E aí, galera, beleza?
A cada dia que passa, a novela Rock Story faz mais sucesso e encanta o público, com um elenco profissional e jovem. A história, sem cenas muito pesadas – como às vezes acontece em outas novelas, que acabam perdendo um pouco a audiência por conta da violência –, é uma mistura de música, amor e sonhos.
E como nós A-D-O-R-A-M-O-S conversar com os atores e sabemos que vocês também gostam de conhecer um pouco mais sobre suas vidas, viemos apresentar-lhes a atriz Tainá Medina.
Tainá tem 22 anos e interpreta a personagem Joana, que tem câncer terminal. A atriz contracena ao lado do ator Luan Vieira, que interpreta o Caio, outro paciente com câncer (já entrevistado por nós aqui). É claro que não é fácil trabalhar em um personagem como esse, mas cada personagem é um aprendizado.
A atriz está em seu último ano do curso de Rádio e TV, na UFRJ, e é integrante do grupo Teatro e Afeto. Para a preparação de sua personagem, ela passou por um laboratório, com o preparador argentino Eduardo Milewicz, e fez pesquisas por conta própria para conhecer casos reais de pacientes com câncer.
Que tal saber um pouco mais sobre a Tainá? Vem com a gente ver esse bate-papo especial com ela:
Como foi para você descobrir que estava no elenco de Rock Story, em um papel sobre câncer terminal?
Foi uma alegria enorme descobrir que iria fazer parte de Rock Story! Eu não acreditei de primeira quando soube que iria fazer a Joana. Tinha gostado muito do texto que interpretei no teste para o papel.
Sua personagem, Joana, é uma mulher guerreira, animada e que tem alto astral. Você se identifica com ela? Quais as principais dificuldades de interpretar uma personagem tão nova e com uma doença tão cruel?
Me identifico em muitos aspectos com ela. Assim como Joana, gosto muito de cuidar dos meus amigos e pessoas que amo, tento ser otimista frente às dificuldades e sei ter pulso firme quando é necessário.
Acho que a principal dificuldade foi chegar próximo de entender o que é passar por um câncer, além dos estereótipos. Isso foi a minha maior preocupação. Depois, procurei dar leveza a ela em meio à situação que se encontra junto com o namorado, Caio, para que a sua personalidade não fosse resumida ao câncer.
Sua experiência no cinema, com certeza, foi importante para sua estreia na televisão. Assim, como se preparou para a novela em um papel intenso?
Eu me preparei um pouco diferente do que costumo para a novela por conta de ser uma obra aberta. Não sei tudo de antemão sobre a Joana ou o que vai acontecer com ela durante a novela, dessa forma procuro não fechar as possibilidades dela e a cada informação nova compor mais um pedaço da sua personalidade que aos poucos é revelada.
Eu tive a sorte de poder participar da preparação com o Eduardo Milewicz e com a Maria Beta. Tivemos alguns encontros em que abordamos uma preparação mais geral e mais focada em cada núcleo. Nós trabalhamos muito as relações e na nossa novela tem algo muito incrível que é a parceria. O elenco se ajuda muito e isso faz com que os estreantes, como eu, absorvam muita coisa boa. Sou muito grata por ter parceiros tão maravilhosos.
Como uma das características da Joana é ter enfrentado um câncer e está remissiva, precisei fazer uma pesquisa extensa e conversei com muitas pessoas sobre o assunto durante a minha preparação.
Como foram seus trabalhos anteriores dentro do ramo de artes? Conta um pouco sobre eles pra gente!
Eu comecei aos 15 anos, na verdade, quando fiz um longa chamado “A Alegria”, da Marina Meliande e do Felipe Bragança. Nós fomos selecionados para a Quinzena dos Realizadores em Cannes, Brasília, Mostra Tiradentes, dentre outros festivais. Eu não era atriz na época então a experiência foi muito intensa, o que no primeiro momento me distanciou um pouco da atuação, para pensar se era isso mesmo o que queria fazer. Três anos depois eu não aguentava mais de vontade de fazer outro filme, então fiz um teste para um longa chamado “A Casa de Cecília”, da Clarissa Appelt, que acabou sendo selecionado para a Mostra de Tiradentes. Sou muito grata por ter feito esses dois filmes. Eu gosto muito de trabalhar com cinema e aprendi muito nos dois processos.
Ano passado eu entrei para o meu grupo de teatro atual, o Teatro de Afeto, e fiz a nossa peça de estreia “Pineal – Ritual Cênico”, com uma cena que eu escrevi e criei toda a parte artística. O Pineal deu muito certo, então conseguimos ficar por um bom tempo fazendo uma temporada independente, incluindo uma temporada curta em Recife e participando de alguns festivais. No primeiro semestre deste ano nós começaremos um novo processo, então aguardem que vem novidade aí!
Rock Story está bombando em todo o país, principalmente entre os jovens, que se identificam com o tema sobre música e com a história da novela. Qual a sensação de estar em uma novela que influencia tantas pessoas, que ainda tem um futuro pela frente? Como está sendo o retorno do público?
Eu tenho pensado muito sobre isso. Nós produzimos constantemente mensagem, imagem e isso influencia no imaginário das pessoas que nos assistem. Então, vejo como uma responsabilidade da nossa profissão olhar para o todo. Vendo o que temos feito de uma maneira crítica.
