Dorama fala sobre a morte, vida pós morte e as consequências de se viver da maneira errada de uma forma delicada, flertando com o sobrenatural
Se você é fã de histórias fantasiosas, contos de fadas e de um bom romance com uma pitada de drama, então Goblin (2016) pode entrar na sua lista de programas favoritos. A história acompanha a longa vida de Kim Shin (Gong Yoo), um guerreiro que foi traído pelo rei que amava e o qual servia cegamente, por quem jurado de morte e, ao morrer, como castigo divino, condenado a vagar pelo mundo com uma espada cravada no peito, com um único objetivo: encontrar a sua esposa, a única pessoa capaz de ver e retirar a sua espada, trazendo então a paz eterna.
Vivendo nos dias atuais, já com 900 anos, ele segue uma vida normal, interferindo uma vez ou outra na vida dos humanos. E foi em um dia comum, que de repente, ele ganhou um inquilino um tanto quanto estranho, e também sobrenatural: O Ceifador (também imortal) [Lee Dong-wook]. Ele é chamado assim mesmo, já que suas memórias foram apagadas quando ele se encarregou de levar as pessoas para a morte, apagando também o seu nome e real identidade. O encontro dos dois seres sobrenaturais não aconteceu por acaso, ele acaba ocasionando diversos acontecimentos que escrevem o futuro dos protagonistas.
Kim Shin, em sua longa e tediosa vida, acaba conhecendo a estudante órfã de 19 anos Ji Eun-tak (Kim Go-eun), que desde o seu nascimento tem se mostrado alguém muito fora da caixinha, já que sempre foi capaz de ver e se comunicar com fantasmas. Essa comunicação do além faz com que a jovem seja informada, desde a sua infância, que é a tão famosa Noiva do Goblin, aquela capaz de dar a vida eterna e o descanso necessário ao duende. E assim que os seus caminhos se cruzam, a jovem tem certeza de seu destino, o que é diariamente questionado por Kim Shin, que não acredita nessa história da jovem ser realmente a sua noiva, já que até o primeiro momento, ela não fala absolutamente nada sobre a tal espada.
Conforme o tempo passa, descobrimos que Ji Eun- tak é, além da noiva do Goblin, uma alma omitida (alguém que deveria ter morrido, mas não morreu), o que atrapalha os planos do casal serem felizes para sempre, já que a ameaça de uma possível morte a qualquer tempo impede que eles vivam uma vida normal.
A Morte
Se você é supersticioso e prefere não assistir coisas que mexem com a vida pós morte, ou até mesmo a morte de forma crua, sinto lhe dizer, mas está perdendo uma grande produção.
Goblin trata a morte de uma forma que eu nunca havia visto. As cenas de maiores destaque ficam por conta do Ceifador e o seu trabalho: ele basicamente recebe uma carta com nome, data e o motivo da morte. Ao contatar o recém-falecido, ele o leva para uma casa de chás, onde, dependendo de como você levou a sua vida, é oferecido um chá de esquecimento, para que você entre sem arrependimentos e sem dores no plano espiritual, podendo assim viver em paz com Deus. Caso você tenha sido uma péssima pessoa, e até mesmo matado alguém nessa vida, o chá não é oferecido, já que o seu castigo eterno é se lembrar exatamente de todo o mal que causou enquanto estava na Terra. Profundo, não é?!
Essa casa de chá também é responsável pelas cenas mais emocionantes, já que ela proporciona o encontro de velhos amantes e familiares, onde eles podem, finalmente, viver juntos para sempre. Quem aí já tá derrubando algumas lágrimas??
Nem só de morte se vive um Ceifador, durante a história, ele acaba se apaixonando pela chefe da Alma Omitida, Sunny (Yoo In-na), uma mulher independente e forte, que carrega uma vida passada cheia de mistérios, além de fazer parte do grande plot twist da história.
Em Goblin, a frase “aqui se faz, aqui se paga” é levada completamente ao pé da letra, mas deixando claro que, sua maldade, dependendo do tamanho com que ela tenha sido feita, pode ser levada para todas as suas reencarnações. E aí não tem escapatória, é peso e culpa sendo carregado por milhares de anos.
Trilha sonora
Ah, quem não gosta de uma bela trilha sonora? Goblin consegue se consagrar no universo dos OST’s (original soundtrack), só sua música de abertura Round and Round, interpretada pela cantora Heize de forma lindamente. Confira:
Por fim, Goblin mostra a pureza da vida, mas também a beleza da morte. Não existe vida sem a morte, essa é de fato a grande certeza que temos, e a produção faz com que enxerguemos, mesmo que de forma não religiosa, a bondade de todas as nossas fases. Lindo, deslumbrante, necessário é extremamente emocionante. Esses e tantos outros adjetivos não serão capazes de resumir o quão apaixonante essa obra é, vale super a pena conferir. Goblin está disponível no Viki, um aplicativo exclusivamente para produções asiáticas.
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*Crédito da foto de destaque: divulgação