O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas faz jus ao título e prova que é uma coisa perfeita
O filme O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas não teve grande divulgação, mas é lindo e merece uma resenha.
Com uma trama delicada e um tanto quanto melancólica, a produção conta sobre Mark (Kyle Allen), um adolescente que tem vivido o mesmo dia por infinitamente e que pensa estar sozinho nesse looping interminável de acontecimentos. Em um desses dias, Mark conhece Margaret (Kathryn Newton), uma garota, que assim como ele, está completamente consciente do problema da prisão temporal.
Juntos, Mark e Margaret, desenvolvem uma amizade baseada em descobrir e catalogar situações simples da rotina, mas que são perfeitas. Assim, eles criam o mapa das pequenas coisas perfeitas, que só faz sentido para os dois, e que tem tudo a ver com encontrar beleza em pequenos momentos.
A delicadeza
A narrativa inteira tem uma delicadeza sem igual, e reúne uma infinidade de sutilezas menores ou maiores em seu roteiro.
O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas nos faz amar a vida e nos lembra de olhar para todos os cantos com sutileza e leveza, nos diz sobre educação do olhar e de como somos capazes de treinar nosso senso crítico para encontrar magia em coisas consideradas banais.
As relações familiares são igualmente belas e tratadas com carinho, explorando a sutileza das coisas, debatendo sobre conexões, observação e diferentes realidades em um mesmo lar.
A tristeza
O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas é um filme bonito, mas melancólico, e nos questiona sobre os limites emocionais de cada pessoa.
Enquanto Mark passa quase todo o filme se achando o centro do Universo, Margaret só quer evitar a vida e fugir das complexidades de viver em um mundo onde nada é mesmo perfeito.
A tristeza da narrativa surge na vida pessoal de Margaret, nas questões familiares de Mark e no senso chocante de que – provavelmente – nenhum de nós esteja vendo a vida passar de verdade, porque estamos em uma rotina inevitável. E se não é triste se ver dentro de uma rotina infalível, eu não sei o que pode ser tão trágico sem ser fatal.
O clichê
O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas coleciona clichês fofos sobre romances que já amamos. Sem fazer nenhuma referência óbvia ou direta, o filme nos prende pelo clichê do casal que não parece dar certo, somado ao clichê do garoto egocêntrico e da garota inteligente e blasé demais.
E se você quer um grande ato de conquista, tal qual 10 Coisas que Eu Odeio em Você nos presenteou nos anos 1990, encontrou o filme certo. Mark se prova um tipo de romântico incurável que nós – as minas de verdade -, só amamos nas telas ou nos livros, porque sabemos que na vida real são irreais demais.
Também nos deparamos com o clichê de debates críticos sobre vida e amadurecimento, feitos em diálogos que já estamos cansades de ouvir, mas que continuamos amando em bons filmes.
O Mapa das Pequenas Coisas Perfeitas é uma graça, e a gente não quer parar de falar dele aqui, então te esperamos lá nas redes sociais – Twitter, Insta e Face – para mais conversas sobre esse filme. E claro, é sempre bom lembrar que o Entretê reúne cultura pop, latina e resenhas incríveis todos os dias. As manas do lado de cá querem te ver sempre, então cola na nossa!
*Crédito da foto de destaque: divulgação