Mathilde fala sobre poder, amor e história, e traz algumas verdades sobre o último tsar da dinastia Romanov
Mathilde é um filme de 2017 que se baseia em fatos reais e conta uma história de amor e poder. Sem focar muito na realidade central dos fatos, o filme conta sobre a solista do ballet russo, Matilde Kschessinska.
No filme, Mathilde conhece Nicolau II e se envolve com ele, o que era extremamente comum naquela época. No meio do seu romance com Mathilde, o pai de Nicolau II, Alexandre III, falece e isso acelera os preparativos para que Nicolau assuma o trono. E para assumir, Nicolau precisa de uma esposa. Uma boa esposa real.
Mathilde tinha um stalker com quem teve uma relação anterior a sua com o futuro tsar. Além disso, vivia um romance simultâneo – e até então platônico – com o primo de Nicolau, e com o fim repentino do romance dos dois, Mathilde se ofende e passa a perseguir o futuro tsar russo, causando problemas até na sua coroação.
Triângulo amoroso
Com uma teia amorosa do lado de Mathilde, com um ex amante, o tsar e seu primo que tenta ser o namorado da bailarina – e que na vida real se casou com ela -, o filme foca no romance da bailarina com o futuro tsar e a terceira ponta óbvia do triângulo: Alexandra Feodorovna.
Apesar de se basear em fatos reais, o filme russo narra uma futura tsarina neurótica e fã do ocultismo, e isso por si já mostra como o povo russo ainda vê a última tsarina Romanov.
Conhecida por ter entregado muito de sua vida privada nas mãos do místico Rasputin, Alexandra fez isso nos últimos anos de sua vida porque acreditava que o homem chamado de santo era capaz de curar os diversos traumas que seu filho – e futuro tsar da Rússia -, Alexei sofria por causa da sua hemofilia. Na verdade, Alexandra recorreu ao misticismo no auge do desespero materno, e ainda assim acreditava fortemente que Rasputin era fiel às crenças de Deus, já que Alexandra era ortodoxa.
Fatos reais
Nicolau II de fato namorou com a bailarina Mathilde por alguns anos quando era solteiro, mas não há nenhuma prova de que ela se enraiveceu com o fim do relacionamento ou que interferiu no casamento de Nicolau. É de conhecimento geral, na verdade, que Nicolau II era fiel e apaixonado por Alexandra – até onde os estudos provam -, e que na verdade foi ele quem escolheu cortejar Alexandra quando ela ainda usava o nome de batismo, Alice de Hesse e Reno.
Ao que se sabe, a relação entre Nicolau e Mathilde durou por uns três anos, e apesar de ter terminado por causa do casamento que ele viria a ter, não houve traumas.
Fora das telas, a verdadeira Mathilde se casou com um primo de Nicolau II e se tornou mesmo uma Romanov, mas por ser apenas uma nobre, Mathilde conseguiu escapar da Revolução Russa (19917 – 1923) que levou Lênin ao poder e manteve a União Soviética até 1991. Sua casa, inclusive, foi usada como palanque para um discurso de Lênin e depois serviu de escritório para membros do governo.
Mathilde morreu em 1971, na França, muitos anos depois da chacina contra o tsar.
Cenário e figurinos
Com muito respeito pelo tempo e pela ostentação da época – seja nos palcos ou na corte -, o filme tem uma produção imperdível e nos faz suspirar por cada figurino usado nas cenas.
Os cenários são belíssimos e completamente apaixonantes, e fazem o público aprender e conhecer mais sobre as grandiosas arquiteturas russas. A fotografia tem um tom limpo, usando de muita luz natural e tons de branco e dourado.
O diretor Alexei Uchitel foi cuidadoso, e tudo no filme foi bem pensado para ser vistoso para o público. Incluindo as cenas de ballet, que são lindas e contam com apresentações caprichadas, cenários bem pintados e fidelidade ao sistema de aulas que são empregados em academias tradicionais.
Você já sabia sobre o relacionamento de Nicolau II, pai da grã-duquesa Anastásia e último tsar russo, com a bailarina Mathilde? Queremos saber da sua resposta lá nas nossas redes sociais: Twitter, Insta e Face.
*Crédito da foto de destaque: Divulgação