Resenha | Na Cidade Branca, longa de 1983, explora o vazio existencial

Na Cidade Branca foi nomeado para o Urso de Ouro do Festival de Berlim e ganhou o Prêmio César (França) de Melhor Filme Estrangeiro

Na Cidade Branca (Dans la Ville blanche) é um filme suíço de 1983, dirigido por Alain Tanner, que aborda o vazio existencial e a vida de um homem que quer encontrar o sentido da vida. Com quatro idiomas presentes no longa, o português tem espaço especial na trama, que traz no elenco Bruno Ganz, Teresa Madruga e Julia Vonderlinn.

Paul (Bruno Ganz) é um marinheiro suíço que desembarca em Lisboa sem uma razão especial. Vivendo em um hotel simples, próximo à zona ribeirinha, ele experimenta um grande vazio existencial. Paul vagueia pela cidade por dias a fio,  filmando com sua câmera Super-8 e enviando as imagens para sua esposa na Suíça, acompanhadas de cartas que contam suas longas horas de meditação. Porém, em seus passeios, encontra Rosa, por quem se apaixona.

Reprodução do filme Na Cidade Branca

Sendo um filme de 1983, podemos por vezes estranhar a calmaria e às vezes, certa lentidão no decorrer da história, mas isso era comum em filmes dramáticos daquela época. O longa apresenta diversas cenas onde Paul aparece refletindo sobre a vida, e essas reflexões estão apenas em sua mente, fazendo com que haja muito menos diálogos do que estamos acostumados a observar.

Por outro lado, essa falta de palavras deixa em destaque o talento do ator Bruno Ganz. Ele consegue transmitir suas questões existenciais em apenas um olhar, um sorriso ou uma lágrima. No momento em que ele e Rosa (Teresa Madruga) começam a desenvolver um relacionamento, mesmo sem nenhuma vez expressar seus sentimentos em palavras, conseguimos ver claramente o quanto ele está envolvido pela moça. 

Reprodução do filme Na Cidade Branca

“Eu estou bem. Estou livre. Não estou fazendo nada. Não estou de férias. Nas férias se faz alguma coisa. Se organiza o tempo livre. Eu não. Eu não faço nada”. Essa é uma das falas de Paul em uma de suas cartas que ele envia a sua esposa (Julia Vonderlinn). Em diversos momentos, é de se invejar a disponibilidade de uma pessoa poder abandonar tudo para pensar na vida numa cidade tranquila e cheia de diversão. Todavia, há um momento do filme em que todo esse vazio de Paul começa ser difícil de acompanhar, a ponto de você querer que o personagem se encontre para que a história consiga seguir. 

O cenário natural é um show à parte. Gravado em Portugal, conseguimos conhecer as enormes escadarias de Lisboa. Os prédios com janelas de madeiras, os bondes subindo ladeiras e as feiras livres nas manhãs. Tudo isso traz uma sensação de leveza e tranquilidade ao espectador. É bacana, também, observar os diversos idiomas apresentados e interagindo entre si: inglês, alemão, português e francês

Reprodução do filme Na Cidade Branca

Com direção de Alain Tanner, Na Cidade Branca foi nomeado para o Urso de Ouro do Festival de Berlim e ganhou o Prêmio César (França) de Melhor Filme Estrangeiro.

 

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*Crédito da foto de destaque: Reprodução do filme Na Cidade Branca

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