O filme estreia nos cinemas em 22 de setembro
A atriz Viola Davis esteve no Brasil para a divulgação de seu novo filme A Mulher Rei. Em sua passagem pelo Rio de Janeiro, Viola visitou pontos turísticos como o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), a Cidade do Samba, onde esteve no barracão da Mangueira, e o Cais do Valongo, todos localizados na região portuária da cidade.
No Muhcab, Viola Davis e seu marido, Julius Tennon, conferiram a exposição O Impacto da Mulher na Cultura Afro-Brasileira, que se inspira em A Mulher Rei. A mostra, com fotos de cenas do filme, figurinos originais e detalhes da produção, fica disponível até o dia 1º de outubro. A visitação gratuita é de quinta a sábado, das 10h às 17h. O museu fica na Rua Pedro Ernesto, 80 – Gamboa.
Na segunda (19), Viola Davis e Julius Tennon, produtor associado de A Mulher Rei, participaram de uma coletiva de imprensa, no Hotel Copacabana Palace, onde responderam perguntas de jornalistas do Brasil e de países da América Latina. A jornalista Adriana Ferreira mediou o evento.
A coletiva começou com uma declaração de Viola sobre o Rio de Janeiro. A atriz se sentiu envolvida pelas belezas naturais da cidade, pela comida, pela generosidade das pessoas e pelo clima de alegria e agradeceu por todo amor que recebeu em sua passagem pelo Brasil.
Sobre a escolha do Rio de Janeiro para pré-estreia de A Mulher Rei, Viola fez uma reflexão apontando que o Brasil foi o país das Américas que mais recebeu pessoas escravizadas da África, mas que não há um sentimento de conexão entre os negros da América do Norte, do Caribe e da América do Sul em relação a sua origem.
No filme, o papel do Brasil no tráfico internacional de pessoas fica evidenciado por personagens como Santo Ferreira (Hero Fiennes Tiffin), que é o comandante de um navio negreiro, e Malik Diallo (Jordan Bolger) que é um brasileiro filho de um português com uma escrava com origem em Daomé.
Viola Davis rejeita a classificação de A Mulher Rei apenas como um filme de ação. Para a atriz, o filme é um drama-histórico com ação, pois toda a preparação física necessária para representação da general Nanisca fez parte do processo de construção de sua personagem. Assim como foi necessária sua preparação emocional.
Uma questão importante que Viola Davis sempre aborda em suas entrevistas é a visibilidade da mulher preta. Como elas precisam lidar com os estereótipos e com o preconceito que diminuem o seu papel social. “Nossa beleza não é vista. Nossa complexidade não é vista. Nossa força não é vista”, afirma.
“Em Agojie, as mulheres pretas guerreiras sabem que têm valor. Elas não precisam de uma presença masculina. Não precisam da presença de um branco. A vida imita a arte. Por isso, é tão importante personagens como as do filme”, desabafa a atriz.
O longa A Mulher Rei é pautado pela narrativa feminina, a partir do ponto de vista de mulheres pretas guerreiras, com diferentes origens geográficas e diferentes tons de pele negra, altura e corpos. Elas foram banidas do convívio social e se sentiram acolhidas e respeitadas em Agojie.
Por fim, ao ser questionada se A Mulher Rei é o primeiro de uma série de filmes com protagonismo negro, Viola Davis devolve a pergunta. Para a atriz cabe ao público responder se interessa assistir filmes com protagonistas negras ou filmes sobre narrativas negras.
“O público está disposto a ver mulheres negras como heroínas em personagens como Lara Croft: Tomb Raider, Viúva Negra (Black Widow) ou Salt? Talvez A Mulher Rei seja o primeiro passo para sensibilizar a audiência. Essa é a minha esperança”, conclui.
A estreia de A Mulher Rei, exclusivamente, nos cinemas nacionais será em 22 de setembro. Nos Estados Unidos, a produção arrecadou 19 milhões de dólares no primeiro fim de semana em cartaz e alcançou 100% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes.
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*Crédito da foto de destaque: divulgação/Instagram @sonypicturesbr – Manu Scarpa.