5 personalidades indígenas para começar a acompanhar hoje

Selecionamos mulheres que utilizam suas redes sociais como ferramentas de luta para falar sobre meio ambiente, política e moda indígena

Nos dias atuais, personalidades indígenas utilizam as redes sociais como ferramentas de luta e resistência. Através delas, influencers assumem o protagonismo e compartilham conteúdos sobre seus povos, modos de vida, cosmovisão, línguas e culturas específicas, assim como os desafios que enfrentam.

Mais do que isso, o Instagram e o TikTok, por exemplo, são palco para discussões sobre políticas indigenistas, reflexões sobre a questão ambiental e são ainda um meio para garantir que aquilo que acontece nos territórios seja comunicado de acordo com as perspectivas e vivências indígenas. Ademais, são um meio de desconstruir uma narrativa discriminatória que foi construída anteriormente.

Pensando nisso, neste Dia Internacional dos Povos Indígenas, o Entretetizei preparou uma lista com cinco personalidades indígenas brasileiras para seguir e ampliar o olhar sobre a causa indígena. Confira!

1. We’e’ena Tikuna (@weena_tikuna)
Foto: reprodução/Instagram @weena_tikuna

Estilista, cantora, compositora, artista plástica e designer, We’e’ena Tikuna é uma artista multifacetada nascida na Terra Indígena Tikuna Umariaçu no Amazonas, Alto Rio Solimões. Com determinação e perseverança, We’e’ena rompeu fronteiras e se tornou uma da personalidade indígena notável.

Formada em Artes Plásticas pelo Instituto Dirson Costa de Arte e Cultura do Amazonas (IDC), a indígena já conquistou prêmios na área. Atualmente, ela se dedica ao trabalho de inclusão social dos povos indígenas por meio da difusão de sua arte. Além disso, We’e’ena é cantora e compositora.

Como uma conhecedora da história, cultura e dos cânticos de seu povo, ela já compôs várias canções e tem um trabalho discográfico intitulado We’e’na – Encanto Indígena. Através da música, a artista fala de resistência cultural, identidade e preservação da natureza. 

Hoje, o talento da artista multifacetada We’e’ena também se destaca no mundo da moda. Em 2019, ela se tornou a primeira indígena a protagonizar um desfile de moda no Brasil Eco Fashion Week. Lá, ela apresentou as coleções autorais Éware e No’e.

Depois, a estilista apresentou a coleção Tururi Nho’É, que trouxe para as passarelas a moda autêntica e única do povo Tikuna. Além de artista, We’e’ena exerce a carreira de nutricionista. Além disso, é palestrante e ativista, e já foi convidada para debates e fóruns.

Foto: reprodução/ELLE Brasil

Nas redes sociais, ela compartilha conteúdos ligados à cultura e aos costumes indígenas, além de mostrar as bonecas que produz e também suas coleções e desfiles.

2. Dayana Molina (@molina.ela)
Foto: reprodução/Instagram @molina.ela

Nascida em Niterói, no Rio de Janeiro, Dayana Molina é descendente dos povos Aymara e Fulni-ô. A pesquisadora, estilista, diretora criativa e ativista é uma mulher indígena que utiliza as redes sociais como uma forma de potencializar o diálogo com a sociedade e as reflexões sobre o mercado da moda e os povos indígenas.

Dayana enxerga a moda enquanto cultura e ferramenta social de luta e inclusão. Sob esse ponto de vista, a estilista produz moda de forma única e sensível, transmitindo diversidade e pluralidade através de seu trabalho. Ela também é precursora do movimento #DescolonizeAModa, que tem como objetivo a transformação da cena nacional sobre o assunto. 

Por isso, ela criou a NALIMO. Por meio da marca autoral, ela oferece peças autênticas que têm um DNA minimalista e valorizam fortemente a ancestralidade, além de trazer roupas feitas por um time inteiramente feminino, que conta com mulheres indígenas de diferentes povos, mães solos, mulheres negras e LGBTQIAPN+. Ainda, ela utiliza sua voz e influência para fazer mais mudanças visando o futuro.

