Conheça o nome de algumas autoras subestimadas, extremamente relevantes para a literatura brasileira
Clarice Lispector, Carolina Maria de Jesus, Lygia Fagundes Telles. Apenas algumas mulheres que obtiveram reconhecimento nos meios acadêmicos por conta da sua trajetória na escrita. Hoje, suas obras são objeto de estudo em escolas e universidades e atravessam gerações sendo reconhecidas como clássicos da literatura do Brasil.
No entanto, várias outras escritoras brasileiras caíram no esquecimento. Seja por falta de reconhecimento da sua importância no meio literário ou devido ao apagamento e à marginalização que essas mulheres sofreram.
Pensando nisso, o Entretetizei reuniu uma lista de autoras que nem sempre são lembradas quando se fala de grandes nomes femininos da literatura brasileira. Confira!
Maria Firmina dos Reis
Pouco se sabe sobre a história de Maria Firmina dos Reis, que escreveu o primeiro romance afro-brasileiro — Úrsula. Aliás, até o seu rosto é desconhecido, já que há apenas um busto feito em homenagem a ela e especulações de como seria sua aparência.
De qualquer forma, Maria Firmina foi uma escritora negra que nasceu em Guimarães, cidade do Maranhão, em 1822. Filha de uma escravizada alforriada e um pai negro, ela foi professora e jornalista.
Por muitos anos, a imagem da autora foi confundida com a de uma mulher branca, e sua obra foi completamente esquecida. Porém, o valor de seus escritos é inestimável. Úrsula, publicado em 1859, é considerado um dos primeiros livros anti-escravagistas do país.
Francisca Júlia da Silva
Francisca Júlia nasceu em Eldorado Paulista em 1871. Exímia poetisa, seu livro mais aclamado foi Mármores, publicado em 1895 e que recebeu muitas críticas positivas.
Em 1891, ela escreveu um poema para o jornal O Estado de S. Paulo. Ao longo de sua vida, ela escreveu para vários outros jornais. Sua poesia era parnasiana com traços simbolistas. Na época, foi muito conhecida no meio literário, tanto que, em 1904, entrou para o Comitê Central Brasileiro da Societá Internazionale Elleno-Latina, de Roma.
Adélia Prado
Mineira de Divinópolis, a autora Adélia Prado é professora, filósofa, romancista e contista. Com 88 anos, é considerada a maior poetisa brasileira viva. Entre os diversos prêmios que acumula, está o Prêmio Jabuti de Literatura de 1978.
Prado começou a se dedicar completamente à carreira nas letras apenas com 40 anos, casada e com cinco filhos. Escreveu livros como Bagagem (1976), O Coração Disparado (1978), Terra de Santa Cruz (1981) e o Pelicano (1987).
Auta de Souza
Auta de Souza nasceu no Rio Grande do Norte, na cidade de Macaíba, em 1876. Diagnosticada com tuberculose aos 14 anos, começou a escrever dois anos depois, mesmo tendo que abandonar os estudos devido à doença.
Ao longo de sua trajetória, escreveu para a revista Oásis e para A República, jornal de grande circulação da época. Também teve poemas publicados no periódico O Paiz, do Rio de Janeiro e para A Tribuna, ao lado de diversos outros autores prestigiados do nordeste.
Em uma época em que a produção literária era feita quase inteiramente por homens, ela escrevia profissionalmente para diversos veículos de prestígio. Seu único livro de poemas, Horto, foi publicado em 1900 com prefácio de Olavo Bilac. Infelizmente, faleceu um ano depois, aos 24 anos.
Henriqueta Lisboa
Henriqueta Lisboa foi uma poetisa, ensaísta e tradutora mineira, tendo nascido em Lambari em 1901. Em 1963, tornou-se a primeira mulher a entrar para a Academia Mineira de Letras. Aos 21 anos, publicou o primeiro livro: Fogo Fátuo.
O auge da sua carreira, porém, veio em 1945 com a participação no movimento modernista. Amiga de Mário de Andrade, ela trocou cartas com o autor de Macunaíma por anos a fio. Foi ainda professora na PUC Minas e inspetora escolar na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Gilka Machado
Gilka Machado nasceu no Rio de Janeiro em 1893, em uma família de artistas. Aos 13 anos, já escrevia poesias e ganhou três prêmios em um concurso literário. Com 22 anos, publicou seu primeiro livro, Cristais Partidos.
Alcançou popularidade nos anos 1930, publicando outros livros e antologias. Outro marco em sua carreira veio em 1931, quando foi eleita a maior poetisa brasileira do século 20 pela revista O Malho.
Machado também participou ativamente na luta pelos direitos das mulheres. Além de ser uma das fundadoras do Partido Republicano Feminino, lutou para garantir o voto das mulheres.
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Texto revisado por Carolina Carvalho.