Prepare-se para perder o controle, se apaixonar por esportes aquáticos, e ter um olhar diferente sobre BDSM se comparado a Cinquenta Tons de Cinza… Vem saber o que achamos do romance!
[Contém spoiler] Inteligente, profundo e apaixonante: No Fundo É Amor reforça mais uma vez o porquê de Ali Hazelwood ser uma das romancistas mais lidas do momento e merecer uma vaga na sua estante. Em Deep End, título original do best-seller lançado em março de 2025 pela editora Arqueiro, somos apresentados à Scarlett Vandermeer e Lukas Blomqvist, dois jovens adultos estudantes que tentam administrar a rotina pré-universitária com a vida de atleta, e mergulham em uma trama envolta por desejos, aceitação sexual, traumas, superação e uma paixão voraz.
A história é desenvolvida sob o olhar de Scarlett ou Vandy (como é chamada pelos amigos), uma personagem repleta de camadas de medos e incertezas, que concilia sua jornada como atleta de saltos ornamentais com a candidatura para a faculdade de medicina. Nesse meio tempo, precisa superar um bloqueio psicológico após uma lesão séria de esporte que a impede de realizar um salto específico para conseguir se classificar nas competições que antecedem as Olimpíadas.
Isso tudo se intensifica com uma proposta inusitada. Após descobrir que sua amiga, Pen, terminou o namoro por não corresponder aos desejos de seu parceiro em uma estrutura sexual de BDSM, Vandy revela ser adepta dessa prática. A amiga então sugere que ela fique com seu ex: Lukas é um prodígio da universidade de Stanford, capitão do time de natação, campeão mundial, um líder nato, sueco e dominador.
“Antes de mergulhar, quero que você saiba que esta obra explora alguns tipos de fetiche, consensuais e negociados – em particular, relacionados a dominação e submissão.”. — Ali Hazelwood

[…] Nós somos humanos. Não temos controle de nada. Autonomia é um mito.
A promessa de explorar fetiches e o BDSM na relação sexual dos protagonistas fez os fãs irem ao delírio com o recém-lançamento — e podem ficar tranquilos — Ali não decepcionou nenhum pouco nessa parte. Ela nos fez gastar a imaginação em 11 capítulos de puro hot (25, 27, 35, 36, 42, 48, 49, 51, 52, 58 e 60), além de quebrar os tabus desse tipo de interação sexual que envolve controle e brutalidade, mas também carinho e afeto.
Para além da pegação, é muito interessante como a escritora italiana explorou a temática do controle fora do sexo também, já que os embates pessoais dos personagens giram entorno dele: para Vandy, isso fica nítido em sua trajetória de superação com a finalidade de conseguir realizar o salto e sua insistente necessidade em ser perfeccionista; para Lukas, o controle tão íntimo do nadador, se esvai por suas mãos no primeiro momento em que elas tocam Vandy e isso o desestabiliza.
“Scarlett, acho que o Dr. Carlsen é o marido.”
Se você acha que A Hipótese do Amor é TOP 1 imbatível, esse é o momento de darmos as mãos e gritarmos. \0/ SIM, Adam e Olive aparecem na trama de No Fundo é Amor, e dessa vez a participação é mais longa do que em Amor, Teoricamente (livro em que ambos estavam noivos). Uma vez que Vandy e Lukas estudam em Stanford, o encontro entre os casais se dá de forma natural, nada forçado: Carlsen é professor de Vandy na matéria de biologia computacional, e ao se impressionar com o nível de conhecimento da aluna, indica-a para um projeto de pesquisa mediado por Olive, do qual Lukas também é integrante. A participação é secundária, mas, ainda assim, é possível observar nos detalhes o carinho de um com o outro, e saber que eles finalmente casaram!!! OMG
“Desde o primeiro momento, você detinha todo o poder. Desde o primeiro momento, eu estava na palma da sua mão.”
As expectativas para o livro estavam altas, e a leitura não decepcionou, mas não desbancou os outros volumes da autora que disparam como preferidos, ganhando por aqui uma nota 4. Ainda assim, a história é envolvente, e de longe um dos melhores desenvolvimentos de personagens e relações (amizade também) de Ali Hazelwood, não à toa No Fundo É Amor é o livro que ela relata mais ter gostado de escrever.
Ficou com vontade de ler? Conta pra gente qual é o seu livro favorito de Ali Hazelwood nas redes sociais do Entretê – Instagram, Facebook, X – e nos siga para atualizações sobre a indústria do entretenimento.
Leia também: Resenha | Minha Melhor Parte é uma história de amor fofa e inclusiva
Texto revisado por Karollyne de Lima