Novo livro do autor foi lançado em dezembro pela editora Intrínseca
Como ser mais criativo? é um questionamento que tem tirado o sono de artistas desde que a arte existe. Esta e outras perguntas rodeiam os pensamentos de escritores, músicos, dançarinos e qualquer pessoa que necessita da criação como meio de sustento. Não é fácil ser artista: a falta de incentivos, a descrença da sociedade e a pressão para a constante entrega de novos projetos podem acabar ocasionando um bloqueio criativo. Arte Importa, novo livro de Neil Gaiman, irá refletir sobre esses assuntos.
E são esses problemas que, em poucas páginas, Neil Gaiman tenta resolver. Ou, ao menos, inspira o leitor para que ele encontre o próprio caminho criativo. Escritor de obras como Sandman, Coraline, Deuses Americanos e Good Omens, o autor oferece sábios conselhos, tanto para os iniciantes, quanto para quem já está na carreira há alguns anos.
Desse modo, se utilizando de uma linguagem simples e fluída, Neil Gaiman destrincha os segredos do fazer artístico e discorre sobre a importância da arte. Reflexões estas que são ricamente ilustradas pelos desenhos de Chris Riddell, cartunista que já trabalhou com Gaiman em trabalhos anteriores. O livro é inspirador em vários sentidos. Seja para dar um sopro de esperança para os artistas que, por algum motivo, estão desmotivados, seja para nos relembrar da função vital que a arte desempenha.
Crença
Arte importa divide-se em quatro partes. Na primeira, denominada Crença, o autor estabelecerá uma conversa sobre o surgimento e o debate de ideias. Aqui, o narrador incentiva o leitor a refletir acerca das próprias convicções, e o quanto as nossas crenças podem colaborar ou limitar no nosso processo criativo. “Creio que, na batalha entre armas e ideias, as ideias no fim vencerão.”
Por que nosso futuro depende de bibliotecas, leituras e devaneios
Por que nosso futuro depende de bibliotecas, leituras e devaneios é o segundo capítulo. Neste trecho do livro, Neil Gaiman exalta seu amor pelos livros, pelos bibliotecários e pelas próprias bibliotecas que, segundo ele, são capazes de tornar o mundo um lugar melhor. “Se você não valoriza as bibliotecas, está silenciando as vozes do passado e prejudicando o futuro.”
Faça uma cadeira
O terceiro fragmento, Faça uma cadeira, é o mais interessante e brilhante do livro. Isso porque, de forma concisa, o autor nos orienta que, às vezes, a melhor forma de concluir seu trabalho é deixá-lo de lado e focar em outros assuntos. Assim, empregando o exemplo da construção de uma cadeira, o autor afirma que, até ele, um dos escritores mais renomados desta geração, vez ou outra sente-se travado e não consegue escrever. “Histórias esperam como tempestades distantes, rugindo e fulgurando no horizonte cinzento.”
Faça boa arte
A última parcela do livro, Faça boa arte, é um pequeno resumo sobre o que é arte afinal. E talvez apenas um mestre como Neil Gaiman consegue defini-la com palavras tão singelas, mas com um significado arrebatador. A verdade é que não existe apenas um termo que explique a arte, não há uma maneira correta de se fazer arte.
A arte é feita de erros, acertos, força de vontade, alegrias, tristezas – uma mistura de elementos que poderiam ser classificados como a própria vida. “Sua voz, sua mente, sua história, sua visão. Então escreva e desenhe e construa e toque e dance e viva como só você pode.”
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*Crédito da foto de destaque: Divulgação