AmarAção, que já está disponível nos cinemas, é ultrapassado e não se atém aos detalhes
A comédia romântica nacional AmarAção, acaba de chegar aos cinemas, com uma premissa que poderia ser interessante, mas segue outros rumos. O responsável pela produção é Eric Belhassen: diretor, produtor, roteirista e protagonista do filme. No entanto, mesmo com todos os esforços dos artistas para apresentar o longa ao público, AmarAção peca bastante em alguns aspectos. Desse modo, o filme nos mostra uma visão machista e ultrapassada de um relacionamento que findou. Além disso, ele deixa algumas pontas soltas no enredo e se contradiz em alguns momentos.
A premissa
Em AmarAção, seguimos a história de Erick (Eric Belhassen), um homem na casa dos 40 anos que ainda está processando o término do seu último relacionamento amoroso. Mesmo tendo sido ele a terminar o namoro, o homem ainda não o superou totalmente. Erick, então, tenta ao máximo ocupar sua cabeça. Seja saindo com seu amigo Caco (Caco Ciocler) ou praticando exercícios físicos compulsivamente. Mas, um dia, ele começa a ter visões sobrenaturais com a sua ex-namorada Helena (Ana Carolina Godoy). Assim, sem saber ao certo os motivos desses acontecimentos, ele passa a acreditar que Helena realizou um trabalho espiritual para tê-lo de volta. Ao mesmo tempo, Caco tenta ajudá-lo, mas ele também está passando por uma crise em sua relação.
Visão machista e antiquada
O primeiro erro do filme é não se ater aos detalhes. Ele deixa pontas soltas ao (colocar elementos aleatórios que não são explicados no decorrer da trama).
AmarAção também se contradiz, uma vez que tenta inverter os papéis em estereótipos de gênero. Por exemplo, o próprio subtítulo do longa afirma: desta vez, são eles que sofrem. Ou seja, o papel sofredor, antes designado somente à mulher, agora é passado ao homem.
No entanto, o filme termina delegando toda a culpa à mulher para o término de uma relação. A mulher que é sensível demais, quer toda a atenção para ela ou tem atitudes descontroladas.
Visões completamente ultrapassadas e que não deveriam ser representadas em pleno século 21. Pelo menos não como algo normal. Enquanto isso, o homem pode paquerar outras pessoas, ser desrespeitoso, não aceitar os limites do relacionamento, ainda assim, afirmar que a parceira é quem está cerceando sua liberdade.
Religiosidade
Outro ponto a ser observado em AmarAção é a visão e o tratamento com religiões de matriz africana. Uma forma superficial, com muitos estereótipos e sem se importar com a relevância que elas têm para seus adeptos.
Enfim, apesar das grandes produções do cinema nacional, esse é um filme que possui um roteiro mal amarrado, insensível e retrógrado.
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*Crédito da foto de destaque: Divulgação