O retorno tá sendo incrível! Tenho amigos meus que não viam novela há tempos e começaram a ver por conta da minha participação. Eles também falam que acompanham porque a novela está muito boa.
Na hora de estudar e se preparar para as cenas, você costuma se inspirar em pessoas que tenham passado pelo mesmo problema que a Joana em suas famílias? Você acha que pedir ajuda de outras pessoas e buscar inspirações, ajuda no amadurecimento da personagem?
Com certeza. Acho imprescindível um trabalho de campo e conversas com pessoas que já passaram pelas situações que a minha personagem passou. Quanto mais eu mergulho no universo do papel que estou fazendo, mais detalhes consigo dar durante as cenas. A câmera capta tudo, então costumo tentar pensar como a Joana, para que consiga responder como ela.
Sabemos que você já está terminando a faculdade de Rádio e TV. Quais são seus planos para o futuro, assim que terminar a novela e a faculdade?
Está difícil conciliar as minhas aulas com o meu trabalho. Eu faço planos que não são fixos, e tenho eles para me manter em movimento, mas espero que a vida me surpreenda com algo melhor do que poderia esperar. O que tenho em mente é estudar fora do Brasil. Venho me estruturando para isso. Mas antes tenho muita coisa para realizar antes de ir.
Pra finalizar: O que você pode dizer a todos que têm como o objetivo, seguir a mesma carreira que a sua? Como começar do zero? E qual mensagem você diria a todos que estão trabalhando com você em Rock Story – seja em cena, por trás das câmeras, na preparação da personagem, parceiros de cena – e que te ajudam a crescer mais na profissão?
Eu não vim de família de artistas e não tenho conhecidos em nenhum ramo das artes. Tudo que conquistei foi através do meu trabalho, do meu estudo e da minha maneira de lidar com as pessoas que conheci. Foi uma mudança brusca de vida quando o “Alegria” cruzou o meu caminho aos 15 anos. Eu passei por uns dois meses de testes e preparação para conseguir o papel, não foi nada fácil e tinham muitas meninas experientes concorrendo comigo.
Sendo assim, acho que o que poderia dizer é: descubra se você quer mesmo ser atriz/ator e qual tipo de profissional deseja ser. Estabeleça metas, independente de ter ou não um trabalho e as siga. O trabalho do ator é muito solitário, por mais que tenham preparadores, você vai ser o único capaz de desenvolver o seu personagem, e a sua forma será diferente da do outro, essa é a magia! Um mesmo papel pode ser completamente diferente dependendo de quem o interpreta. Por isso, não se martirize também se não rolou um determinado papel e se concentre no caminho que você percorreu durante a sua construção. O Al Pacino disse uma vez que para ele o teste era o trabalho. Guardei essa fala dele para mim.
Essa é uma profissão que exige muito trabalho e um trabalho diário. É preciso ser muito apaixonado pelo que faz, para não cair em um automatismo ou em frustrações. Mas, se feita com amor, vale muito a pena.
Uma mensagem que eu diria é: muito obrigada! Todos são extremamente bons no que fazem, não é à toa que a novela tem feito tanto sucesso. Existe muito amor envolvido, muito carinho e dedicação. Sou muito grata por poder trabalhar com todos. Gostaria de dizer aos meus parceiros de cena que a cada dia, cada take é um aprendizado. Obrigada por trocarem comigo.
Gostaram? Foi um prazer poder entrevista a Tainá, desejamos a ela muito sucesso e um futuro repleto de alegria.
Venham conhecer a peça da qual a atriz é diretora:
Fogo Frio
“Fogo Frio” é uma peça com a proposta de imersão cênica, que utiliza artes visuais, audiovisuais, teatro, música, dança e novas tecnologias para conduzir o espectador através das fases de uma relação amorosa.
É a minha primeira direção artística, com parceria do Teatro de Afeto, do qual faço parte, e da produtora Alquimia Cultural. O texto é um monólogo adaptado do livro homônimo escrito pela Yasmin Gomlesvky, que interpreta a peça. Tem sido uma experiência muito desafiadora, principalmente por admirar o trabalho da Yasmin e por ser uma peça com muitos desdobramentos artísticos. Preciso utilizar meus conhecimentos em cinema (curso faculdade de Rádio e TV na UFRJ) e em artes visuais para poder criar todo o ambiente da peça. Estamos levantando esse projeto por conta própria com permutas e contribuição por financiamento coletivo. Com essa peça, propomos a todos uma viagem ao fundo dos afetos.
Sobre a peça:
O amor, o desamor e seus desdobramentos. O que fazer com a profusão de sentimentos que surge quando se perde alguém por quem se foi apaixonado? Quando você deixa de ser especial para alguém? “Fogo Frio” é uma imersão cênica que utiliza artes visuais, audiovisuais, teatro, música, dança e novas tecnologias para conduzir o espectador através das fases de uma relação amorosa.
Além de “Fogo Frio” ela já esteve presente na criação de outros dois espetáculos: “Pineal – ritual cênico” e “Incapazes – notícias cênicas”.
Créditos: CERCON
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