Resenha | Do musical ao cinema mudo: a comédia romântica Notre Dame

Com reviravoltas abruptas, pouca comédia e muitos excessos, Notre Dame chega em 11 de fevereiro nos cinemas brasileiros.

Notre Dame (2019) acompanha a vida da arquiteta Maud Crayon (Valérie Donzelli) que, logo após um mal entendido, ganha o concurso para restaurar o pátio diante da catedral Notre-Dame. Maud tem que lidar ao mesmo tempo com o projeto, a volta de um amor da adolescência e com o pai de seus filhos, com quem ainda não teve um término definitivo.

Maud passava por uma situação financeira complicada, com as coisas indo de mal a pior no trabalho. Ao vencer o concurso ela vê uma oportunidade de mudar tanto sua vida e de seus filhos, como também de seu colega de trabalho e amigo Didier (Bouli Lanners).

Mesmo que a trama tivesse de tudo para dar certo, ela deu completamente errado. A fotografia e o enredo são os únicos pontos positivos que se pode encontrar ao longo do filme.

Foto: California Filmes/Divulgação

Pontos positivos

Alguns dos únicos momentos de empatia com a protagonista ocorrem quando conhecemos o chefe babaca dela. Também sentimos afeto ao testemunhamos a difícil tarefa que é lidar com um filho adolescente. Um retrato de uma Paris não tão glamorosa, próxima a casa de Maud, por exemplo, também é interessante de se observar. Infelizmente os pontos positivos param por aqui.

Pontos negativos

A produção, dirigida também por Valérie Donzelli, possui alguns recursos estranhos e momentos de pura magia e fantasia. A exemplo, de como Maud passa a participar do concurso para o qual não se inscrevera. Algumas situações no longa são surpreendentemente forçadas e sem sentido.

Outra característica que incomoda no filme é o figurino. Apesar de se passarem vários meses durante o filme, Maud usa a mesma roupa em 90% das cenas, assim como a maioria dos outros personagens. Isso desperta a impressão de falta de higiene ou de um closet cheio de roupas iguais.

Por certo o telespectador vai ver mais tapas na cara durante os 90 minutos de Notre Dame do que em sua vida toda.

A narração é inegavelmente desnecessária. Boa parte do que é narrado fica subentendido nos diálogos ou através das mudanças em Maud, e o que não é entendido poderia ter sido acrescentado nas falas.

A protagonista também comete vários erros e deslizes, não tenta mudar ou repará-los e ninguém parece se importar de fato com eles, mesmo que sejam prejudiciais a ela e a os outros. Além disso, a falta de posicionamento e pulso firme de Maud Crayon podem estressar o telespectador.

Contudo, os piores momentos da trama são quando, do nada, o longa se transforma em cinema mudo e quando vira um musical de uma canção só.

Foto: California Filmes/Divulgação

Notre Dame é uma comédia romântica com pouca comédia e poucos momentos do romance arrebatador que costumamos ver em filmes desse gênero, portanto se torna um filme esquecível.

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*Crédito da foto de destaque: California Filmes

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