Silver Spoon
Foto: reprodução/weverse

Somos mesmo a geração que desistiu? O que Silver Spoon do BTS revela sobre os desafios dos jovens hoje

Somos a geração que desistiu ou que está em busca de novos caminhos?

Somos uma geração que desistiu ou apenas está procurando outro caminho? Nossos pais e avós cresceram acreditando que, com esforço, qualquer um poderia conquistar seus sonhos. Mas será que essa ideia ainda faz sentido? Em um mundo onde tudo parece mais difícil, muitos jovens tentam entender seu lugar num sistema que parece sempre contra eles. Em Silver Spoon (ou Baepsae), o BTS aborda exatamente essas questões, revelando a frustração e o senso de injustiça que pegam em cheio as novas gerações.

Entre dívidas, crises e expectativas que não batem com a realidade, a juventude enfrenta obstáculos que não têm nada a ver com falta de esforço. Parece mais que o jogo já começa em desvantagem. Ao contrário do que dizem, não somos preguiçosos e desinteressados. Como o BTS expõe na música, muitos jovens estão na luta para achar um espaço justo, num mundo que já os exclui logo de cara.

A corrida desigual: começamos em desvantagem

A galera de hoje em dia olha para o mercado de trabalho e se pergunta: será que aquela velha receita de estudar, se formar e ralar ainda é válida? Em Silver Spoon, BTS usa a metáfora do baepsae (o passarinho que tenta andar como uma cegonha) para questionar esse sistema. A música critica como, por mais que a juventude se esforce, ela simplesmente não consegue acompanhar o ritmo de um mundo onde quem já nasceu com vantagem tem muito mais chances de se dar bem.

Além disso, o trabalho temporário e a competitividade aumentaram, deixando o emprego cada vez mais instável. Aquele diploma universitário, que antes era o passaporte para a estabilidade, hoje em dia quase não garante nada. Muitos jovens saem da faculdade com uma dívida enorme e uma cobrança interna e externa de atingir uma segurança que parece inalcançável. Essa situação só reforça o contraste entre a promessa de meritocracia e a realidade da desigualdade.

E com a pandemia esses problemas só se intensificaram. Setores inteiros foram devastados, deixando a juventude, que já estava vulnerável, ainda mais exposta. Como o BTS critica, a questão não é falta de esforço — é uma sociedade que exige demais, mas entrega pouco em troca.

Saúde mental na berlinda: quem aguenta?

Outro peso enorme para a juventude é a pressão psicológica. Em um cenário de tanta competição e incerteza, muitos jovens enfrentam ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental. E, pra piorar, o estigma em torno da saúde mental dificulta a busca por ajuda. Enquanto as gerações passadas talvez não tivessem esse foco, a complexidade dos desafios de hoje torna a questão mais urgente do que nunca.

As redes sociais e a mídia só aumentam essa pressão, expondo a juventude a padrões de sucesso que nem sempre são reais. Em Silver Spoon, o BTS fala dessa cobrança surreal que a sociedade coloca sobre os jovens para que eles brilhem, enquanto oferece condições bem diferentes das que permitiram o sucesso das gerações anteriores. Essa disparidade gera uma crise de identidade e um descontentamento que não é culpa da juventude.

Incerteza no futuro e os objetivos que se afastam

A instabilidade econômica e política só aumentam essa incerteza sobre o futuro. Isso afeta não só quem quer estabilidade financeira, mas também quem luta por mudanças sociais e ambientais. Em Silver Spoon, BTS reflete sobre como o sistema que prometia sucesso para quem se esforça, agora mostra suas rachaduras. A compra de uma casa, um marco de estabilidade para nossos pais, hoje é um sonho distante para muita gente que vive no limiar entre o trabalho precário e a sobrecarga só para garantir o mínimo de segurança financeira.

A juventude enfrenta um cenário onde precisa escolher entre suas aspirações e necessidades básicas. E o medo das crises — políticas, ambientais, de saúde — só aumenta essa sensação de que o futuro é cada vez mais instável. BTS deixa claro que o problema não é a desistência dos jovens, mas um sistema que não dá suporte para que eles possam prosperar.

Desistimos mesmo ou estamos só recalculando a rota?

No fim, a pergunta “somos a geração que desistiu? é bem mais complexa do que parece. A crítica de BTS em Silver Spoon revela que a questão não é sobre desistência, mas sobre adaptação e resiliência diante de desafios inéditos. O que pode parecer desistência para alguns é, na verdade, a busca por novos caminhos e uma redefinição do que significa sucesso.

Silver Spoon é mais que uma música: é um grito de resistência. A geração atual não aceita mais ser rotulada como perdedora ou frágil. Se existe uma desistência, talvez seja do peso de expectativas irreais. A juventude não desistiu de lutar, apenas decidiu questionar e reinventar o sistema. É essa reinvenção, essa vontade de mudar o jogo, que define nossa geração — e é isso que Silver Spoon nos lembra: o futuro ainda é incerto, mas a luta por justiça e por um sistema mais equilibrado não vai parar tão cedo.

 

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Texto revisado por Alexia Friedmann

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