Foto: reprodução/Instagram @molina.ela

Por causa disso, fundou a primeira escola de design decolonial em janeiro de 2021, a Aldeia Criativa Design do Futuro. Através dela, a ativista prepara novos profissionais indígenas e os conecta ao mercado da moda. O projeto busca capacitar 100 jovens de diferentes territórios do Brasil e da América Latina por ano, em parceria com o Coletivo Indígenas Moda Br.

Nas redes sociais, Dayana produz conteúdos sobre moda, além de falar dos direitos, dos desafios e da cultura indígena.

3. Samela Sateré Mawé (@sam_sateremawe)
Foto: reprodução/Instagram @sam_sateremawe

Comunicadora e influencer, Samela Sateré Mawé é uma das principais vozes da juventude indígena ativista. Ela utiliza a comunicação e as redes sociais pela defesa do meio ambiente e também para levar os direitos indígenas para o debate.

Desde criança, Samela acompanha reuniões sobre pautas indígenas e suas reivindicações. A proximidade com o ativismo vem de sua vivência com as mulheres da Associação de Mulheres Indígenas Sateré Mawé, entidade criada por Zenilda Sateré, sua avó, após sua chegada em Manaus (AM).

Hoje, Samela integra as equipes de comunicação da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), ajudando na gestão das redes sociais e produzindo vídeos convidando as pessoas para atos.

Além disso, a jovem comunicadora indígena usa o seu próprio Instagram para produzir vídeos a respeito de políticas indigenistas. Assista este em que ela fala sobre indígenas nas universidades:

@sam_sateremawe

O que queremos enquanto indígenas universitários 🎓📚 #amazoninfluencer

♬ som original – Samela Sateré Mawé

4. Val Sawré Munduruku (@vall_munduruku)
Foto: reprodução/Instagram @vall_munduruku

Val Munduruku é gestora pública, ativista e influencer lésbica que cresceu no município de Jacareacanga, no Pará, mas nunca perdeu o contato com o povo Munduruku. Atualmente, as redes sociais são sua maneira de documentar a luta e de dar inspiração às novas gerações.

Só para ilustrar, Val é uma referência para indígenas LBTQIAPN+, uma vez que foi a primeira de seu povo a se assumir lésbica. Hoje é casada com a também ativista indígena Jaciara Borari. Da mesma forma, ela é uma personalidade importante na discussão sobre o meio ambiente e os direitos indígenas. 

Foto: reprodução/Instagram @vall_munduruku

Hoje, Val integra a Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós e também é articuladora nacional da Engajamundo, organização de jovens comprometidos com a questão ambiental. Um dos projetos recentes com Val Munduruku é a série exclusiva O Som do Rio, produzida pela Maria Farinha Filmes, disponível no YouTube. Ao lado da ativista e artista Maria Gadú, Val fez uma viagem pelo Rio Tapajós. 

Confira o primeiro episódio:

5. Txai Suruí (@txaisurui)
Foto: reprodução/Instagram @txaisurui

Walelasoetxeige Suruí, ou simplesmente Txai Suruí, pertence ao povo Paiter Suruí e nasceu em Rondônia. A jovem é filha de Almir Suruí, uma das lideranças indígenas mais reconhecidas na luta contra o desmatamento da Amazônia. Atualmente, ela trabalha na Associação de Defesa Etnoambiental (Kanindé), entidade que defende a causa indígena no seu estado.

Além disso, é fundadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia. Txai Suruí conquistou reconhecimento quando discursou em defesa da preservação da floresta para líderes mundiais na Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP26), em 2021, em Glasgow, na Escócia.

A jovem indígena utiliza sua voz e seu espaço nas redes sociais para expor as várias ameaças sofridas por seu povo em Rondônia. Ela as utiliza como um instrumento para ampliar o debate e a reflexão sobre os direitos dos povos indígenas.

Foto: reprodução/Instagram @txaisurui

Através das redes sociais, essas mulheres têm ajudado a sociedade a enxergar e reconhecer os povos indígenas em sua diversidade cultural. Dessa forma, elas abrem espaço para discussões importantes sobre diversos temas como representatividade, protagonismo, preservação ambiental e políticas indigenistas, evidenciando, sobretudo, as histórias de seus povos.

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*Crédito da imagem de destaque: Entretetizei

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