Um dos k-dramas de mais sucesso da Netflix mostra o quão caro alguém pode pagar por fazer bullying
Atenção, este texto pode conter gatilhos.
The Glory (A Lição) foi um dos doramas de maior sucesso da Netflix no último ano. Tendo a primeira parte lançada em 2022 e a segunda no começo de 2023, o K-drama fez a sua fama por tocar num assunto recorrente na Ásia e mostrar as consequências de se praticar o bullying.
Pode ser que, para nós, a prática do bullying e suas consequências já estejam banalizadas, principalmente por serem algo que faz parte -infelizmente- do dia a dia de muitas pessoas. Mas, devemos lembrar que todo e qualquer tipo de violência deve ser denunciada.
Sinopse
The Glory, um dos k-dramas queridinhos dos últimos meses, conta a história de Moon Dong-eun (Jung Ji-So) que sofre bullying violento durante seus anos escolares. Cansada de tanta crueldade, ela resolve deixar o colégio e elabora um plano de vingança meticuloso que inclui acompanhar de perto a vida dos antigos agressores para que possa ter êxito em sua estratégia.
Ao crescer, Moon Dong-eun (agora interpretada por Song Hye-Kyo), vira professora no colégio onde a filha de Park Yeon-Jin (Ji-Yeon Lim), uma de suas agressoras, estuda.
Além de virar professora, Dong-eun também se aproxima de alguns de seus agressores, tendo como finalidade a destruição deles, feita por eles mesmos.
Roteiro
The Glory é escrita pela renomada roteirista Kim Eun-sook (Goblin e Mr. Sunshine) e dirigida também pelo premiado An Gil-ho. Os dois construíram um conto de vingança e todos esses elementos explodem sua cabeça na segunda parte da série, que estreou mundialmente no dia 10 de março.
Diferente do que estamos acostumados a ver nos doramas, The Glory não foca tanto no drama vivido pela protagonista, e foge do vitimismo. Na verdade, o roteiro foca completamente na força de vontade e expertise de Dong-eun em arquitetar todo um plano de vingança, prendendo o telespectador que fica ansioso para ver como ela irá vingar seus anos de dor.
O dorama foi dividido em duas partes com oito episódios. Enquanto os oito primeiros gastam um tempo necessário na construção do universo e dos personagens, a segunda parte traz o desenvolvimento e a conclusão da história com muita violência e com acontecimentos extremamente impactantes.
O protagonismo feminino é muito forte na produção, o que não é muito comum ver em dramas com temática de vingança.
Elenco
Impecável, adjetivo que pode descrever o que foi a escolha do elenco para este dorama. Todos os atores se encaixaram muito bem em seus papéis. Em destaque temos Lee Do-hyun, uma das promessas da Netflix e que já está fazendo sucesso com o novo k-drama The Good Bad Mother (2023).
Afinal, The Glory vale a pena?
Vale, vale muito! The Glory é completamente desconfortável, transmite uma tristeza enorme para, no final, você sentir um pontinho de esperança e paz junto dos protagonistas. Todos esses sentimentos são essenciais para melhorar a experiência entre produção e espectador.
A história de Moon Dong-eun reflete a vingança pelo fato de que existem feridas na vida que são profundas e permanentes. No caso dela, o bullying escolar é extremamente brutal e violento ao ponto de destruir toda sua humanidade. E ninguém estava lá para ajudar (mãe, professores, polícia).
A história mostra como a sociedade frequentemente lida com os ricos e os pobres – como aqueles com dinheiro e poder são facilmente desculpados enquanto os desprivilegiados são negligenciados ou não ouvidos. Não há como negar que a onda de dor e devastação que a Moon Dong-eun sente e a vingança acaba virando sua justiça. Quem decide se o que ela está fazendo é correto ou não é o telespectador.
E já pode preparar o lencinho, ver pessoas sofrendo, mesmo que seja na ficção, vai te emocionar e te fazer chorar de raiva, compadecendo às dores da protagonista. Afinal, não seria dorama se não tivesse um momento de chororô, né?!
Confira os trailers da primeira e segunda parte de The Glory:
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*Crédito da foto de destaque: reprodução/Netflix
