Filme de James Ivory, Verão Vermelho, é apaixonante e, também, uma recompensa visual sobre a Índia
Verão Vermelho é um filme que conta a história de Anne (Julie Christie), que viaja para a Índia a fim de investigar a vida de sua tia-avó Olivia (Greta Scacchi), que protagonizou um escandaloso romance com um soberano local (Shashi Kapoor) na década de 1920.
Olivia era casada com Douglas (Christopher Cazanove), mas se apaixonou pelo líder local, um príncipe não muito querido, nem pelo povo e nem pelos britânicos que residem em seu espaço de comando.
A história se desenrola com bastante delicadeza e é deixado claro que Olivia encontrou no amante, algo que seu marido não poderia lhe oferecer: uma vida longe das damas inglesas e sem muitas regras de conduta e postura.
Intercalada com o presente, a história de Olivia se mescla com a de Anne, que se permite vivenciar toda experiência de estar na Índia, e se apaixona pelo país e tem a oportunidade de seguir alguns passos como os de Olivia.
Um show cultural
Antes de tudo, Verão Vermelho é um filme sobre cultura. O choque cultural entre a Índia e a Inglaterra, e o espectador se apaixona perdidamente pela beleza visual.
Colorido, musical e elegante, o filme oferece um figurino de tirar o fôlego, lugares charmosos e explora a Índia luxuosa de uma família governante e a Índia humilde e simples de uma família comum.
A narrativa também flerta com uma amizade suspeita entre o príncipe Nawab e um inglês, permanente visitante em sua casa, Harry Hamilton-Paul (Nickolas Grace). Passei o filme todo tentando entender se Harry era um espião para Nawab, um prisioneiro de honra ou, talvez quem sabe, um amante.
Na Índia dos anos 80, retratada por Anne, temos a experiência cultural do turista Chid (Charles McCaughan), que saiu dos EUA e foi para a Índia em busca de santidade. É uma abordagem também muito interessante sobre como a cultura indiana pode ser apaixonante e comovente.
Um romance político em 1920
Para além do drama romântico que o filme apresenta, também vemos jogos de poder sendo explorados durante o longa. Com Nawab representando uma ameaça opressora e fria, sempre educado, mas ameaçador. E, ainda, os britânicos mandões e ainda imperialistas, que esperam recepção obediente dos indianos por conta da colonização que fizeram em seu país.
No âmbito feminino a jogada política também está presente, com toda uma hierarquia entre as mulheres que formam a comitiva da mãe de Nawab. Sendo a própria mãe da personagem uma figura importante no jogo de poder.
Essa é uma indicação que vale muito a pena, e que merece a sua atenção. E, quem sabe, o livro homônimo que inspirou o filme também não se prove um novo interesse?
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*Crédito da foto de destaque: Olivia/Verão Vermelho