu relacionamento com Mick Jagger, que estava no auge da carreira com a explosão dos Rolling Stones.
Sem figurinos para chamar a atenção, sem diálogos consistentes e com uma trama fraca e sem ritmo, o filme passa ocioso por duas horas e o espectador pode dormir ou se ocupar de outra atividade, porque não perde nada na história.
O tom psicodélico também não vende bem, porque tudo que faz é nublar cenas de sexo para que o público não foque nisso.
Tendo muito que poderia ser realmente explorado, como casamentos opressores, relacionamentos obsessivos e abusivos, liberdade e até violência sexual (por que não? A literatura já fazia isso mesmo), o roteiro se perde apenas na ideia de deixar a protagonista com o corpo exposto e sua insanidade por Daniel sendo igualmente explorada. O final só salva a história por colocar um ponto final no filme.
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*Crédito da foto de destaque: Rebecca/A Garota da Motocicleta