Carisma de Andrew Garfield e Florence Pugh encanta trama sem muitas novidades
Quantos filmes sobre amor e dramas com doença existem? Talvez o maior marco da geração recente seja o inesquecível A Culpa é das Estrelas (2014), inspirado no livro de John Green e provocador de muitos lencinhos úmidos e fungadas nas salas dos cinemas. Por isso, com o passar do tempo, o quase subgênero de romance se deixou cair na previsibilidade, e levantou a dúvida sobre ainda ser possível fazer filmes com a mesma premissa. Todo o Tempo que Temos mostra que sim.
Sinopse do filme
O longa de John Crowley (Brooklyn, 2015) mostra o encontro inesperado entre Tobias (Andrew Garfield), um recém divorciado com o coração partido, e Almut (Florence Pugh), uma chef ambiciosa e prestes a inaugurar seu restaurante de alta gastronomia. A trama acompanha os dois desde o instante em que se conhecem, perpassando por momentos importantes da vida adulta. Um deles, a descoberta de uma doença incurável em Almut.
A partir disso, o filme se concentra em como Tobias e Almut lidam com a nova situação e quais decisões eles resolvem tomar dali em diante, tanto entre os dois e a família que construíram, quanto para si mesmos. Com uma narrativa não-linear, o filme usa dos saltos temporais para contar uma história de amor, com imprevisibilidades e escolhas difíceis.
“Com Florence, fui a lugares que nunca teria ido com outro ator”
É o que disse Garfield em uma entrevista sobre o filme. Portanto, Todo Tempo que Temos não conta nada de novo para o público. Mesmo assim, a escolha de Andrew Garfield e Florence Pugh como protagonistas foi certeira. Os atores já tem um carisma sólido na indústria, com Garfield desenvolvendo um estilo próprio e Pugh carregando uma personalidade forte em cada papel. Por isso, não foi difícil para os dois encarnarem um casal no longa. Mas, sem dúvidas, a química gerada foi surpreendente.
A presença de tela do casal é tão marcante que não são necessários muitos coadjuvantes para sustentar a narrativa. O espectador se vê envolvido com a história de Tobias e Almut, e a entrega dos atores é verdadeira o suficiente para tornar a trama emocionante, mesmo que batida. Inclusive, os personagens são tão presentes que cada escolha que eles tomam para si importa, mesmo que discordâncias iniciais surjam. No fim, o longa abraça a possibilidade de sonhos e decisões.
Enredo não-linear
Além disso, a montagem não-linear do longa foi um recurso inteligente de John Crowley, e mostra que o diretor entende o fato da história não carregar uma premissa original. Dessa forma, o que poderia ter se tornado o plot do filme, na verdade, é destrinchado na trama e chega a assumir uma posição secundária em alguns momentos. O foco do filme está na relação dos personagens e na forma como eles se envolvem e envolvem o público. Afinal, a história que Crowley quer contar não é sobre doença, e sim sobre amor.
E é esse o grande ponto que faz Todo o Tempo que Temos se tornar bonito. Mesmo com o assunto da doença sendo a mão que empurra a bicicleta para ele andar, o filme não se limita ao básico das rodinhas da tristeza e da tragédia para garantir um sustento confortável, e sim busca contar uma história sobre amor, cumplicidade e, sobretudo, respeito às escolhas individuais.
Todo Tempo que Temos chega aos cinemas brasileiros em 31 de outubro.
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Texto revisado por Karollyne de Lima